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— Você poderia traduzir para mim... — Uma voz rouca soa do outro lado daquele muro marrom escuro.

                   
— Não, iria te traumatizar. — Me encosto no muro e sorrio de canto ao sentir o vento gelado bater no meu rosto.

                   
— Eu já ouvi coisas piores, pode ter certeza. — Sinto um arrepior percorrer o meu corpo quando escuto a sua voz pela 2° vez, mas o vento teve uma ajuda nisso.

                   
— Hum.. ** *** ******** ** ***** **** **** **** ** ******** ** **** **** *****... — Falo como se não fosse nada.

                   
— Ok, eu te levo na igreja. — Começo a rir e consigo escutar a sua risada junto a minha.

                   
— Eu avisei, Noah. — Encosto a minha cabeça no muro e abraço as minhas pernas.

                   
— Eu devia ter te escutado, Sina. Mas eu já ouvi muita coisa desse tipo.

                   
— Imagino, eu já estou acostumada.

                   
— Então, Sina. Quantos anos você tem? Eu tentei adivinhar por sua voz mas é tecnicamente impossível.

                   
— 17, e você? Eu juro que também tentei. — O Noah solta uma risada baixa e logo depois suspira.

                   
— 18. — Ele fala num tom cansado.

                   
— Ih, tá virando um hominho.. — Falo como se estivesse falando com uma criança.

                   
— Sei lá, isso me assusta. — Eu Assinto, mesmo sem ele conseguir me ver.

                   
— Acho que assusta todos nós..

                   
— Verdade, verdade.. — Ele para de falar e parece prestar atenção em uma voz de fundo. — CERTO, EU JÁ ESTOU INDO! — O Noah fala alto. — Eu vou precisar ajudar lá dentro, espero que possamos conversar de novo, alemã

                   
— Eu também, americano. — Me levanto e respiro fundo. — Tchauzinho.

                   
— Tchau, baby. — Consigo escutar os passos do Noah na grama e logo entro na minha casa também.

                   
    Me assusto ao ver minha mãe na sala, mas não pude evitar ficar feliz.

                   
— Você chegou cedo hoje.. — A mulher olha para mim e dá um sorrisinho de canto.

                   
— Me desculpa, filha! É que eu..

                   
— Eu já entendi, você vai sair de novo. — Falo quase como um sussurro enquanto minha cabeça fica baixa.

                   
— Não fica triste, eu trouxe pizza. Tchau filha, se cuida! — Assinto e olho para a mulher que agora já saía de casa. Foi embora tão rápido quanto chegou.

                   
    Respiro fundo e sigo em direção a cozinha. Pego a caixa de pizza e vou para o meu quarto. Amanhã é sábado, então significa que meu dia vai ser só eu, o meu celular e a TV.

                   
    Eu não sei por quanto tempo fiquei assistindo filmes e séries, mas quando fui fechar a cortina da minha enorme janela eu consegui ver um pedacinho de papel no chão do jardim.

                   
    Mordo os meus lábios pela animação e sigo em paços rápidos para o jardim. Pego o papel em um movimento rápido, até para mim.

                   
    Hey alemã, espero que você esteja melhor. Se quiser conversar ou desabafar eu vou está ao lado do muro as 14:00. Se preferir não fazer isso  ignora esse bilhete *rindo de nervoso*, boa noite, Sina!

                   
    Sorrio bobamente enquanto olho para aquele pedaço de papel nas minhas mãos.

                   
— Boa noite, Noah! — Murmuro e dou meia volta para entrar em casa..

                  

𝗢𝗶, 𝗾𝘂𝗲𝗿 𝗰𝗼𝗻𝘃𝗲𝗿𝘀𝗮𝗿? ; Noart ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora