Capítulo 4

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   Estava tudo ficando mais normal, pelo menos ao meu ver. Nem parecia que a gente tinha ficado brigado por quase um ano inteiro. Estava muito feliz em poder vê-lo de perto assim, poder admirar a sua mudança nesse período de tempo era a melhor parte.

-Assim que saímos daqui, podemos ir comprar outra lente de contato para você.-Disse parando de mexer na minha comida para poder olhar para ele, era tão perfeito.

-Se você quiser.-Não ouvir ele me rebater era a melhor coisa do mundo. Junto com o seu sorriso ainda, eu nunca falei, mas o seu sorriso era muito lindo.

-Eu gosto quando você não me retruca.-Dei um sorriso de lado fazendo o mesmo ficar com as bochechas vermelhas.

-Mas fique sabendo que quando eu não gostar de alguma coisa eu vou retrucar. Você nem sempre tem razão nas suas decisões.-Ele disse de uma forma tímida. Poderia prolongar esse assunto mas ele tinha razão. Tanta que com as minhas outras atitudes eu quase fiz ele ficar sem andar.

-Claro, desde que não seje sempre.-Levantei uma sobrancelha na sua direção.

-Se algum dia você não gostar... Você vai me bater?-Derrepente a sua voz ficou mais baixa, era quase inaudível.

-Se você estiver merecendo. E fique sabendo que das outras vezes que eu te bati foi por que você descumpriu alguma regra, nunca foi por que eu quis.

-Sim, eu sei. Qual é o próximo dia que você vai no psicologo?-Foi uma pergunta que veio do nada, não passava nem perto do assunto que estávamos falando.

-Amanhã, por quê?-Franzi o cenho olhando para ele.

-Eu queria conversa com ele. Saber se você mudou mesmo de um tempo para cá.-Não disse nada no momento mas achei essa atitude muito fofa, dele se importando comigo. Só tinha medo que o meu psicologo contasse sobre o meu segredo, era bem provável que isso aconteceria.-Bright?-Meus pensamentos tinham ido longe, tanto que fiquei meio avoado por um tempo.

-Hãm... Tudo bem. Amanhã nós passamos lá. Eu te pego na sua casa.-Sorri de lado sem parar de pensar na probabilidade.-Agora coma.-Eu nunca mais tinha parado para pensar que em algum dia eu poderia ver Metawin comendo na minha presença. Ter ele afastado de mim me fez ficar com muita saudade, derrepente ele não era mais um simples submisso para mim, o vía como uma necessidade.

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   Quando saímos do restaurante seguimos para uma farmácia que ficava na mesma rua, no final da quadra. Pedi para Solo estacionar o carro em frente e nos esperar lá. Nós dois fomos de pé, Metawin ficou meio calado, segurando sua jaqueta nas mãos, olhando para baixo enquanto caminha lentamente ao meu lado.
   Eu estava com as mãos nos bolsos tentando não deixar nenhuma parte do meu corpo para fora pois estava um pouco frio.

   Assim que chegamos na farmácia fomos direto para o caixa, onde normalmente eles tinham as lentes de contato. Enquanto Metawin escolhia uma cor eu olhei para o seu lado e vi que tinha camisinhas e lubrificante de vários tipos. Logo me veio na memória a lembrança de todos os lubrificantes e camisinhas que eu joguei fora á dois meses atrás, talvez eu tivesse arrependido nesse momento.

-Eu gostei dessa.-Metawin diz em um tom baixo mostrando uma lente de contato da cor castanho claro.

-Você vai ficar lindo.-Imaginei por um momento como ele ficaria com esse tipo de cor nos olhos, de perfeito ele passaria para maravilhoso. As suas bochechas logo fizeram o trabalho de lhe entregar e ficaram vermelhas, não me importei se o atendente estava achando ruim esse tipo de conversa entre dois homens.-Me espere no carro, eu vou pagar.-Ainda bem que ele não me questionou, apenas assentiu com a cabeça e saiu da farmácia.

   Assim que vi ele passando pela porta me estiquei para o lado e peguei uma caixa de camisinha e um pote de lubrificante. Talvez neste momento o atendente estivesse pensando em várias coisas, bem provável que isso nunca tivesse acontecido com ele, dava para ver em sua cara, o desconforto que deveria parti de mim, por estar comprando estas coisas, estava em sua expressão.

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   Depois da cena desconfortável que o atendente passou sozinho eu fui para o carro e entreguei as lentes para ele, que agradeceu com um sorriso no rosto, aquele sorriso. Solo nos levou de volta para o apartamento de Metawin e assim que ele estacionou o carro me lembrei do presente que eu tinha comprado para ele. Me estiquei até o banco da frente e peguei uma bolsa, tipo pasta, e entreguei para ele.

-O que é isso?-Ele perguntou pegando a bolsa nas suas mãos olhando para seus lados.

-Um notbook.-Assim que eu disse essas palavras os seus olhos abriram mais e dava para entender a sua expressão de susto.-Eu pressenti que você não tinha um, e eu vou precisar, em algum momento, que você faça algumas planilhas e coisas do trabalho.

-O-Obrigado, dad-dy... Quero dizer, Bright.-A sua voz gaguejando entregou seu nervosismo. Escutá-lo novamente me chamando de “daddy”, depois de tanto tempo, foi mais uma das melhores coisas que aconteceu.

-Tudo bem, você pode me chamar de daddy se quiser.-Sorri de lado olhando para suas bochechas vermelhas.-Eu vou te acompanhar até seu apartamento.-Abri a porta do meu lado do carro e dei a volta para a abrir a sua porta. Assim que ele desceu do carro percebi que já tinha colocado a alça da bolsa envolta do corpo deixando suas mãos livres.

   Subimos para o sexto andar, que era o último do prédio, e paramos em frente do seu apartamento. O lugar era meio sujo e empoeirado, era muito pobre e hostil.

-É aqui que eu moro agora.-Ele disse apontando para a porta atrás de sí, cruzando os braços em seguida.

-Não vai me convidar para entrar?-Dei um passo para sua frente fazendo ele dar outra para trás. Parecia que tinha deixado ele sem saber o que falar, tanto que ele puxou muito ar pelos pulmões quando eu fiz a pergunta.

-Melhor... Ainda não.-Seu olhar estava para o chão e isso me lembrava de quando ele era meu subimisso e me lembrar de quando ele era meu subimisso me lembrava de quando ele quis ir embora e foi atropelado por um carro.

-Melhor eu ir então.-Ele assentiu com o cabeça.-Mas antes...-Levantei sua cabeça e coloquei as mãos em sua bochechas colocando nossos rostos bem próximos um do outro.

   Poder sentir o seu corpo denovo era divino. Sentir a sua respiração e seu coração bater desesperadamente era melhor ainda. Ele estava ofegante, tinha roubado todo seu ar com um movimento, mas queria fazer mais do que isso.
   Avancei nos seus lábios pedindo passagem com a lingua, de vez enquando, mordendo de leve os seus lábios e as vezes o sugando. Tudo terminaria perfeito se não fosse as suas mãos novamente.

   Ele tentou tocar meu peito mas segurei seus dois braços e levantei para cima, os segurando só com uma mão e a outra segurando seu queixo enquanto continuava o beijando. Pressionei mais meu corpo contra o dele, que estava estava literalmente colado contra a parede. Aquela sensação divina me fez querer mais do que só beijos novamente, queria poder sentir ele por dentro, esperava que isso não demorasse muito.

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Call Me Love - BrightWin - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora