Capítulo 14

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P. O. V. Win Metawin Opar

   Estava respirando com dificuldade, mesmo com uma máscara respiratória em meu rosto. Parecia que meus pulmões não conseguiam se encher de ar, era uma das piores dores que estava sentindo naquele momento.
   Ainda tinha a dor na minha costela, no meu ombro e na minha cabeça, dos dois lados. Eu bati a cabeça no carro e no chão quando caí, foi uma dor insuportável.
   Eu conseguia ver apenas vultos e clarões passando pelos meus olhos enquanto estava deitado em cima de uma daquelas camas com rodas que os médicos estavam empurrando.
   No fundo, bem dificilmente, eu conseguia ouvir a voz do Bright. Virei minha cabeça para o lado e vi seu rosto, com uma expressão de assustado, correndo atrás de mim. Foi só ver seu rosto que eu consegui colocar um meio sorriso no rosto, com uma certa dificuldade.
   Vi um médico o segurando antes de nós passarmos por uma porta que foi aberta com toda brutalidade pela cama. Assim que as portas se fecharam eu não consegui mais vê-lo. Tinha medo de ter sido a última vez.
   Entrei em uma espécie de sala, acho que era uma sala de cirurgia. Uma médica cortou a blusa que eu vestia, e estava melada de sangue, e a tirou deixando meu peito e minha barriga amostra. Senti uma dor na minha costela, provávelmente estava roxo ou tinha algum hematoma no lugar.
   A única coisa que eu lembro antes de ficar apagado foi um médio colocando uma outra máscara no meu rosto. Acho que era anestésico ou algo do tipo, por que meus olhos começaram a ficar pesados e eu não consegui ficar acordado.

   Abri meus olhos e eu estava deitado em um campo verde de grama alta. Me levantei, ficando de pé, e olhei para meu corpo. Não tinha nenhum arranhão ou machucado. Minha roupa estava diferente. Estava usando uma calça jeans azul e uma camisa social larga branca. Não me parecia ser estranha essas roupas que estava usando.
   Comecei a olhar envolta procurando por alguém que pudesse me dizer onde estava. Avistei uma pessoa bem de frente para uma porta, que ficava debaixo da sombra de uma árvore enorme. Corri até o mesmo como se ele fosse a única resposta que eu tinha ou como se ele fosse me levar para a saída desse lugar.

-Com licença...-Toquei no seu ombro e o mesmo se virou para mim com um sorriso largo no rosto.-Win... Wintain?-Perguntei sem acreditar que era ele. Um sorriso apareceu no meu rosto no mesmo instante que uma explosão de felicidade se formou dentro de mim.

-Também estava com saudades... Maninho.-O mesmo se virou para mim e passou seus braços envolta do meu corpo me abraçando.

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   Não estava conseguindo acreditar. Realmente era ele. Mesmo que fosse uma ilusão, ou um sonho, eu não estava me iimportando, era ele quem estava na minha frente. O apertei mais ainda colando mais seu corpo contra o meu sentindo o seu cheiro, estava com muitas saudades dele.

-Calma... Eu não consigo respirar.-Ele disse batendo mas minhas costas implorando que eu o soltasse. Sorri e soltei ele.

-C-Como você está aqui?-Minha voz falha entregou o meu nervosismo. Por algum motivo eu estava com vontade de chorar mas não conseguia.-Por que eu não consigo chorar?

-Ninguém chora nesse lugar.-Fiquei confuso por um instante mas logo esse pensamento foi embora da minha mente.
   Me afastei um pouco dele e lhe dei uma boa olhada vendo como ele não tinha mudado quase em nada. Continuava o mesmo garotinho de antes.

-Você ainda continua mais baixo que eu.-Comecei a sorrir fazendo o mesmo fazer uma careta revirando os olhos. Ele sempre foi menor que eu e mesmo depois de cinco anos continuava a mesma coisa.

-Foi a única coisa que você percebeu em mim? Não vai agradecer por eu ter te protegido no ano passado?-O ano passado.

-Foi você quem me protegeu ano passado?-Franzi o cenho na sua direção. Ele não tirava o seu sorriso do rosto, era tão lindo.

-Quem achou que teria sido?-Perguntou rindo.-E naquela vez que você escorregou na escada de casa. E também na vez que aquele cachorro avanço em você.-Ele já estava se gabando demais.

-Tudo bem, eu já entendi. Agora pode ir parando.-Passei a mão no seu cabelo o jogando para trás como sempre fazia quando estávamos juntos.

-Está pronto pra ir?-Ele estendeu a mão para eu segurar.

-Ir pra onde?-Levantei uma sobrancelha na sua direção. Ele apontou para a porta que estava do nosso lado.-Mas... Se eu for com você, eu não vou mais voltar?-Perguntei começando a ficar assustado. Não estava pronto pra ir, eu não queria ir.


-Não sou eu que decido isso, desculpa.-Sua expressão ficou meio triste mas ainda mantinha um meio sorriso nos lábios.

-Wintain. E-Eu não posso ir. Eu, tenho que ficar. O Bright, ele...-Mesmo com uma grande vontade de chorar eu não conseguia. O choro estava preso na minha garganta sem conseguir sair.

-Ele não foi atingido por um carro duas vezes.-Wintain levantou um sobrancelha na minha direção.-Por favor Win, não torne as coisas mais difíceis. E eu também não gosto muito desse tal de Bright...

-Você não o conhece direito!-Gritei com o choro ainda preso na garganta que implorava para sair.-Ele é muito diferente do que parece. Ele está cuidando de mim e está me ajudando. Ele se importa comigo...

-Sim, mas eu também me importo com você Win.-Wintain me interrompeu ficando mais sério.

-Eu não vou com você. Pode ir sozinho.-Mesmo com a sua expressão e o seu olhar sério eu me mantive firme na minha decisão.
   Não podia deixar o Bright sozinho, eu não estava pronto pra ir, ele ainda precisava de mim e eu ainda precisava dele. Não estava pronto para morrer.

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Notas do autor:

Vocês viram que You Call Me Daddy já tá com quase 3k de Views?!!! 😍😍😍😍
Muito obrigado! Vocês são demais!

Call Me Love - BrightWin - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora