Capítulo 22

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Estela

O sol estava no meio do céu, e mesmo assim, para mim tudo estava nublado, os últimos dias foram de intensa correria, e em poucos minutos eu estaria a caminho do CTA.

Gringo estava fora, não sei dizer ao certo se isso me alegrava, pois se por um lado era mais fácil de sair sem lavantar suspeitas, por outro eu queria pelo menos olhar para ele uma última vez antes de ir, mas não seria possível. 

Rei: São só essas as malas estrelinha, ou tem mais alguma? - meu pai perguntou encarando as 2 malas cinzas posicionas na sala. 

Estela: São sim pai, na mala maior estão roupas, na menor são os calçados e a nessesaire está com produtos de higiene, maquiagem e etc… Optei por levar pouca coisa, de qualquer forma estou levando dinheiro se precisar fazer compras - Dei um sorriso falso para ele que me olhou debochado já sabendo que voltaria com no mínimo mais 2 malas de coisas - E você vai comigo até a central ou vou sozinha? - Perguntei imaginando a resposta.

Rei: Vou te levar no aeroporto do CV, de lá você segue sozinha bebê, mas não pilha, você vai se dar bem, bota fé - Ele me envolveu em um abraço, e para mim não existia lugar mais seguro. 

Senti um peso sobre mim, braços envolverem a minha cintura,e meu ombro molhado, era a Micaela me abraçando aos prantos, eu ja sentir falta da minha família. 

Micaela: Você tem mesmo que ir hoje? - perguntou em voz baixa e se afastando um pouco. 

Estela: Tenho sim, mas não fica assim irmã, quando você menos perceber eu já vou estar de volta.  - a abraçei e olhei meu pai segurando o choro, não contive o sorriso de lado.

Rei: Chega desse drama, daqui a pouco ta tudo inundado aqui, Estela tem certeza que tá tudo certo né? - Micaela deu a língua para ele, e eu confirmei com a cabeça - Eu vou ir pegar dinheiro na boca, então coloca as malas no carro, que assim que eu chegar nóis ta partindo - ele disse autoritário e saiu. 

Estela: Sabe que eu ainda vou ter celular e vou falar contigo sempre que der né? - Falei com a Micaela que estava olhando para as malas com aquele olhar de cachorro abandonado. 

Micaela: Eu sei, mas não vai ser a mesma coisa de te ter aqui estrelinha, eu não queria me separar de você irmã - Meu coração sempre aperta quando ela me chama de irmã, o porque o carinho entre a gente sempre foi mesmo, porém na conseguia explicar o sentimento.

Estela: Porra Micaela, tu me fez borrar a maquiagem - Falei tentando descontrair um pouco, e limpando as lágrimas- Eu vou por as malas no carro - Beijei a testa dela e peguei a mala maior indo para fora.

Voltei para pegar a mala menor e a necessaire, quando estava fechando o porta malas do carro senti um braço envolver minha cintura,um frio na barriga tomou conta de mim, porque eu reconhecia aquele toque. 

Gringo: Onde a minha dama pensa que vai? - Disse no meu ouvido, e cada centímetro do meu corpo arrepiou. 

Estela: Primeiro que eu não sou sua, e segundo, você some e acha que tem direito de querer cobrar satisfação de alguma coisa Gringo? - Me desvencilhei dos braços dele e mantive a postura, não podia me derreter por ele agora, por mais que no fundo era exatamente assim que me sentia.   

Gringo: Ih ala, vai esculachar assim mermo?! chego todo no carinho e tu me recebe assim gatinha - Olhei pra ele com deboche, e ele soltou um sorrissinho cafajeste. Por que diabos esse cara tem que ser um filho da puta gostoso, que raiva - Foi mal ai pelo sumiço, minha mente tava a milhão e precisa esfriar ela, mas to aqui, e agora me diz pra onde você vai? - eu tinha certeza que a mente dele não estava no melhor estado, perguntei sabendo que a data da morte da Amália era algo complicado para ele. 

Estela: Eu vou para o México primeiro, consegui um intercâmbio e estágio da faculdade lá, e depois pode ser que vá para algum outro país se me der bem   - Menti na cara dura, mas já havia decorado aquele discurso, e o repeti tantas vezes que até eu mesma estava acreditando que era verdade -  E se você veio tentar barrar, nem tenta, eu vou de qualquer jeito - Eu fui dura imaginando que ele tentaria me obrigar a ficar, mas ele começou a rir e eu fiquei sem entender.

Gringo: Ei calma ai, tá mó estressadona atoa, vou prender tu não, quero ver tu voar, só vim dar thau mermo - Fiquei espantada, e ele sorriu de lado e se aproxiou, me afastei mas ele foi mais rápido e me puxou, cheirou meu pescoço e selou nossos lábios - Quando voltar, de volta pra minha cama em gatinha. - antes de responder ele me beijou de novo. 

Rei: Bonito em Gringo, agora larga minha Filha antes que que atire no seu saco - Levei um susto, o Gringo então, ficou branco, achei que ele fosse cair duro ali na minha frente.

Gringo: Relaxa ai Rei, só vim dar um thauzinho - Meu pai olhou pra ele com ar de deboche e acertou um tapa na cabeça dele - Ai poha, ficou malucão mermo é? - Meu pai riu.

Rei: Foi só pra tu ficar esperto, e Estela, tudo pronto? - estava um clima extremamente desconfortável. 

Estela: Tudo sim pai, você pode chamar a Micaela por favor - Meu pai semicerrou os olhos. 

Rei: Entendi, 2 minutos, e quando eu voltar eu quero você...- apontou para o Gringo - Bem longe daqui! - Gringo soltou o ar pelo nariz em tom de risada e meu pai saiu. 

Gringo me puxou para ele e me beijou, senti meu corpo amolecer, e naquele momento cogitei em não sair mais dalí.

Estela: Humm… Gringo.. Chega, vai logo antes que meu pai volte e atire de verdade em você- Falei entre os beijos.

Gringo: Então é… A gente se fala, boa sorte gatinha, e não esquece do papo que te mandei - Eu ri, e ele se virou para ir embora, mas me roubou um selinho antes de ir.

Entre eu e ela, vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora