Serpents.

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Musica: Confident- Demi Lovato

O dia se passou sem muitas surpresas, tomei chá com Polly e Ada, nós adorávamos conversar sobre tudo. Ada aparentemente estava bem mesmo após o acontecido que presenciei. Depois disso, passei o resto da tarde tentando arrumar minhas malas temporárias para Nice, eu era uma pessoa ansiosa. Encontrei a caixa de lembranças que eu havia trazido comigo de casa, haviam algumas coisas aleatórias que vistas por outras pessoas não significariam nada, mas para mim cada coisa dentro daquela pequena caixa dourada era um dia, uma lembrança ou uma pessoa. Me sentei sobre o chão com a mesma sobre meu colo e comecei a analisar os itens que estavam dentro dela, soltei alguns sorrisos e risadas  ao olhar para algumas coisas que me traziam lembranças boas. Acabei esbarrando com bracelete de antebraço que era de minha mãe, nunca havia o usado, ele era extremamente extravagante, tinha o formato de uma serpente que se enrolava ao redor do braço e era cravejado de pedras brilhantes. Por tudo q vi e ja ouvi de minha mãe, ela era uma mulher confiante e bonita, meu pai sempre a comparava com Afrodite quando falava sobre ela para mim, ele ainda era um homem apaixonado mesmo depois de tantos anos de sua partida, talvez agora eles estejam juntos novamente. Dizem que quando um amor é forte e real demais, ele dura além da vida. Guardo o bracelete e puxo de cima de minha penteadeira um frasco de remédios, despejo dois sobre minha mão e a levo rapidamente a boca, engolindo os comprimidos. Eu estava tentando não os toma-los com tanta frequência, mas era quase um desafio. 
Deitada no chão olhando para o teto eu já não sentia mais nada, não me sentia triste, nem feliz, não sentia frio pela brisa que entrava através da janela aberta... eu não sentia nada. Estava vazia, exatamente do jeito que eu me sentia emocionalmente nos dias que passei sozinha em Nice após a morte de meu pai, mas quando cheguei aqui, quando cruzei com o perigo e a encrenca, pude me sentir viva. E era isso que eu queria, viver essa merda de vida intensamente, como meu pai viveu. E como minha mãe não pôde mais vive-la. Sentada na janela com as pernas para fora fumando meu cigarro, foi assim que admirando a lua eu decidi que eu queria mais, eu queria poder. Talvez essa escolha me custasse tudo... mas era um risco a se correr. E eu, uma vadia viciada em adrenalina, estava louca para corre-lo. 

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Desço as escadas fazendo barulho com meus saltos pretos de tamanho médio, eu vestia um vestido azul celeste, ele tinha o comprimento até meus joelhos e tinha uma camada de um tecido fino e plissado sobre a saia, era de mangas curtas e um tecido transparente sob os ombros. Fazia frio, então carregava um sobretudo preto em meus braços, estava com o meu batom vinho que era quase minha marca registrada já. Abro a porta que separava a casa de apostas da sala e adentro a mesma. Atraio alguns olhares para mim, era difícil ver uma mulher q n fosse Polly naquele lugar. Deposito meu sobretudo em uma mesa de canto e me ponho a caminhar na direção de John que estava em frente uma grande lousa com um livro em mãos. Ele estava como sempre costumava ficar quando estava aqui, apenas com sua camisa branca, um coldre com um revolver e seu colete, que hoje era de um cinza claro, ele estava sem gravata e tinha um cigarro em seus lábios. 

-Bom dia senhor Shelby. -tomo o cigarro de seus lábios e me sento sobre uma mesa que estava ao seu lado. O mesmo me da um rápido olhar pelo cantos dos olhos e um sorriso brota no canto de seus lábios, voltando seu olhar para o livro em suas mãos. Trago o cigarro e solto fumaça olhando para o salão que estava movimentado. 

-Bom dia senhorita Martín... Você está excepcionalmente muito gostosa hoje. -olha rapidamente para os lados à procura de Polly provavelmente. Ao não vê-la, se aproxima e rouba um selinho de mim que o seguro pela gola da camisa a bagunçando um pouco, o mesmo se separa e volta seu olhar a lousa, ele parecia ocupado. 

-Dia cheio hoje? -me levanto e fico ao seu lado observando a lousa mesmo sem entender muito do que se tratava. Haviam nomes de cavalos e muitos números, as apostas estavam a todo vapor pelo visto. Apostas, quem diria, a família Shelby podia ser tudo que falam, mas eram espertos pra caralho. Logo me viro novamente para a mesa e me inclino sobre a mesma empinando involuntariamente a bunda pela posição e lendo um caderno que estava aberto. 

Daddy Issues- John ShelbyOnde histórias criam vida. Descubra agora