Capítulo 29

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Tenebrosa

Quando Medusa disse que eu iria para o Brasil meu corpo gelou, sabia que Paraisópolis estava em guerra com Heliópolis e com isso as Facções CV e PCC também, e lá no fundo eu rezava para não ter sido convocada.

Tenebrosa: A Brasil, claro, para onde? Belo Horizonte, João Pessoa, quem Sabe Floripa? - Medusa me olhou com tédio, e nesse momento eu tive certeza de que era o que eu temia.

Medusa: Não, Brasil, São Paulo, para ser mais especifica Guerra entre o CV e PCC, em Paraisópolis - Eu quis sumir naquele mesmo instante, senti meu corpo todo arrepiar. 

Tenebrosa: Medusa eu não estou pronta para uma guerra - me levantei e comecei a andar de um lado paro o outro - Eu não estou pronta para voltar para o Brasil, e para ser sincera eu não sei como vou encarar o Gringo. - Meu coração palpitava, todas as minhas preocupações em voltar para o Brasil daqui a 6 meses, foram adiantadas para agora.

Medusa: TENEBROSA! - Falou alto me assustando e me fazendo encarar seus olhos, senti o medo me percorrer - Essa é você, você é a Tenebrosa agora Estela, você acabou de assaltar um banco com alta segurança, saiu ilesa e com 600 bilhões de reais para nossa conta,e isso com menos de 10 pessoas na equipe, Você fez 3 assaltos gigantes, orquestrou assassinatos, fez condenações e execuções de dezenas de pessoas, devo resaltar que sempre justa- Ela se aproximou segurando meus braços - Você esta preparada, você é minha cria e não ouse dizer que eu, Medusa, não preparei você o suficiente. - Sim eu sabia de tudo aquilo, mas uma guerra? Eu estava em estado de choque. E nisso tudo ainda tinha o Gringo, são meses sem falar com ele, e mesmo com as minhas novas experiências aqui ou ali, era como se ele fosse uma parte de mim que faltava. 

Tenebrosa: Medusa, eu sei tudo o que eu fiz e vivi, nesses 6 meses e meio você me preparou da melhor forma possível, mas poxa são 6 meses, é apenas metade do tempo de treinamento, e como é que eu vou encarar o Gringo? A minha volta me perturba desde o momento que decidi vir e deixar ele. - Medusa era de longe a pessoa em quem eu mais confiava alí, e não era de se negar seu "afeto" por mim, mas eu não sou tola, morro de medo dela e o olhar que ela me lançava faltava me partir ao meio.

Medusa: Tenebrosa, o Gringo vai ser o menor dos seus problemas, se você tem forças para me enfrentar como está fazendo agora, você nem vai sentir quando passar por ele. - Ela suspirou e se afastou um pouco de mim - Quando você chegou, eu confesso que imaginei que você seria uma grande dor de cabeça, mas você me mostrou a que veio, conquistou seu lugar, eu sei que você vai conseguir e vai voltar para nós ainda mais forte, não decepcione sua fraternidade e nem a mim! - Disse de costas, e suas últimas palavras me deixavam sem argumento algum, eu não podia me tornar uma decepção para a mulher que era uma inspiração para mim.

Era isso, Brasil aqui vou eu! 

Tenebrosa: Medusa, meu único pedido é que eu tenha 1 dia livre para ver o meu pai e minha irmã, antes de enfrentar o Gringo e a Guerra, se puder pedir esse favor ao MR,  sigilo por 1 dia até que possamos nos apresentar devidamente. - Ela apenas acentiu com a cabeça e entendi que era para eu me retirar. 

O avião pousou e tudo em mim estava uma confusão, estava numa profunda ansiedade, medo e preocupação, ao mesmo tempo feliz por poder abraçar meu pai e a Micaela. No entanto, não expressava sentimento algum, mantinha a postura e a feição rigida, as palavras de Medusa refletiam em minha mente "Uma líder jamais expõe seus medos e fraquezas, transmite confiança a sua equipe mesmo no auge da loucura".

Tenebrosa: Antes de descer desse avião eu quero dar um aviso, vocês 6 são MINHA equipe, portanto respondem unicamente as minhas ordens, não discutam é perca de tempo, mas façam o que eu mandar, entendido? - Olhei para cada uma delas que responderam em coro " Sim Tenebrosa" - Sei que o planejamento foi curto, mas nunca façam algo sem no mínimo um plano b, quando tudo acabar preciso de todas vocês de volta comigo, vocês são minha responsabilidade… e minha família, e antes que comecem a melação desçam logo, eu vou por último! - Elas riram e depois desceram em silêncio. 

