Azriel nunca achou que pudesse ser feliz. Nunca achou que fosse merecedor de um sentimento tão glorioso para alguém tão indigno quanto ele.
Sua vida sempre se resumiu a sombras, e por muito tempo elas foram o que reconfortaram seu coração partido. P...
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Sopro lentamente assimilando o que está acontecendo. Hellas conseguiu a outra parte do amuleto, isso é péssimo. E, de algum modo saiu intacto da emboscada que planejamos, além de parecer muito melhor que antes.
O macho traja um terno preto e Amatis está ao seu lado, com roupas de combate da mesma cor. Parece menos abatido, mais poderoso.
Péssimo.
Não me deixo levar, peço para as sombras pegarem nossas armas, em instantes estou com a minha e Sellene com a dela, nós empunhamos. Seguro firme com a mão esquerda a última parte do amuleto.
— Vão precisar mais do que isso para me enfrentar — fala sarcástico. — Amatis — acena para a fêmea que estala os dedos.
Imediatamente sinto meu poder fechar, merda. Bloqueio de magia.
As sombras ainda sussurram mas não posso usá-las, e muito menos os sifões.
As coisas não estão indo bem.
— Isso não é justo — Sellene pigarreia.
— Nunca disse que era justo, criança — sorri.
— Como chegou aqui tão rápido? — pergunto, preciso o distrair para poder pensar em algo. Ele ergue o cenho.
— Parece que vocês não sabem que o tempo na caverna é mais devagar — responde sincero. Enrijeço, pelo visto nem Amren previu isso — Lá fora faz pelo menos dois dias que seus amigos tentaram nos pegar.
Estamos dois dias na caverna?! Eles com certeza estão preocupados, devemos voltar urgentemente.
— Tenho a impressão que foram duas horas — Sellene sussurra.
— De qualquer modo, me dê o amuleto — estende a mão. — Estou misericordioso hoje, vou os deixar viver.
— Eu devia agradecer? — desdenha a rainha. Me contenho para não rir nessa situação, a fêmea é dura na queda.
— Que tal você se entregar? — faço uma contraproposta, Hellas fica irritado, e com uma mexida de mão sua escuridão nos ataca.
Graças aos deuses que nossas espadas cortam poderes, minha parceira roda Shinyce com agilidade, acabando com o breu.
Faço o mesmo, com uma mão aperto o amuleto e com a outra acabo com as sombras.
Atrás. Sussurra as minhas, me viro a tempo de não der atingido.
— Chega! — Hellas exclama, um chicote de escuridão pega Sellene desprevenida a puxando até o macho.
Ele segura seu braço e pressiona uma adaga com força em sua garganta, ela aperta o cabo da própria espada com raiva, mas sem conseguir fazer nada.
Algo em mim entra em pânico, preciso salvá-la.
— Me dê o amuleto, Azriel — a voz de Hellas saí perigosa e fria. — Ou acabo com sua parceira — presiona mais a adaga, um rastro de sangue desliza por seu pescoço.
