capítulo 8

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Perdão meus leitores mais eu estou num momento delicado, e estou sem celular pra atualizar mais prometo fazer o possível pra não deixar vcs muito tempo sem capítulo. Graças a Deus tenho ajuda de uma grande a amiga e escritora que está me dando muita força com essa história, se não fosse ela nem sei , obrigado @joselinidelantonia
 


As horas passaram e como não as notava alguns dias se foram que nem percebi. Continuava agindo no automático, não sentia fome e a única coisa que me fazia levantar da cama era o trabalho. Nem mesmo as meninas tentando conversar me animavam.
 
Todos haviam percebido que algo estava errado, mas eu apenas dizia “Saudades de casa” ou “Está tudo bem”. Eles percebiam minha mentira só que ninguém questionava.
 
As meninas tentavam insistir em uma conversa só que não era o momento ainda de falar sobre o assunto, eu não conseguia. Me sentia estranha com tudo.
 
Quando estava terminando de limpar os quartos de hóspedes, ouvi o som da campainha. Alguém deve ter atendido já que não tocou uma segunda vez.
 
Descendo as escadas vi seu Armando na sala e uma mulher sentada em seu colo enquanto enchia seu rosto de beijos. Um aperto estranho em meu coração fez com que estacasse no lugar encarando a cena, mas forcei-me a seguir meu caminho ao notar que seu Armando notou minha presença.
 
Enquanto seguia meu caminho sem perceber, meus olhos lacrimejaram e uma súbita raiva tomou conta do meu coração.
 
Não! Petrifiquei ao notar que a raiva que estava sentindo era ciúmes.
 
Isso não podia estar acontecendo. Eu não podia estar tendo esse tipo de sentimento. Não com ele!
 
E não era qualquer ciúmes não. Era “o ciúmes”. Aquele que os casais sentem e que na maioria das vezes nos faz cometer algumas sandices. Como por exemplo arrancar a ruiva esquelética de seu colo pelos cabelos e jogá-la porta à fora.
 
Tive de me segurar para que não fizesse isso. Que absurdo!
 
Seu Armando parecia nervoso quando me olhou mais desviou o olhar para a vadia sabugo de milho. Ela por outro lado não teve a educação de olhar para a pessoa que entrou no mesmo ambiente que ela, ou seja, euzinha!
 
Passando em frente ao espelho observei minha aparência. Eu não me achava feia, mas em comparação com aquela ruiva e suas roupas sofisticadas, seus longos cabelos lisos e com sua pele clarinha que parecia ser sedosa eu ficava em desvantagem. E muita!
 
Tudo nela gritava “sou rica” e eu... Apenas uma empregada sem classe alguma, um corpo não tão magro e com esses cabelos crespos.
 
Agora o que não entra na minhacabeça é que com uma mulher como aquela por que ele me beijou? Pensei olhando meu reflexo. Mas o que eu esperava? O patrão se apaixonar pela empregada? Acorda garota! Isso só acontece em livros não na vida real.
 
Na realidade eles apenas se aproveitam de pessoas como eu.
 
Agora entendo as ofensas que ele me falou. Provavelmente achava que eu iria para cama com ele, o clichê do chefe comendo a empregada. Não posso ficar pensando nele!
 
Tenho de ter amor próprio e entender que romance só acontecem em livros. Ser forte e não uma boba sonhadora. Isso precisa mudar!
 
Mas mudar como se aquele homem consome meus pensamentos. Que ódio!!!
 
Bufando de raiva sigo para a cozinha e disfarço quando todos me observam.
 
Infelizmente tive de ajudar a servir o almoço e mesmo com o coração sangrando procurei disfarçar meus sentimentos colocando um leve sorriso no rosto quando os patrões me perguntavam algo.
 
Nem sempre os patrões falavam com os empregados, mas eles eram educados quando faziam.
 
Seu Mário me observava e isso estava me incomodando, mas procurei me concentrar no que fazia esquecendo-o.
 
- Empregada peça outro suco de abacaxi com leite. – o sabugo de milho mandou.
 
Meus olhos faiscaram de raiva pela sua arrogância mais achei melhor ficar quieta e fazer o que a sabugosa pediu. Um dia ira aparecer alguém que irá fazer essa vadia abaixar o topete.
 
Fui até a cozinha buscar o suco e quando ia colocá-lo sobre a mesa a sabugosa pegou o copo. Não sei como ela fez com que o fundo do copo batesse na beirada da bandeja. Isso fez com que o suco caísse sobre ela que se levantou assustada deixando o copo cair no chão.
 
- Sua imprestável! Incompetente, olha o que você fez! – ela gritou começando uma série de xingamentos e maldições.
 
Assustada fiquei plantada olhando-a enquanto meus olhos lacrimejaram.
 
Não foi culpa minha. Quando vi que ela ia pegar o copo não mudei a posição da bandeja, tenho certeza de que não a movi. Não tinha como eu ter levantado a bandeja do lugar sem antes ela ter tirado o copo. Ela fez de propósito!
 
Que vaca!
 