Como o esperado, o Aeroporto era no meio do nada, assim que desci do Avião, me deparei com MR, não o conhecia pessoalmente, mas fiz a lição de casa, ele estava parado ao lado de 4 Land Houvers pretas, vidros fumê e aparentemente fortemente blindadas

MR: Boa tarde senhoritas, qual de vocês é a Tenebrosa? - Perguntou caminhando em nossa direção.

Tenebrosa: Sou eu, e você é o chefe do Comando, MR, prazer. - Me aproximei dele e apertei sua mão.

MR: O prazer é todo meu, essa é sua aquipe certo? - Afirmei com a cabeça - Por Favor se apresentem. - Disse e percebi ele analisando cada uma de nós.

Como de padrão, cada uma delas disse o vulgo e sua função, e o sotaque de Icy, Storme e Crazy, me fiz sorrir, elas aprenderam o português as presas, mesmo que já praticassem, precisaram fazer um intensivo. 

MR: Acredito que já me conheçam, mas mais uma vez, eu sou o MR, chefe do Comando Vermelho. Gostaria de dizer que quando dizem que vocês são belas e mortais não mentem - Todas rimos. - Façam Duplas e vão para os carros, Tenebrosa irá comigo, temos negócios a resolver. - E assim fizemos.

Durante o caminho organizamos como seria minha apresentação com as garotas, determinamos que planejariamos as estratégias em conjunto, mas que eu teria autonomia para tomar decisões. MR explicou que a casa onde iria ficar era próxima a principal, e percebi que queria ver o Gringo uma última vez antes de tudo vir a tona.

Depois de deixar as coisas na casa onde ia ficar durante a guerra, eu fui para a casa do meu pai, e deixei as meninas se organizarem. 

Tenebrosa: Alguém em casa - Disse ao entrar, meu pai apareceu na porta da cozinha, e eu corri para os seus braços.

Rei: Oi meu bebê, senti tanta saudade - eu sentia falta até de quando ele me fazia raiva.

Tenebrosa: Aí pai, às vezes eu realmente queria ser só o seu bebê, porque ser a temida Tenebrosa às vezes é exaustivo. - Continuava abraçada com ele, e por mim permaneceria ali por horas, mas ele se afastou para me olhar.

Rei: Estrelinha, eu sei, é esse bagulho de exaustivo ai mermo, mas eu tenho muito orgulho de você meu amor, sei que você não esperava ser uma líder, e olha só você, fazendo um trabalho de deixar todos com o queixo caído - Ele beijou minha cabeça - Filha eu te amo, e você vai ser a melhor assassina de todas, eu tenho certeza - eu não sei o que seria de mim sem o meu pai, ele é incrível.

Tenebrosa: Orgulho tenho eu de ser a filha do Rei - soltei um sorriso - Eu também te amo papai - Abracei ele novamente.

Micaela: Estrelinhaaa!!!- Micaela chegou toda animada me abraçando, e como eu sentia falta dessa maluca.

Tenebrosa: Espera ai, isso é… Você está gravida Micaela?!- Passei a mão na sua barriga, que era bem pequena ainda.

Micaela: Bem, eu pensei em te contar, mas quando você disse que ia vir para o Brasil, decidi fazer surpresa - Ela sorriu, e eu não sabia se estava feliz ou chocada - Parabéns, você vai tia dinda do meu filhote ou da minha meninha - Decidi, eu estava feliz, ver a alegria dela e saber que ia ganhar um afilhadinho ou afilhadinha. 

Tenebrosa: Eu nem sei o que dizer Micaela, estou feliz por você, mas e o Lilo, vocês vão morar juntos? - Percebi a careta do meu pai e acabei rindo.

Micaela: Vamos, mas eu não tive coragem de abandonar esse velho ranzinza ainda - Ela abraçou meu pai que acertou um tapa na cabeça dela - Ei! não se bate em uma grávida - Ele fez cara de deboche.

Rei: Não se desrespeita os mais velhos, em segundo lugar eu não sou velho e nem ranzinza, pergunta pra tuas amigas...- Olhei para ele com nojo.

Tenebrosa: Eu não preciso saber das suas transas pai ! Que nojo!!! - Gargalhamos todos juntos, não importava, por mais que eu amasse o CTA, essa era minha casa, e já não via a hora de voltar definitivamente.

Entre eu e ela, vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora