Assim que cheguei em casa, já cansado, apenas tomei banho e deitei em minha cama. Fui pego de surpresa quando minha mãe entrou, já me perguntando como foi:
- Ainda bem que não voltaram tarde. Mas como foi, Jun? - Sentou-se em minha cama, perguntando, então.
- Foi bom, muito divertido. Ele gostou de tudo...
Sorri ao proferir tais palavras, pois as lembranças cercavam minha cabeça.
- Estou vendo. Você está todo apaixonado... - E riu, e eu não poderia negar, pois era a maior verdade. - Seu pai... bem... você sabe como é. Fico triste ao vê-lo meio afastado de você, mas entenda que é algo passageiro, certo?
Então, depositou um beijo em minha testa, enquanto eu apenas concordava com o que ela dizia.
Eu realmente me sentia tocado com aquilo, apesar de querer entender ao mesmo tempo o por quê é tão difícil apenas aceitar a realidade. Sei que meus pais sempre me incentivaram a estudar, casar com uma bela moça e ter filhos. É inevitável, pois todos os pais esperam que seus filhos ou filhas sigam esse padrão elaborado, enquanto que na realidade, para algumas pessoas, acaba sendo totalmente diferente.
Eu não esperava me mudar e me apaixonar por um garoto desconhecido, que também é meu vizinho e colega de classe... não fui eu quem escolhi, e não posso me privar disso. Não posso privar meus sentimentos, se é de Jimin que eu gosto.
Apesar de meu pai ter me apoiado, eu sabia que ele estava em uma constante fase de aceitação, pois era nítida a pouca tristeza em seu rosto ao olhar para mim, ou para nós dois, quando Jimin ia em minha casa.
Por meu pai ser um homem de época, já era de se imaginar que esse tipo de dificuldade aparecesse e continuasse fixa por um bom período de tempo. Mas com o passar dos meses, eu já estava cansado, ficava cabisbaixo por ter causado tantas coisas aos meus pais.
De repente, eles começaram a brigar demais, fosse por coisas fúteis ou coisas realmente sérias. Mas eu sabia que a causa de todo esse estresse que meu pai acumulava, era eu.
Eu sentia a indiferença em sua voz, na maneira como ele conversava comigo. Minha mãe sempre estava por perto, e o repreendia apenas com o olhar.
Eu fingia ignorar para não me sentir ainda mais culpado, apesar de eu não ter culpa alguma.
Afinal, qual é o problema de apenas amar? Qual é o erro em amar um garoto?
Eu me perguntava.
Às vezes, desejava nunca ter o conhecido, pois talvez as coisas em casa estariam melhores. Mas no final, eu sempre soube que nós éramos apenas as vítimas do preconceito enraizado, e eu sempre me culpava por pensar daquela forma, pois Jimin foi o maior presente que eu poderia ter recebido.
Foram meses dolorosos, cheios de culpas e brigas.
- O que está acontecendo, Lee Dong-Wook? Você está me destruindo. Ele é o nosso filho. Por favor...
Eles gritavam da cozinha, e eu podia ouvir tudo, sentindo o molhado de meu travesseiro pelas minhas lágrimas em minha bochecha.
- Me perdoe. Mas eu não consigo... Me dê tempo!
- Mais tempo?! Essa é a única desculpa para não conversar com ele, ou olhar para ele. Estou cansada, Lee.
- E você acha que eu não estou?! Eu trabalho todos os dias... chego cansado, e mais isso.
- O aniversário de Jungkook está chegando, Lee. Se vire até lá, ou não irei suportar continuar vivendo assim, ao seu lado.
Depois de alguns segundos, não ouvi mais nada. Era de noite, minha mãe achava que eu estava dormindo, mas não. Eu ouvi tudo, e guardei aquela conversa por muito tempo em minha cabeça, sempre me culpando por tudo.
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First Love - jjk × pjm
FanfictionMeu nome é Jeon Jungkook, tenho vinte e cinco anos, sou empresário de imóveis, e aqui, conto minha própria história, desde os dezesseis anos, onde conheci o - primeiro - amor da minha vida, Park Jimin. Eu era apenas um adolescente procurando seguir...