Um destino traçado (Livro 4)

Capítulo 36

Algo parecido unhas se finca a carne a cima do meu pé, e eu grito de dor, Heitor ainda agarrado a minhas mãos, tenta me puxar, porém mal consegui levantar um milímetro de mim, graças a força imposta para baixo

Força essa que eu sabia de quem se tratava, mas não olharia para baixo para confirmar

Chuto minhas pernas no ar tentando derrubar Scarlett, mas em um piscar de olhos, sinto algo me puxando para baixo, e no outro uma luz forte, que me faz fechar os olhos para não cegar, se faz presente, e quando ela some, Heitor não está mais agarrado às minhas mãos, nem Scarlett está segurada ao meu pé, os dois estão jogados um sobre o outro, envoltos a uma clara luz vermelha, e minhas mãos estão postas ao bico do abismo, e eu como a óbvia sedentária que sou, grito não suportando o peso do meu corpo

Ouço o som de algo se partindo, parecia um osso, uma explosão de luzes me deixa ainda mais desesperada, enquanto tento suspender meu corpo, apoiando o meu braço no chão rochoso

Se eu não partir dessa para uma melhor, vou virar fitness

Os gritos enfurecidos de Scarlett, e os resmungos de Heitor, não são nada comparados a quando enfim consigo sair daquela beira, apoiando meus braços no pico, e forçando minhas pernas, como se escalasse, e quando enfim consigo subir, vejo o corpo de Heitor jogado no chão, ele não estava morto, porém a enorme poça de sangue que havia embaixo dele embrulha o meu estômago

- Ele é forte, mas é tão sentimental_Scarlett revira os olhos demoníacos e o ódio pulsa em mim_jamais me mataria, querendo ou não, gostando ou não, somos irmãos_Scarlett se aproxima e aperto minhas mãos em punho_não somos Rebekah?

- Você nunca será a minha irmã_me aproximo a vendo trincar o maxilar_ouviu bem? Nunca!_enfio uma espada que tinha em mãos no seu peito, e quando ela cai, retiro, e enfio a espada de novo, e faço a espada sumir, porém ela acerta minhas pernas, me pondo de joelhos, e tenta me acertar com uma chama negra, mas me protejo com um campo invisível

Deveria ter acertado no coração, que vacilo!

Eu não conseguia enxergar nada, querendo ou não, a magia da Scarlett era mais forte que a minha, afinal ela é uma feiteceira experiente, eu sabia que algo forçava o campo, mas já não sabia de que direção vinha, e o medo por Heitor só crescia em meu peito, e quando enfim cedo o campo, Scarlett se joga sobre mim, seus olhos em uma mistura de vermelho e laranja, me encaravam, como se tentasse me enfeitiçar, suas mãos envolta do meu pescoço enquanto puxo seu cabelo

- Se quiser seu maninho vivo, você vai vim atrás de mim, não vai?_ela pisca, e chuto o seu corpo com as pernas, bem forte, a derrubando de vários metros, e me aproximo da beira do penhasco

- Oh, vou sim_faço um joinha para a floresta densa lá embaixo

Depois eu te pego!

Levanto do chão caminhando até o Heitor, sua boca estava inundada de sangue, e meus olhos vão para a minha perna, que deveria ter alguma marca das unhas de Scarlett, mas o símbolo roxo de cura estava ali, o que me faz me ajoelhar ao lado do Heitor

- Você não está curando, inferno!, Por que você não está curando?_passo a mão sobre sua boca limpando o sangue_Heitor!!_dou um tapa em seu braço para que ele mantenha os olhos abertos

- Você está bem?_ele questiona e eu assinto erguendo sua cabeça, havia uma mancha negra, horrorosa em seu pescoço_então eu estou bem!_ele sorrir com os olhos

Se isso é estar bem..

- Você não deveria ter voltado, não deveria!_abaixo um pouco a gola da sua camisa e a mancha só crescia_o que é isso no seu pescoço?