Entre eu e ela, você

Capítulo 23

Estela

Depois de desembarcar em Brisbane, na Austrália, bem longe do México e do Brasil, eu fui colocada em um carro e de lá eu perdi totalmente a noção de onde estava, andamos por horas, e sinceramente algumas vezes percebia que o carro fazia caminhos repetidos para me confundir. 

Estava perdida em meus pensamentos, pensava a todo momento se seria uma boa idéia manter contato com o Gringo, se eu saberia me virar sozinha longe de casa, e lá no fundo dos meus medos, algo soprava " será que eu irei voltar para casa um dia?"... Minha mente perturbada me impedia de dormir, mas também evitava que prestasse atenção em qualquer caminho que o carro seguisse.

Paramos em frente a um prédio de vidro e incrivelmente lindo, era a cede do CTA, uma mulher estava na entrada, ela era alta, vestia uma saia midi e camiseta, ambas de couro preto, e calçava um scarpin preto, ela era de uma beleza absurda, mesmo aparentando chegar aos 35 ou 40 anos. 

Desci do carro, o motorista avisou para deixar as malas no carro e elas seriam entregues em meu alojamento. 

Medusa: Bem na hora, me chamo Medusa e sou eu que dito as regras aqui do CTA - Ela falou num tom frio assim como seus olhos - E você deve ser a menina que se envolveu com o dono do morro, só por curiosidade o que tinha na sua cabeça? mas já queria você aqui a algum tempo. 

Estela: Eu sou a Tenebrosa, muito prazer, sobre o Gringo, você precisaria conhecê-lo para entender o que estava na minha cabeça, e porque me queriam aqui ?- Sorri fraco, e ela me olhou com um certo desprezo. 

Medusa: A primeira regra você acertou Estela, apenas eu, ou seja a chefe desse lugar, devo saber seu nome, nunca, em hipótese alguma, revele seu nome verdadeiro para ninguém, você é a Tenebrosa aqui, e de uma vez por todas lá fora - Ela disse enquanto começou a caminhar para dentro do prédio - Queríamos você aqui porque já te observamos a um tempo Tenebrosa, e você tem talento, pode ser de grande ajuda para as facções e máfias envolvidas com o nosso esquema - Quando ela disse  facções e máfias no plural, que eu me liguei que não era só do cv esse lugar, não fazia mais ideia de onde estava me metendo. 

Tenebrosa: Quer dizer que esse lugar não é do CV então ? - Ela riu, e eu fiquei um pouco sem graça. 

Medusa: Não querida, esse lugar tem várias outras facções de inúmeros  lugares, mas o Comando Vermelho é a única, do Brasil, onde exigimos tributos - Ela continuou a andar e entramos em um elevador, era tudo incrivelmente moderno - Não sei se você sabe como funciona a escolha, mas a cada ano exigimos das parcerias uma garota, e dessa vez foi você a escolhida pela sua facção, e bem por nós também, achamos incrível ter mandando a cabeça do seu namorado para a Família dele. - Eu acabei soltando um leve sorriso com o comentário. 

Fiquei calada e fui seguindo a Medusa, que parecia desfilar pelos corredores, até entrarmos em um corredor que possuía várias portas, ela parou frente a última.

Medusa: Esse vai ser seu alojamento durante o tempo que permanecer aqui - ela abriu a porta, me deu espaço para entrar e entrou em seguida- Já devo lhe alertar sobre celulares e computadores particulares serem permitidos apenas nos dormitório, nem pensar em fotos da cede em redes sociais, o correto é desativalas durante a estadia aqui, e para qualquer efeito, você está no México, pois apenas o chefe do Comando e dono do morro  saberão onde você está, mas no seu caso, o Gringo não sabe que é você quem está aqui, então bico fechado sobre sua localização!- ela falava com tom de superioridade - e peço que desfaça as malas e descanse, pois logo pela manhã será o seu batismos, até amanhã - Ela se virou e saiu, sem nem me dar a chance de questionar algo, e eu não fazia ideia de como seria o batismo aqui, mas sei que o do CV é horrível. 

As malas já estavam no quarto, então olhei em volta, possuía paredes cinzas, uma parede de vidro que dava visão para as árvores e mais ao longe, o que parecia ser uma praia, mas haviam cortinas tapar a luminosidade acredito. A cama ficava do lado direito do quarto, ao lado dela uma porta, que ao abrir encontrei com um closet, que já tinha roupas de cama e toalhas, tinha uma maleta de curativos, e um espelho. 

Na parede que dava para a porta do corredor estava um sofá vermelho, já na parede esquerda do quarto estavam uma escrivaninha, e mais uma porta, que dava para o banheiro. 

Depois de desfazer as malas eu me joguei na cama, e depois de avisar que estava bem para o meu pai e para a Micaela, eu simplesmente adormeci.