Capítulo 36

112 16 20
                                    

Tenebrosa

Assim que cheguei ao hospital fui direto para o quarto que Micaela estava, ela dormia e  meu pai estava sentado em uma cadeira, ele estava visivelmente cansado e abatido. 

Tenebrosa: Pai, vai descansar eu fico com ela. - me aproximei dele fazendo carinho em seus cabelos. 

Rei: Não, Estrelinha está tudo bem, você precisa descansar que eu sei. - Meu pai era teimoso feito uma mula, ele estava exausto, ao mesmo tempo que transbordava preocupação, mas eu precisava daquele tempo com a minha irmã.

Estela: Pai é perigoso você ficar aqui na pista, e eu estou bem, já tomei remédio e descansei, não se preocupe! Agora você precisa descansar e eu preciso de uma conversa com a Micaela quando ela acordar. - Ele pensou um pouco e mesmo com certo receio ele aceitou. 

Rei: Eu vou pra casa, mas qualquer coisa é só bater um fio que chego aqui em 2 tempos! - Acenti com a cabeça e ele beijou minha testa e saiu. 

Fiquei algum tempo sentada na cadeira olhando o meu celular e tentando organizar meus pensamentos confusos, quando Micaela acordou eu percebi seus olhos marejados e então me levantei e fui até ela. Minha vontade era de envolver ela num abraço, mas eu não podia, seu abdômen estava perfurado em 3 lugares, e era obvio que ela não podia receber abraços, então beijei a cabeça dela e encostei minha testa na dela, permaneci ali acariciando seu rosto. 

Aquele momento partiu meu coração em vários pedaços, me dói tanto ver minha melhor amiga, minha irmã, desse jeito, eu só queria conseguir absorver toda a dor que ela deve estar sentindo, e ver ela novamento com um sorriso, que só ela tem, espalhando alegria por aí. 

Micaela: Estela, ele me usou e me enganou esse tempo todo, ele me traiu, e eu achei que ele me amasse, eu fui uma burra!  Ontem ele me bateu,me xingou e me humilhou, mas quando ele tirou de mim o meu filho, ele me matou também. - Ela disse aos prantos, e a dor no peito de ver ela assim parecia tirar meu ar. 

Tenebrosa: Meu amor você não foi burra, ninguém podia imaginar isso, todos nós fomos enganados, e você não morreu, você não pode dizer isso, esse bebezinho que agora está no céu quer ver a sua felicidade. - Minha voz ficou embargada, as minhas lágrimas apareceram. - Vai ser difícil eu sei que vai, mas você não pode desistir, você tem que ser forte, se você morrer eu vou morrer junto, eu não vou aguentar a idéia de viver sem você! - Ela segurou a minha mão e com o coração apertado ficamos alí, e não havia lugar no mundo que eu quisesse estar senão alí, cumprindo a promessa de estar com ela para sempre. 

Horas depois Micaela adormeceu, eu fiquei lá olhando a chuva cair do outro lado da janela, o tempo estava escuro assim como a minha alma, que estava sedenta por vingança, eu irei me vingar daquele desgraçado que fez tudo o que fez com a minha Micaela. Lilo não vai precisar morrer para chegar ao inferno, eu mesma faço questão que o inferno dele começe aqui na terra, e nesse inferno eu vou ser o diabo. 

Entrei na sala de tortura e vi aquele ser desprezivel todo machucado, quase sem dentes, a beira da morte , sinal que os soldados fizeram um bom trabalho, não deixei de sorrir com a cena.  Gringo estava comigo, depois de muito brigarmos, decidimos matar lilo, ou devo dizer Murilo dos Anjos, juntos. 

Tenebrosa: Sabe, eu achei seu sobrenome curioso, porque se você é "Dos anjos" como será que você vai ser recebido pelos demônios? Porque eu garanto que o seu sobrenome vai ser o mais perto dos anjos que você vai chegar! - E mesmo com o corpo todo ferrado, ele me encarava com desprezo e deboche. 

Gringo: Esse animal não entende palavras ele só entende isso… - ele chutou as costelas de Lilo que tossiu sangue e se encolheu. 

Lilo: Vocês acham o que? Que me torturando vocês vão fazer eu me arrepender de tudo que eu fiz ?! - Começou a falar com dificuldade.- Eu tenho orgulho, faria tudo de novo, inclusivo atirar naquela vagabunda da Micaela, já pensou um filho meu com o sangue daquela imund… - Não deixei que ele terminasse, foi a minha vez de chuta-lo,  e ainda acertei dois socos na sua face fazendo com que ele ficasse desacordado. 

Tenebrosa: Gringo, vamos colocar ele de cabeça para baixo, e ai vamos prepara a fogueira. - Falei e ele me olhou com as sobrancelhas arqueadas.- O que foi?

Gringo: Nada, ainda não me acostumei e também nunca imaginei ter ver tão fria assim - Ele suspirou e começou a me ajudar a colocar aquele encosto pendurado de cabeça para baixo. 

Tenebrosa: Acorda bela adormecida, eu quero me divertir te vendo sofrer mais um pouco! - Disse apertando o seu nariz fazendo com que ele suficasse e acordasse desorientado.

Percebia Gringo um pouco assustado e encomadado comigo alí, mas ele precisaría saber quem eu era, mais cedo ou mais tarde. Fiquei alguns minutos vendo Lilo gritar e se debater tentando se desacorrentar, e vi ele falhar miseravelmente inúmeras vezes, e depois sai da sala seguida por Gringo.

Tenebrosa: Gringo sobre o que você disse lá dentro, eu sinto muito e já pedi desculpas por ter mentido para você, mas essa sou eu, eu sou a Tenebrosa! No entanto, isso não impede que eu… eu ame você. - Disse e me virei seguindo meu caminho em silêncio e ouvi os passos dele se distanciarem de mim.

Entre eu e ela, vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora