Cap 2- Being competitive sucks

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Finalmente, sexta-feira. Depois de passar o resto da semana tendo que lidar com essa novata aparecendo em todo o canto que eu vou, tentando puxar assunto comigo, sempre sorrindo. O vexame que eu passei no primeiro dia com certeza a fez pensar errado sobre mim, mas hoje é o dia em que vou mudar isso.

Todo o resto da manhã passou mais rápido do que deveria, minha mente estava voando e, pela primeira vez, não fiz questão de anotar nada do que ouvi dos professores. Sorte a minha de ter uma ótima memória, pelo menos. Hoje tenho várias coisas para me preocupar e cálculos estequiométricos certamente não são uma delas.

Têm muito em jogo para mim hoje, como a minha reputação e o meu próprio orgulho. Meu tio Iroh vivia me dizendo na infância de que ser uma pessoa orgulhosa traz mais frustrações do que felicidade, e que não se deve dar muita importância a isso. Obviamente, não vejo sentido algum no que ele disse, prezo pelo meu orgulho desde sempre e isso nunca me trouxe nada ruim, pelo menos até agora.

Chequei meu celular ansiosamente, até dar o horário marcado da corrida. Quando finalmente os números que eu queria apareceram na tela, chamei Mai e então fomos direto para a pista principal, que ficava ao ar livre. Ao chegar lá ainda estava tudo vazio, Mai foi se sentar na arquibancada e eu permaneci em pé, esperando pela novata.

-narrador onisciente on-

Após 5 minutos, Ty Lee chegou. Ela havia demorado por dois motivos: a tal pista era bem difícil de achar e ela passou um pouco mais do que deveria se arrumando no banheiro. Azula estranhou a aparência da garota, ela estava esperando vê-la com as roupas apropriadas para esporte, ou pelo menos com um tênis de corrida, mas invés disso se deparou com a novata arrumada e até mesmo com o cabelo solto. Apesar de ter ficado confusa, deu de ombros e pensou "Se ela quer me subestimar no nível de nem sequer usar o uniforme de corrida, então eu tenho que mostrar a ela ainda mais do que o meu melhor."

— Você se atrasou. — Azula fez questão de dizer, assim que viu a garota chegar mais perto.

— É...foi mal por isso, mas é que foi bem complicado de encontrar aqui. Enfim, para onde nós vamos agora? — Ty Lee sorriu de novo, indo para ao lado da mais alta. Mai, da arquibancada, conseguiu escutar tudo e ergueu as sobrancelhas, assim como Azula. As duas ficaram confusas, enquanto Ty Lee esperava por uma resposta.

— Como assim? Nós não vamos a lugar nenhum! — respondeu Azula, ajeitando seu cabelo, que estava amarrado em um rabo de cavalo.

Ty Lee estava confusa. Ela estava imaginando que iriam se encontrar ali e irem para outro lugar depois, mas, se esses não eram os planos, ela não via problema em ficar por ali mesmo.

— Ah, tudo bem! — sorriu largo, e Azula mordeu o interior das bochechas. — O que vamos fazer aqui, então? —

Azula estava começando a achar todo aquele "teatro" de se fazer de desentendida muito irritante. "Como ela não sabe o que viemos fazer aqui? O que ela pensa que as pessoas fazem numa pista de corrida? Dançam?" pensou, mas evitou mostrar seu incômodo com a pergunta da novata, tentando não deixar claro que estava caindo na suposta tentativa de Ty Lee de irritá-la.

Enquanto isso, do outro lado tinha uma Ty Lee cheia de expectativas para os planos de Azula. Claro que era meio diferente chamar alguém para sair na pista do colégio, mas não via uma razão para não ir. Ela havia achado a garota interessante desde que se encontraram no primeiro dia, e ao ouvir as coisas do pessoal sobre a mesma, se interessou ainda mais.

— Já que não ficou claro, nós vamos apostar uma corrida. Aquilo de segunda não foi nem perto do que eu posso fazer, e eu quero te mostrar do que realmente sou capaz. — Azula falou, com muita convicção.

— Faz sentido, eu acho. Eu não me preparei nem um pouquinho para isso, mas eu topo. — deu uma risadinha. Azula fechou a cara e franziu o cenho na mesma hora. "De novo essas provocações? Quem ela pensa que é para me subestimar assim? Rindo por aí, dizendo que não está preparada...eu dei tempo suficiente para ela se preparar, o que ela está dizendo?"

A de cabelos pretos engoliu em seco todas as palavras que queria dizer, e respondeu:

— A Mai vai cronometrar a corrida, assim como ela sempre faz nos meus treinos. Não sei se você sabe, mas meu tempo recorde de correr toda a pista é de menos de 1 minuto. — falou, se vangloriando. Ty Lee arregalou os olhos, ela devia realmente ser muito rápida e ter muita prática para correr aquilo tudo em tão pouco tempo.

— Isso é realmente muito impressionante, Azula! Você deve ter passado muitos anos treinando para isso, não é? — apesar do tom inocente na fala, Azula interpretou errado mais uma vez o que a novata quis dizer, torcendo o nariz por não ter gostado do que escutou.

— Sem mais enrolação. Vamos começar agora! Você fica naquela marcação e eu fico nessa. Quando eu disser, nós damos a largada. — a atleta mandou, explicando brevemente o que aconteceria para que não houvesse mais confusões. Ty Lee assentiu, com um sorriso, e foi para sua marcação. As duas garotas se prepararam em suas posições, com pensamentos completamente diferentes sobre o que estava prestes a acontecer.

Azula fez a contagem, e imediatamente saiu em disparada, começando a manter-se em um ritmo menor apenas quando percebeu que já estava longe de Ty Lee. Do outro lado, a novata vinha se esforçando para chegar perto da outra garota, mas o fator do cansaço e de estar usando o tipo de tênis errado com certeza não ajudou em nada. "Bem, é só uma brincadeira, não tem por que eu levar a sério. Acho.", pensou, enquanto continuava a correr.

Como já previsto por Mai e Ty Lee, Azula honrou sua palavra e de fato chegou ao final da pista em menos de 1 minuto. Ty Lee chegou cerca de 20 segundos depois. Azula sentiu uma rajada de confiança passar pelo seu corpo e sua autoestima subir novamente e, pela primeira vez no dia, sorriu. O que não passou despercebido pela novata, que também sorria enquanto foi parabenizar a garota.

— Isso foi incrível! Você corre muito mesmo, eu não cheguei nem perto! Eu não fico cansada assim há dias. — disse, empolgada.

Mais um feito inédito do dia: Azula não se aborreceu com nada que Ty Lee havia dito na frase.

A vencedora andou até sua mochila e tirou de lá duas garrafinhas de água, abriu uma para si e entregou a outra para Ty Lee, que agradeceu e achou o gesto gentil.

— Então, o que a gente faz agora? Querem ir almoçar juntas? — perguntou a mais amigável das três, esperando uma resposta positiva para que pudesse passar mais tempo com Azula.

-narrador onisciente off-

Almoçar juntas? O que é isso, a creche? Eu sei que agora que eu mostrei para ela o quão eu sou boa ela provavelmente virou minha fã, mas apesar de qualquer coisa, ainda continuo desconfiada em relação a essa garota nova. E, mesmo se eu quisesse ir, eu já tenho o resto do dia cheio de compromissos.

— Eu tenho treino agora, não posso faltar. Mas talvez outro dia, quem sabe? — menti. Claro que menti. Nem eu sou grosseira o tempo todo.

Ty Lee se despediu com poucas palavras e então segui meu caminho com Mai. Depois de me falar em quanto tempo fiz minha corrida, ela começou a comentar algumas coisas sobre o que aconteceu na pista, eu não prestei muita atenção mas lembro dela ter falado coisas como: "Acho que a novata entendeu tudo errado" e "As coisas ficaram bem esquisitas".

Não vi sentido em nada que ela disse, e também não é como se fosse algo muito importante, logo não vou gastar mais do meu tempo pensando sobre. Eu já não tenho muito tempo livre hoje mesmo...

I see my apocalypse when I look into your eyes- tyzula auOnde histórias criam vida. Descubra agora