Estava olhando para meu relógio devia ser a quarta vez. Já eram vinte e quinze, tinha chegado alguns minutos antes do combinado. Meu motorista, Solo, estava do lado de fora do carro, na calçada, esperando Metawin aparecer.
Estávamos em uma parte da cidade meio pacata, estava imaginando a situação financeira do meu bebê para ter que vir morar nessa parte da cidade.Olhei novamente para meu relógio e só tinha se passado dois minutos. Finalmente o vi saindo de dentro do prédio que ficava a poucos metros de onde estava estacionado. Ele se viu meio desnorteado por um momento mas logo seus olhos encontraram o meu carro. Metawin caminhou para perto e Solo abriu a porta do passageiro para ele entrar.
Assim que ele se sentou ao meu lado pude respirar mais leve. Estava tão cheiroso, tão arrumado, tão bonito, como não podia estar? Era o Metawin.
-Você está muito bonito.-Disse enquanto Solo dava a volta no carro indo para o banco do motorista.
-Obrigado...-A sua voz quase não se deu para ser ouvida. Ele estava seguro disso? Não parecia estar.
-Fique calmo pequeno.-Tentei olhar nos seus olhos mas ele estava com a cabeça abaixada.
-Estou tentando. Para onde vamos?-Ele perguntou respirando fundo.
-Nós vamos em um restaurante.-Tentei colocar um sorriso no rosto para aliviar o clima.
-Desde quando você tem motorista?-Vi ele olhar para o Solo, pelo espelho do carro.
-Meu psicólogo disse que seria melhor eu ter um motorista. Não estava muito bem para dirigir.-Respondi o olhando pelo espelho do carro, balançando com a cabeça permitindo que ele começasse o caminho para o restaurante.
-Você está indo no psicólogo?-Finalmente seus olhos encontraram os meus. Era tão bonito o jeito que ele me olhava, com inocência as vezes.
-Duas vezes na semana.-O carro começou a andar e olhei pela janela por um tempo. Voltei a olhar para ele e vi que suas mãos estavam sobre suas coxas, estava tão fácil, eu poderia tocá-las tão facilmente.
-Cadê as lentes de contato que eu te dei?-Ele pareceu se assustar com a pergunta e fechou os olhos engolindo em seco.
-Eu joguei fora.-Era como se não fosse nada eu ter dado as lentes de contato para ele.
-Solo, os fones de ouvido.-Quando estávamos indo pegar o Metawin disse para o Solo que em algum momento eu iria mandar ele colocar seus fones e ouvir músicas em seu iPod, sabia que iríamos falar sobre alguma coisa que não queria que o Solo escutasse. Assim que ele colocou os fones voltei meu olhar para Metawin que não parava de esfregar as mãos.-Você fez oquê?-Perguntei em um tom sério olhando para ele.
-Não queria ficar com nada seu, por isso joguei fora.-A sua voz manhosa me fazia esquecer da raiva por poucos segundos, mas voltava quando ele parava de falar.
-O seu cordão?-Perguntei sobre o cordão que eu me lembro de não ter visto ele usando no dia do acidente.
-Eu deixei no banheiro do quarto de hóspede. Tinha tirado assim que acordei.-Sua voz novamente me hipnotizando.
-O carro que eu te dei?-Parecia que eu tinha falado como se fosse uma pena de morte para ele. Não acredito que ele tenha se livrado até do carro.
-Eu vendi ele.-Ele respondeu com a cabeça baixa e um tom de hesitação.
-Por Deus Metawin!-Disse indignado. O carro não tinha sido nenhum pouco barato e não conseguia pensar na hipótese de que outra pessoa estava dirigindo ele e não o Metawin.-Por que você vendeu o carro?
-Eu precisava de dinheiro. E aquele carro consumia muito, não posso ficar gastando assim. E eu não quero mais falar sobre isso.-Como se fosse fácil. Era como se eu tivesse dado uma coisa valiosa para Metawin e ele simplesmente foi lá e vendeu. Estava tentando me controlar para não falar vários palavrões e puxa-lo para cima do meu colo e enchê-lo de palmadas.
-Eu vou tentar esquecer isso baby.-Saiu naturalmente, como se nunca tivesse parado de chamar ele assim.
-Não me chama desse jeito.-Ele se encolheu em seu banco se afastando um pouco de mim.
-Metawin eu mudei de um tempo para cá. Eu nunca mais me relacionei com ninguém depois do que aconteceu, já estava decidido a levar o resto da minha vida como solteiro para sempre até que você apareceu na minha sala...
-Foi por acaso. Eu nem sabia que tipo de empresa era.
-Mas apareceu. Isso quer dizer que alguma coisa quer nos ver juntos denovo, assim como eu.-Tentei pegar na sua mão, que estava sobre o banco, mas ele puxou a mesma assim que a toquei.
-Juntos como? Do mesmo jeito de antes?-A sua voz falha entregou que esse assunto mexia com ele.
-Eu passei mêses me sentindo vazio depois que você foi embora, era um buraco que você deixou aberto. Que foi crescendo gradativamente.-Tentava afastar todos os pensamentos dos dias que eu passei bebendo sem parar até a garrafa secar.-Eu, de alguma forma, estava necessitando você perto de mim denovo. Eu não quero ninguém a não ser você. Ainda não entendeu isso?-Estava tentando controlar as minhas emoções mas elas estava tudo uma bagunça, perto do Metawin agora estavam ainda pior.
-Em outras palavras?-Ele parecia estar me testando. Esperava que não estivesse se divertindo com isso também.
-Eu percebi que te amo, Metawin.-Olhava diretamente em seus olhos, ele pareceu impressionado com o que eu tinha dito. Eu nunca disse isso para ninguém, afinal, nunca tinha me apaixonado.
-Eu quero que me prove isso. Ainda não superei o que aconteceu.-Não sabia do que ele estava falando mas iria tirar a fundo isso com a Mali, como ele disse, ela sabia de alguma coisa.
-Eu juro que ainda vou descobrir o que aconteceu, Metawin.-Ele deu um sorriso de lado olhando para baixo mas logo levantou sua cabeça olhando para mim.
-Que tal... Você me chamar de amor?-As suas bochechas completamente vermelhas voltaram a aliviar o clima dentro do carro. Era tão bonito.
-Talvez não seje má idéia.-Sorri de lado, estendi a mão na sua direção, esperando que ele a segurasse. Sentir o seu toque novamente foi tão bom que me senti completamente leve o resto do caminho.
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Call Me Love - BrightWin - Livro 2
RomanceBDSM/Concluída Um ano depois de Bright conhecer Metawin ele se vê em vários tipos de problemas piscicologicos. Nunca mais se relacionou com ninguém e continuo apenas trabalhando, se sentindo completamente vazio, respeitando a decisão de Metawin, de...