capítulo 05

1.7K 192 85
                                    

v

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

v. a pulseira


Violette balançou positivamente a cabeça, não queria parecer mais ridícula. 

Severo também balançou a cabeça, e Violette considerou que era o momento de entrar. 

Ela abriu a porta, e, já dentro, a trancou. Retirou o chapéu escuro que usava, e colocou-o no pequeno cabideiro ao lado da porta. Tirou sua varinha das vestes e o relógio do pulso, e os deixou em cima de uma pequena mesa do lado oposto do cabideiro, antes de tirar uma pulseira com um pingente dourado de um bolso interno da roupa. 

Mas não era uma pulseira qualquer. Era a pulseira. Feita por duendes, era um dos bens de menor valor em sua família, mas de maior valor sentimental para ela. Essa pulseira pertencia à sua mãe, Isabelle, e, quando Violette tinha seis anos, sua mãe lhe dera a pulseira.

Violette estava em casa, na cozinha, brincando de fazer comida para seu boneco de pelúcia. Ela usava uma colher de madeira para amassar dentro de uma panela brilhante um bando de ingredientes que nem ela sabia o que eram. A gororoba marrom resultante da experiência culinária dela estava espalhada por pelo menos metade da cozinha. Assim que ela levantara a panela do fogão (obviamente desligado) e descera do banquinho no qual estava em pé na ponta dos pés, ela tropeçou, e a gororoba da panela voou, e caiu em cima dela, sujando seus cabelos, sua roupa (no dia, amarela) e seu rosto. Ela deixou a panela na mesa, e usou as costas das mãos para limpar a sujeira de seus olhos. Assim que conseguiu enxergar novamente, ela pegou a panela, e começou a dar comida ao Toby. 

Toby era seu bichinho de pelúcia preferido, um coelho lilás de barriguinha branca e língua de fora, que fora dado a ela por sua mãe. Desde que ganhara, nunca mais se desgrudou dele, e ela o arrastava por todo canto. Teve uma vez que ela quis fazer com que ele fosse ao banheiro como gente, e uma outra em que ela teimou que só tomaria banho se ele fosse junto. 

Agora, ela realizava com Toby sua mais recente ambição: que ele pudesse comer. Como seu pai não deixava ele comer à mesa e não deixava que ela desse a comida deles ao coelho, ela cozinhou sua própria mistura saudável para dar a ele. Enquanto ela levava a colher de madeira da panela à boca com a língua esticada do coelho, a comida ia pingando no chão, e o que sobrevivia do trajeto era esmagado pela colher no pelo de Toby. A cada vez que mais comida ficava grudada em seus pelos e se prendiam aos seus bigodes, Violette ria divertida, e sempre reforçava a ele o que seu pai lhe dizia:

- Sem desperdício de comida, Toby! - a vozinha fininha de uma criança de seis anos ralhava divertidamente com o coelho de pelúcia. - Tem que comer tudinho! 

Então, ela enfiava a colher na panela e logo prensava mais comida no pelo do coelho. 

- Tá quase acabando! - ela avisou. 

Quando Violette levava a colher com comida à boca do coelho, fazendo "zuuum", sua mãe, uma mulher de cabeleira castanha escura e muito rebelde e de olhos azuis gritantes, apareceu na porta, de camisola bege, e parou para olhar a filha se divertindo fazendo bagunça na cozinha. 

𝗩𝗶𝗼𝗹𝗲𝘁𝗮𝘀 ❁ Severo SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora