Capitulo 7 - Alice

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Quando vi que o portão estava realmente fechado, achei que foi Bruno que trancou, brincando, mas vi em seus olhos que esta estava falando a verdade.

Pensei que ele fosse fazer algo, mas simplesmente ele foi para a arquibancada e ficou lá.

Eu morria de medo de trovões e raios. Desde pequena.

Comecei a entrar em desespero, as lagrimas caiam sem parar, Bruno não iria fazer nada e ele estava certo, não havia nada para fazer, algum engraçadinho deve ter aprontado isso.
Sentei-me na outra arquibanca, coloquei a cabeça entre os joelhos.

Estava tremendo muito e com muito frio, fiquei ali, parada chorando.

Senti alguém se sentar do meu lado, vi que era Bruno achei estranho, mas ele me abraçou. Não sei o que me deu mais retribui nesta hora eu só queria ficar ali, em seus braços.

E rolo o beijo.

Um beijo carinhoso, sedutor, rápido, com desejo.

Seu beijo era muito bom, nos separamos por conta da falta de fôlego, olhei para ele que ainda esta me encarando. Ele me puxou pelo pela cintura de novo e selou nossos lábios.

Ficamos ali, nos beijando, ate que ouvimos um barulho, me afastei de Bruno e olhei para os lados não vi nada.

Olhei para o portão e estava aberto, não pensei duas vezes e sai correndo. Vi Bruno correndo atrás de mim, passei pelos corredores e fui para o estacionamento.

"Merda" pensei "Eu vim com o Bruno".

Eu não sabia o que falar, e nem como olhar para Bruno, o beijo foi bom e tal, mas foi um erro.

Bruno não é só de uma pessoa, ele não é de se apaixonar, e eu, eu não sou menina de só ficar, e eu também não quero me apaixonar por...

Alguém me segurou pelo braço, tirando-me dos meus pensamentos.

Virei-me e vi Bruno.

- Entra no carro - disse ele gritando por cima do barulho da chuva - Eu te levo para casa, você precisa tomar um banho quente e tirar essa roupa molhada, antes que fique doente.

Apenas assenti e entrei no carro, ele logo entrou e deu partida.

-Desculpa - disse - Estou molhando todo o banco.

- Não tem problema - disse ele.

Comecei a espirar sem parar, Bruno parou em frente da minha casa.

- Pronto - disse ele.

- Bruno entra - disse sem pensar, ele me olhou assustado - Você deve estar com frio e esta todo molhado.

- Eu acho melhor...

- Por favor - disse.

- Ok - concordou.

Descemos do carro e entramos em casa, minha mãe estava no sofá.

- Filha - gritou ela vindo em minha direção - Meu Deus! Você esta toda molhada.  O que aconteceu?

- Ficamos presos na quadra da escola - expliquei - E trancaram o portão, começou a chover só agora que abriram o portão.

- E quem fez isso? - perguntou ela.

- Esse é o problema - disse Bruno - Não sabemos.

- Mãe você pode pegar uma toalha para o Bruno? - perguntei.

- Lógico - disse ela - Já volto.

Ela subiu as escadas, olhei para Bruno.

- Você tem alguma roupa no seu carro? - perguntei.

- Tenho - respondeu - Tenho sempre a que levo para colocar depois do treino.

- Vai lá pegar - disse - Ai você toma um banho quente.

- Ok - concordou.

Ele saiu e foi ate o carro, pegou uma mochila e entrou, minha mãe desceu com uma toalha.

- Mãe mostra para ele o banheiro - disse - Qualquer coisa estou lá em cima.

Subi a escada e fui para meu quarto, peguei uma roupa limpa e fui para o meu banheiro.

Tomei um banho demorado e quente, coloquei um moletom preto e uma regata, penteie meus cabelos e sai do quarto e desci a escada.

Deparei-me com a cena de Bruno e minha mãe conversando e dando risadas sentados no sofá.

Bruno estava com o cabelo molhado e bagunçado, com uma calça jeans preto e uma regata branca.

Minha mãe olhou para mim e deu um sorriso, olhei para Bruno que estava me encarando.

- Bom, eu já estou indo - disse ele se levantando - Já esta tarde, minha mãe deve esta preocupada.

- Fica para janta Bruno - disse minha mãe.

- Não, obrigada - disse ele - Quem sabe outro dia.

- Você quem sabe - disse minha mãe.

- Vem! eu te acompanho ate a porta - disse.

Fomos ate a porta, abri Bruno passou por mim e se virou.

- Obrigada - disse - E me desculpa por qualquer coisa.

- Não foi nada - disse ele.

Ficamos nos encarando por um bom tempo.

- Eu... Eu acho melhor você ir - gaguejei.

- Claro - disse ele - Tchau.

- Tchau, ate amanha - disse. Ele veio ate mim e me deu um selinho, deu as costas e saiu, esperei ele dar partida no carro e sair para entrar.

Minha mãe estava escorada na parede me olhando com um sorriso malicioso.

- Não é nada disso - disse não conseguindo esconder o sorriso - Estou no meu quarto, estou muito cansada.

- Ok - disse ela dando risada.

Diários de uma garota nada normal Onde histórias criam vida. Descubra agora