Não vaca não. Vaca é um animal sagrado na Índia e não merecia ser comparada aquela... aquela coisa... Isso ! Aquele coisa.
 
Vendo que eu não me movia, a patroa chamou minha atenção mandando que eu limpasse os cacos. Mesmo querendo voar em seu pescoço, abaixei a cabeça e fui fazer o que a patroa mandou.
 
Longe da sala ainda podia ouvir as reclamações da espiga de milho.
 
Quando voltei a sala estava vazia e isso facilitou meu trabalho que mesmo entre reclamações e pensamentos sanguinários deveria ser realizado.
 
Ahhh que vontade de depenar aquela galinha!
 
Com tudo limpo resolvi caminhar um pouco. Sem rumo e com pensamentos variados não percebi o tempo mudando e só percebi que um temporal se aproximava quando o sol foi coberto por uma nuvem escura.
 
Assustada olhei em volta descobrindo que estava longe de casa.
 
Ouvi um trovão e comecei a correr em direção a casa, mas como estava longe não daria tempo e eu tomaria chuva por uma boa parte do caminho.
 
Começou a chover forte e eu não conseguia dar um passo sequer. Minhas pernas doíam, meus pulmões doíam, minha cabeça começou a doer e mais uma vez estava metida em encrenca.
 
Como posso ser tão azarada!
 
Com muito custo me arrastei pra perto de uma grande árvore. Eu sabia que era perigoso, mas eu queria tentar me proteger da chuva um pouquinho. E quem sabe descansar.
 
Suspirei aliviada. A árvore era muito antiga e tinha uma parte meia oca no tronco que me protegeria um pouco da chuva. Muito cansada acabei cochilando e acordei com alguém me chamando enquanto me chacoalhava.
 
- Graças a Deus te encontrei Adela! – Armando suspirou aliviado me abraçando.
 
Um relincho me despertou e vi que um dos rapazes estava próximo nos observando. Seu Armando tinha um negócio estranho na cintura e descia pelas pernas. Armando me abraçou forte, no início me assustei mais o abracei de volta.
 
Armando começou a falar da minha irresponsabilidade e mais um monte de coisas que eu não prestei atenção. Até que ele me abraçou forte beijando o topo da minha cabeça voltando a falar, mas me olhando nos olhos. Não nos importávamos com a chuva.
 
- Na outra noite fui até seu quarto pedir desculpas pelo que aconteceu no escritório, mas Ana quem me atendeu dizendo que você não estava bem e estava dormindo. – enquanto dizia ele fazia carinho em meu rosto – Eu ia falar com você de manhã, mas Laís chegou e não desgrudou mais de mim.
 
- E você amou isso não foi? – falei irritada e me soltei dele levantando-me.
 
Quando saí de seus braços percebi que era Fábio quem nos observava enquanto sorria.
 
- Está rindo do que? – perguntei irritada e ele apenas levantou as mãos em rendição enquanto negava.
 
- Laís vive me cercando. – Armando tentou se levantar e mesmo com raiva acabei o ajudando – O pai dela é sócio do meu pai em uma das empresas e ela está tentando se casar comigo. – suas últimas palavras pareciam um sussurro enquanto me olhava.
 
- A conversa está boa, mas temos de ir. – Fábio nos interrompeu chamando nossa atenção – Temos de ir que essa chuva vai piorar.
 
Fábio fez o cavalo se deitar eajudou Armando a subir. Depois que o cavalo se levantou Armando estendeu a mão para que eu subisse e Fábio me ajudou. Armando tinha uma espécie de capa e nos envolveu com ela me aquecendo. Como eu estava molhada sentia frio e acabei o molhando também.
 
Seguimos rápido para casa e fomos em direção ao celeiro.
 
Fábio me ajudou a descer e com um comando o cavalo se deitou. Armando pegou uma espécie de laço que só agora notei que estava pendurado e com a outra mão puxou sua perna para o mesmo lado da outra.
 
- Adela pegue a cadeira. – Fábio apontou para ela enquanto ajudava Armando.
 
Fábio soltou o cinto que envolvia as pernas de Armando e o levantou colocando-o na cadeira. Fomos para o casa e as meninas me ajudaram com o banho bem quentinho me enchendo de perguntas e recriminações.
 
- Foi sem querer. Desculpa. – sussurrei me sentando na cama. – Eu estava distraída.
 
- Pois trate de prestar mais atenção! – Lívia me deu bronca enquanto secava meus cabelos.
 
Dona Paula havia voltado de viagem e me trouxe um chá estranho e disse que me ajudaria a não ficar resfriada. Enquanto eu bebia nós fazíamos muitas perguntas sobre a viagem e algumas vezes uma das meninas faziam perguntas que deixavam a jovem senhora vermelha de vergonha.
 
Eu já estava aquecida quando alguém bateu na porta e Ana foi atender. Armando entrou em meu quarto as meninas saíram dando risinhos enquanto dona Paula as empurrava. Ele ficou olhando pra mim até que chegou com a cadeira perto da cama.

Um motivo para recomeçarOnde histórias criam vida. Descubra agora