Melanie 10

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- Eu não entendo porque não deu certo.- Grito.- Era para dar certo, eu murmurei o feitiço de maneira correta.

Jogo tudo que estava em minha mesa no chão, quando vejo já estou quebrando copos, depois as prateleiras e por fim uma das cadeiras.

- Eu não posso tê-lo como companheiro, não posso...- Paro de quebrar meu escritório quando sinto uma pontada nas costas.- Arg, quando o destino insistir em colocar pedras no seu caminho, aprenda a tira-las.- sussurro a frase que minha mãe costumava me dizer.

Me acalmo assim que recordo de suas feições angelicais, sei que ficaria desapontada se visse maneira em que perdi o controle. Me sento na cadeira logo atrás da mesa vazia, e deixo o silêncio preencher meus ouvidos, já era noite os outros dormiam em seus quartos enquanto eu tentava me livrar da minha pedra.
A porta é aberta bruscamente, um homem entra na sala com um sorriso e orelha a orelha.

- Eu finalmente voltei, Melzinha. - Diz o rapaz.

- John.- Exclamo surpresa.

John um rapaz bonito, de cabelos escuros recém-cortados, olhos verde musgo, e uma barba rala. Ele apresenta uma estatura musculoso devido aos anos de treinamento intensivo.

- Que surpresa agradável.- Esboço um sorriso fraco.

- Esta redecorando? - Pergunta com deboche enquanto analisa a sala.

- Há há, muito engraçadinho.- Reviro os olhos.- Creio que sua missão tenha chegado ao fim.- Mudo de assunto.

- Ah, sim. Deu tudo certo, temos agora um novo carregamento de suprimentos. - Consigo sentir seu orgulho.- Chegará amanha a noite.

- Perfeito, não sabia mais como nos mantermos.- Junto às mãos.- Bem, agora o senhor voltará ao seu trabalho habitual.

- Sentiu falta do seu guarda costas né?

- Como não sentiria falta de um ser tão querido.- cerro os olhos.

- Sei que me ama.- Ele se aproxima.- Vai anda, cade meu abraço?

Me levanto e o abraço, senti falta dele nesse tempo em que se manteve fora, John é meu melhor amigo desde muito pequena, assim como eu cresceu aqui. Foi treinado por meus pais para ser meu braço direito, meu soldado mais potente, e o mais confiável. Já confiei minha vida a John, e vejam onde estou, viva e em segurança.

- Certo, chega disso.- Recuo.- Amanhã me acompanhará quando for passar a novas ordens ao nosso prisioneiro.

- O príncipe Charles?- Sai mais em tom de afirmação do que pergunta.

- Sim, e em falar nele tenho que te contar uma coisa que tentei fazer.- Queria contar isso a alguém, e sei que John é o único que entenderia.

- Seu azar é lamentável.- Ele ri após ouvir tudo o que passei.- Mas sobre não conseguir cortar ligação. - Ele pensa um pouco.- Nessa viajem que fiz, ouvi muitas lendas sobre as ligações, e os "Deuses" que as comandam.- Ele tira um papel do bolso.- Um mercador contou que a cada 5 mil anos nascem os novos deuses dos laços, wireGods, como costumam chamar.- Ele faz uma pausa, e franze a testa.- São dois, um pode criar novos laços, para pessoas que não tem, conhecido como Criador. E o outro destrói laços, de pessoas que têm, conhecido como destruidor, esses dois são destinados a ficarem juntos, o que nunca aconteceu. - Ele estrala os punhos, tudo aponta que você é uma wireGod, ou seja, se Charles é a outra ponta do fio, você destrói laços e ele constrói, vocês são as novas reencarnações dos deuses.- Conclui calmamente.

fico pasma, não precisava de mais algo para complicar ainda mais a minha vida fora dos eíxos. Ainda atônita faço a pergunta que está entalada na minha garganta.

- Então se eu destruo. Por que não consegui acabar com o meu laço? Eu já fiz isso antes, algumas vezes, não é falta de prática.- Suspiro frustrada.- Por que não consegui?

- É por causa da amaldição que os seguem, ele não podem criar um novo laço para ele, nem para você, assim como você não pode cortar os laços.- Ele levanta meu queixo, obrigando-me a fitar seus olhos.- Acho que você deveria descansar, será um dia cheio amanhã, e por favor Mel, n~ao deixe isso te consumir, pense em como o pequeno ficará preocupado em te ver assim.- Ele deposita um beijo no alto de minha cabeça, em seguida me força a caminhar até meu quarto. - Boa noite.

Respondo com um aceno de cabeça e entro no comodo escuro. Pedras e mais pedras.

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Oiii, vocês que estão lendo poderiam me dar um feedback aqui nos comentários? Quero muito saber o que acham, e saber como posso melhorar.

Você é minha luz, ou inevitável escuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora