Quando abri os olhos na manhã seguinte, minha mãe estava sentada na poltrona perto a janela, parecia perdida olhando algo através da casa do vizinho da frente e eu sabia o que preocupava ela, depois de 17 anos, a mulher ruiva não havia aparecido nos meus pesadelos pela primeira vez
E isso era estranho, como eu disse, nunca houve uma só noite que ela não aparece, e quando minha mãe resolve saber quem é, ela não aparece, estranho não?
- Mãe?_a chamo sentando na cama
Eu não queria levar esse "problema" a outro patamar, afinal todos os humanos sonham, todos temos pesadelos, porém são coisas recorrentes de nosso dia a dia, ou uma ilusão produzida por nossa mente fértil, mas eu nunca tive outro sonho, outro pesadelo, sempre é essa mulher, sempre e sempre, e não gosto da sensação que fica em mim quando acordo no dia seguinte
- Você não teve pesadelos_ela me olha
Era por isso que eu não queria contar nada aos meus pais, depois do Marlon estávamos tendo uma vida "normal", e lá vai eu jogar problemas para cima deles, problemas produzidos pela minha mente bagunçada, talvez eu seja esquizofrênica
- Isso é bom_sorri sem humor nenhum
- Até quando?_ela levanta e senta ao meu lado na cama
- Espero que ela não apareça mais_assumo_afinal tenho que aproveitar minha humanidade ao máximo, dois anos passa rápido não é?_tento quebrar o clima tenso que se instalou
- Sim, você tem, seu pai está parecendo um louco conservador da sua humanidade_ela rir
Meu pai havia mudado tanto nessas décadas, e eu gostava disso, ele escolheu mudar pela pessoa que ama, assim como minha mãe, eu sempre gosto de tomar eles de exemplo para muitas coisas, afinal meus pais tinham um relacionamento possessivo, e uma espécie de síndrome do Estocolmo, e escolheram mudar, assim como o Anthony, e a Jade, minha família é um estilo de inspiração para mim
Por isso não os queria preocupar, mas não houve outro modo
Quando vou abrir a boca para falar, meu celular toca em cima da escrivaninha, olho confusa e levanto para pegar
- Ele já tocou umas 5 vezes_minha mãe diz e penso ser algo importante
Número desconhecido
Atendo mas não digo nada
- Rebekah?_a voz grossa questiona do outro lado da linha
- Ela mesmo, quem é?_minha mãe não tirava os olhos curiosos de cima de mim
- Xavier_ele diz e reviro os olhos fazendo minha mãe rir
- Oi Xavier, como conseguiu meu número? Algum problema?
Esse garoto já estava me irritando, eu não quero amizade com ninguém, e ele fica forçando
- Na escola, é que eu queria saber se você não vai mesmo na festa amanhã_ele questiona e isso também me irrita, se eu disse não, é não
- Que festa?_minha mãe sussurra coloco minha mão sobre o celular para que o Xavier não me ouça
- Da escola, pessoal do último ano comemorando algo que não faço a menor ideia do que seja_explico
- E por que você não vai?_ela ergui uma sobrancelha
- Porque não sou apta a festas_digo o que ela já sabe
- Experiências humanas, lembra?_ela joga sorrindo, já sabendo que venceu essa
Apesar que festas não é algo exclusivo dos humanos, mas prefiro ficar quieta
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Um destino traçado (Livro 4)
Фэнтези4°Livro da série: Escolhidas pelo destino - Rebekah Smith Na vida temos que escolher entre seguir em frente, ou viver no passado, eu escolhi seguir, eu escolhi não viver de passado, não saber os motivos que me levaram aquele orfanato, afinal, não im...