Capítulo 5

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JULIE

— Ei, Julie. Espere! — diz Luke correndo em minha direção. — Podemos conversar agora?

Desvio o meu olhar para minha amiga.

— Me encontra na saída daqui a cinco minutos, Flynn?

— Claro! — ela diz animada até demais.

Já estou até imaginando o interrogatório que ela vai fazer comigo.

— Pode falar. — digo quando minha amiga já está longe o suficiente.

— Posso te fazer uma pergunta pessoal?

Fico o encarando por alguns segundos antes de responder:

— Uhum. — minha resposta o pegou e me pegou de surpresa.

— É... — diz coçando a nuca.

— Nossa! É uma pergunta tão pessoal que você não consegue nem perguntar? — ele não responde. — Que foi? Comeram sua língua?

— Só se foi...

— Nem começa! — digo o interrompendo e ele ri. — Agora quer parar de enrolar e perguntar de uma vez o que tanto você quer saber?

Ele assenti e respira fundo antes de falar:

— Olha, eu acho que você vai ignorar a minha perguntar e fingir que isso nunca aconteceu, mas, eu preciso saber porque isso está me deixando intrigado.

— Vai direto ao ponto, mauricinho.

— Mauricinho? — Luke arqueia a sobrancelha.

— Tá bom. — levanto as mãos em rendição e quando dou os primeiros passos para me afastar, Luke segura meu pulso me impedindo. — Vai parar de enrolar e dizer o que você quer tanto saber?

— Por que você parou de tocar e cantar?

Fecho os meus olhos e engulo em seco. Quando os abro novamente vejo Luke me encarar apreensivo.

— Desculpa. Eu não deveria ter perguntado, é só que... Eu achei estranho, porque você canta e toca muito bem, e eu não entendi o moti... — ele falava sem parar e então resolvi interrompê-lo.

— Luke! — grito o suficiente para que ele parasse de falar. — Você jura que não sabe o motivo?

— Não. Deve ser por isso que eu estou perguntando, né? — ele diz meio que brincando, mas estava sério.

— Eu não gosto de falar sobre isso, então vou resumir. — ele só confirma com a cabeça surpreso - provavelmente porque eu estou prestes a responder sua pergunta, a qual ele achava que eu iria ignorar. — Minha mãe me apresentou a música, me ensinou a cantar e tocar piano... — engulo em seco quando as lembranças me vem a mente. — E ela morreu no ano passado... — paro um pouco pra respirar fundo e vejo o mesmo se aproximar de mim, e com o seu polegar limpa uma lágrima que escorreu pela minha bochecha. — Desde o ano passado não canto e nem toco mais. Eu tentei, mas...

— Tá tudo bem. — diz se aproximando de mim e me abraçando.

Isso me pegou de surpresa, mas eu retribui. Acho que estava precisando disso.

Senti o seu perfume incrivelmente forte, mas delicioso.

Pera, o que eu estou falando?

Me afastando dele e limpo as lágrimas que estavam escorrendo pelo meu rosto.

— Desculpa por isso. — digo apontando para a sua camiseta molhada pelas minhas lágrimas.

— De boa. — ele sorri e involuntariamente eu sorrio também.

Sem saber o que fazer, eu digo:

— Te vejo amanhã? — argh! Por que falei isso?

— Sim. Claro.

— Ok. Tchau. — digo me afastando dele antes que ele possa dizer outra coisa.

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