Capítulo 6

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Estela 

Entrei no banheiro me xingando tanto, "Caralho Estela, tinha que ter resistido nessa merda"pensei putassa comigo mesma. 

Mas se eu tava pistola eu nem queria ver o meu pai se eu contar que peguei o Gringo, ou melhor, ele me pegou. 

Tudo rodava na minha mente, via a minha vontade era ser igual o meu pai descer ladeira abaixo, mas porra, eu treinava e estudava tanto pra isso, minha paixão pelo Gringo, por exemplo, não era só pelo rosto bonito e corpo gostoso que ele tem, a maior parte era por tudo que ele já fez, estudei várias assassinatos e roubos que ele orquestrou, não vou negar, achava um máximo. 

Quando contei pro meu pai a minha vontade de seguir os passos dele, tinha só 15 anos, ele ficou chocado mas passou a partir dali a me treinar mais que antes, e sempre repetiu na minha mente " Mulher de bandido, se já não tiver no crime, não ganha tem respeito, vira só um enfeite de nome do malandro", e o que eu fiz? Não peguei um simples bandido, fui lá e peguei o dono de um morro. 

Eu resisti tantas vezes os outros caras, vez ou outra eu cedia porque sou filha de Deus né, também sentia desejo, mas era raro e quando acontecia era um beijo e nunca mais. Fazia contábeis porque meu pai dizia que isso poderia tornar mais fácil minha entrada no crime e a saída também, se acaso eu um dia me cansasse.

Terminei minhas necessidades e olhei no espelho, dei graças a Deus que meu batom eram nude e nem deu pra perceber que tinha beijado alguém. 

Eu voltei para onde tinha visto meu pai pela última vez e ele não estava mais. Enquanto procurava o coroa com o olhar, eu rezava para o Gringo estar pegando outra garota e torcia para ele esquecer o que houve, quando meu olhar bateu nele enfiando a língua na boca de outra menina eu respirei fundo de alívio, virei o rosto e abri um sorriso, depois fechei a cara e voltei a procurar meu pai, ele estava perto do Gringo. 

Caminhei até ele, já tinha dado o que tinha que dar esse baile, só queria ir para casa, então fui buscar meu celular pra ir. 

Rei: Voltou meu bebê - repreendi ele com o olhar - Tu não me põe medo não amor, e escuta demorou no banheiro por que? Tu tava pegando algum arrombado?

Eu estava meio inclinada para frente, Gringo estava do lado do meu pai e eu sabia que ele estava ouvindo tudo. 

Estela: Demorei porque tinha gente no banheiro e só peguei um cara lá embaixo num beco - sorri maliciosa para o meu pai e ele me olhou meio bolado - E me dá meu celular que eu vou pra casa. 

Rei: Micaela vai com você?

Estela: Pai se a Mi ainda estiver aqui é milagre- Gargalhei - e relaxa eu vou pra casa e sei me virar sozinha. 

Rei: To de olho em tu em Estrelinha - ele beijou minha cabeça e eu me levantei ajeitando o vestido e saí. 

Demorou alguns minutos até eu sair da multidão do baile, depois comecei a caminhar para casa, deixei uma mensagem para Micaela dizendo que ia embora mas ela nem visualizou. 

Estava passando por um beco quando ouvi passos atrás de mim, ouvi as piadinhas. 

Xxx: Onde a mocinha pensa que vai sozinha ? - apertei o passo mas a pessoa também - Não adianta andar mais rápido putinha eu vou me enfiar dentro você de qualquer jeito. 

Quando eu ouvi essa última frase eu parei, mas não me movi. 

Xxx: Obediente, não vai doer você vai gostar - Senti as mãos nojentas me tocarem.

Hora de me revelar! 

Apenas virei um soco, mas sem muita força só para fazer o cara ficar esperto, e me virei.

Xxx: Sua filha da puta - Tentou tocar no meu cabelo, mas no mesmo instante eu quebrei sua mão e ele gritou de dor. 

Eu gargalhei e acertei seu estômago com força, depois chutei seu pênis, e mais uma sequência de golpes, quando achei que ele ia perder a consciência eu peguei o seu pescoço e o fiz olhar para mim. 

Estela: Espero que esteja arrependido de cruzar o meu caminho, muito prazer eu sou a Tenebrosa - Vi o cara ficar branco de medo e sorri. 

Xxx: Des… des… desculpa eu não sabia - Ele tossia sangue e eu ri de novo.

Estela: Que desculpa esfarrapada -Neguei com a cabeça- Espero que o capeta goste das suas desculpas, aproveita e diz que eu mandei um oi pra ele- Apoiei minha mão na testa dele e aprofundei minha mão no seu pescoço, com um simples movimento eu girei o corpo de dele ficando um a garganta do inútil na mão. 

Seu corpo caiu sem vida, e eu marquei um T em sua testa, com a unha mesmo, só pra deixar claro que fui eu. 

Estela: Droga manchei meu vestidinho, se não sair, mando a contar pra tu lá no inferno. - Debochei.

Continuei a andar e como as ruas estavam escuras e desertas ninguém ia me ver cheia de sangue muito menos saber que fui eu que quem matei ele. 

Não era o primeiro e nem ia ser último que eu matava, mas ninguém sabia minha real identidade, só o meu pai,  eu tinha muito cuidado. Cheguei em casa tomei um banho e dormi feito um anjo como se nada tivesse acontecido.

Entre eu e ela, vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora