I see my apocalypse when I look into your eyes- tyzula au

Cap 3- I bet.

Eu nunca entendi fins de semana. Bem, entender claro que entendo, o que quero dizer é que eu não sei como fins de semana funcionam para mim. São os únicos dois dias, de um total de sete, onde eu não tenho obrigação nenhuma de manter a rotina. Como se faz para viver sem uma rotina?

Apesar disso, é claro que gosto de fins de semana. Nem eu consigo ficar 100% do tempo ocupada, também preciso ter o meu tempo sozinha para fazer e ver as coisas que eu gosto. E é exatamente esse o meu plano para hoje, vou ficar no meu quarto o dia todo, fazendo o que eu bem entender.

Algumas horas depois

A tela do celular marcava 20:47 da noite, o dia passou rápido até demais. Com as cortinas de meu quarto estando fechadas desde cedo, não notei até agora que o sol já tinha se posto. É nisso que dá passar horas maratonando séries da Netflix.

Desci até a cozinha para fazer uma pipoca, se já perdi o dia todo assistindo TV então por que não perder a noite inteira de uma vez? Mais algumas horas não vão mudar muita coisa. Passando pela sala, esbarrei com Zuko.

— Nossa, você 'tá parecendo um zumbi. — meu irmão é um idiota.

— Você não tem amor pela sua vida? — nós dois rimos, e eu dei um soco no ombro dele. Só um sustinho.

— Enfim, uns amigos meus estão vindo para cá. Eu não queria que fosse aqui, seria melhor em outro lugar, mas eles insistiram...então, se arruma aí, o Halloween não chegou ainda. — revirei os olhos não só pelo comentário imbecil de Zuko mas também porque a casa ficaria cheia, e eu não 'tô nada afim de tirar meu pijama e arrumar o meu cabelo. Eu não tenho um minuto de paz.

— Com amigos você quer dizer os idiotas que estão sempre com você? —

— Eles mesmos, mas acho que a Katara também 'tá trazendo outra pessoa, não faço a mínima ideia de quem é. —

— Zuzu, você precisa de amigos melhores. —

— Ei! Você não pode me criticar nisso, você só tem uma amizade! E, falando nela, se quiser pode chamar a Mai para, sabe, te fazer companhia... — quase vomitei quando ele disse isso, pessoas apaixonadas são tão esquisitas.

— Com "me fazer companhia" você quer dizer que é para você flertar com ela enquanto eu assisto a cena horrenda? — ele riu e não disse mais nada. Nesse caso, o silêncio consente.

Voltei para o meu quarto e, infelizmente, sem a minha pipoca. Desliguei a televisão e acendi as luzes, me dando de cara com o espelho. Realmente, eu estava a própria derrota. Acabei aceitando os dois pedidos de Zuko e mandei uma mensagem para Mai dizendo que era urgente e que ela precisava vir para cá, logo em seguida entrei no banho para me ajeitar e ver se sumo com essa cara de morta viva.

Enquanto eu tomava banho, Mai respondeu minha mensagem. Ela disse que não poderia vir porque os pais saíram e a deixaram de babá do irmão mais novo. Aquela casa deve estar o próprio inferno. Ela também me mandou outra mensagem perguntando o que era tão importante, resolvi não responder, já que não tinha nada para falar e aquilo era só para que ela não demorasse a visualizar.

Zuko vai ficar um pouco decepcionado. Mas quem se deu mal de verdade fui eu, que vou ficar com a casa cheia e tendo que lidar com os amigos barulhentos do meu irmão. Pensando bem, até que eu já me acostumei com eles, então não pode ficar muito pior que isso, certo? Não vai ser o fim do mundo.

Escutei a campainha tocar, instintivamente fui até minha janela e olhei para baixo, que é exatamente onde é direcionada a porta de entrada. Lá estava o grupão que meu irmão sempre anda: um garoto chamado Sokka ( inclusive acho que Zuko era afim dele antes da Mai), a namorada dele, Suki, que é com certeza a pessoa menos irritante dali, um baixinho careca do segundo ano chamado Aang, junto de sua colega de turma Toph, que eu ouvi vários boatos sobre, um deles sendo que ela jogou uma cadeira em um garoto idiota da terceira série do ano passado, ela mereceu meu respeito com isso. Por fim, também estava Katara e...espera...aquela é a...novata?