De cabeça baixa entrei no escritório fechando a porta, respirei fundo e olhei Armando que apontou para o sofá e me sento em silêncio.
- Quero saber o que aconteceu ontem. - não parecia o namorado carinhoso falando.
Seu tom de ordem me incomodou.
- Nada demais. - tentei enrolar – Só estava insegura quanto aos seus pais. Mas conversei com sua mãe hoje e estou mais tranquila.
- Falei com meu pai hoje também. - me encarou e comentou parecendo não dar muita muita importância – Contei o que houve.
- Você não tinha o direito... - estava começando a ficar com a respiração agitada.
- Tenho! - fui interrompida – Sei que essa era uma preocupação, mas existe algo a mais e quero saber o que é.
- Não tem mais nada. - tentei ser o mais convincente possível.
Armando me encarou parecendo me analisar. Estava nervosa e mudei de posição no sofá.
- Sabe... Não é a primeira vez que te vejo nervosa. - ele parece calmo, mas percebo que está tentando se controlar – Sei que tem algo que você não quer me contar, mas eu vou descobrir. E eu esper... - alguém bate e quando olho pra ver quem minha espinha parece congelar.
Tento manter a fisionomia o mais calma possível, mas munha respiração está alterada e percebo Armando me olhando. Droga!
- Atrapalho? - Mário estava na porta segurando alguns papéis e seu pai passa empurrando-o para dentro.
Armando encara Mário depois me olha parecendo me analisar.
- Não senhor. Já terminamos. - falei me levantando – Licença. - disse olhando para o senhor Pedro que acenou pensativo.
(...)
Estava recolhendo as folhas do jardim enquanto conversava animada com o jardineiro. Sr José é um amor de pessoa e casado com dona Paula a mais de 30 anos. Dei boas risadas ouvindo suas histórias.
A mais emocionante foi as proezas que ele tinha de fazer pra driblar a vigilância do sogro autoritário e ciumento.
- Para de encher a cabeça da menina José! - dona Paula reclamou.
- Ôh minha Preta... Não precisa ficá com ciúmi não. - seu José agarrou a dona Paula pela cintura e encheu seu rosto de beijos.
Me divertia vendo o amor entre os dois. Apesar de dona Paula olhá-lo com cara de brava e dar uns tapas no marido para que a soltasse era nítido o amor e divertimento entre eles.
- Que baderna é essa! - alguém reclamou e meu estômago embrulhou no mesmo instante.
- Qué alguma coisa sinhor Mário? - seu José perguntou sério enquanto disfarçadamente colocava a esposa pouco atrás de seu corpo.
Nem parecia o mesmo homem que a minutos estava sorrindo. Ainda bem que eles estavam entre mim e seu Mário.
- Adela! - assustei quando ouvi meu nome – O escritório está uma bagunça. Vá dar um jeito naquilo. - mandou arrogante.
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Um motivo para recomeçar
DiversosAdela. Eu vim da Bahia para São Paulo a procura de emprego como a maioria do povo nordestino faz, alguns meses atrás. Com muito custo consegui um emprego, com ajuda dos parentes em uma grande empresa de guardanapos de linho. No começo foi difícil me...