Você é minha luz, ou inevitável escuridão

Melanie 11

Charles não parecia muito animado com a presença de Jonh, confesso que isso me incomodou um pouco. Os dois pareciam soltar farpas pelos olhos, estavam sempre se fuzilando.
Uma atitude deverás infantil, porém não deixarei que isto me incomode, pelo menos não demostrarei.
Uma figura baixinha entra correndo e gritando na sala, meu coração para por um segundo, sinto meu sangue correr frio dentre as veias.

- Mamãe.- Grita o pequeno.- Mamãe, olhe o que fiz.

- Pedro, meu bem.- me ajoelho forçando um sorriso nos lábios.- O que fizestes?

Pedro, meu menino de cabelos castanhos escuros, seguidos de olhos verdes amendoados, e uma pele clara, mostra-me um desenho que fez. Com seus recém quatro anos, o moreno demonstra imensa aptidão para artes plásticas, sendo um dos motivos de meu maior orgulho e fascinação.

- Desenhei você.- Ele enfim nota meus dois acompanhantes.- Titio John, olha meu desenho.- Ele vira o papel com linhas coloridas a meu melhor amigo.

- Está lindo, não poderíamos esperar menos de um filho da Melanie.- John brinca.

-Mamãe? Filho? - Pergunta Charles atônito.

Meus sangue esfria novamente, um momento havia me esquecido do rapaz, não queria que ele soubesse de Pedro ainda, não sei se posso deixar que saiba de meu pequeno e indefeso menino.

- Sim, Pedro é meu filho.- Digo, semi-cerro os olhos em sua direção, uma evidente ameaça.- Diga olá, ao novo convidado querido.

- Olá, senhor.- Diz timidamente a criança.- sou Pedro Griffith.

- Sou o prin...- Ele para e pensa um pouco.- Sou Charles Sagaca.- Ele fala de modo casual, como se tal sobrenome não carregasse tanto poder.

- É um prazer conhece-lo.- Com isso se vira para mim.- Mamãe, eu deixei a senhorita Carla sozinha. Acha que ela ficará brava?- Seus olhos brilham como os de um cachorrinho abandonado.

- Sabe que não deve faltar com seu dever, Pedro.- Digo de modo severo, porém calmo.- A senhorita Carla está disponibilizado de seu próprio tempo para ensina-lo, então não lhe falte com o compromisso.- Acaricio sua bochecha, e falo de maneira mais suave e gentil.- Volte para a aula, ok? Muito obrigada pelo desenho, colarei na parede com os demais.

- Certo, desculpa mamãe.- Ele corre até a porta, parando um pouco antes de atravessa-la.- Até mais tarde, sr. John, e sr. Charles.- Ele acena para nós e some de vista novamente.

- Não preciso dizer que a existência de meu filho é um sigilo completo, não é?- Encaro friamente os olhos do príncipe.- Não queira saber o que lhe pode acontecer se descobrir que vazou sobre ele por ai. - Esboço um sorriso disfarçadamente meigo.- Ele é apenas uma criança, não precisa ser metido em tudo isso.

- Olha, Melanie.- Diz Charles.- Não sei o que pensa de mim, mas não tenho sangue de barata.- ele quase gospe as palavras, seu tom revela o quão ofendido está.- Jamais colocaria a vida de um ser inocente em perigo por benefício próprio.

- Meu caro principezinho, ela não está errada em avisar, você pode até ser o que diz ser, mas com o pai que tem não passa muita credibilidade.- Jonh se intromete.- E te garanto que se aquele garoto se machucar por sua causa, você sofrerá uma morte lenta e dolorosa.

Solto um risinho abafado, não consigo deixar de rir sempre que noto o quão bem John cumpre seu papel de tio preocupado, as vezes não sei como Pedro não é mimado, levando em consideração as pessoas que o rodeiam, todos cedem a seus pedidos, menos eu, procuro manter o pulso firme, mas em compensação, John sempre trás um presente a Pedro quando retorna de suas missões, Lilya vive lendo histórias a ele e o mimando, Bárbara sempre da um jeito de conseguir doces para ele, e Clara baba por aquele menino, sempre fazendo suas vontades e aceitando suas idéias malucas, que de acordo com ela são muito inteligentes para a idade.

Os rapazes me olham confusos, porém finjo não me importar.

- Já pode sair Charles, aproveite sua "liberdade" enquato pode.- Com isso ele me dá um sorriso gentil, com as mãos atrás das costas sai da sala.

Agora veremos no que isso vai dar.