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Na mesma noite, junto-me aos membros do conselho na sala de reunião. Havia três agregados de última hora: Gillius, o comandante do exército real, Razar Stylers, o meu vizinho ambicioso e o meu mais fiel soldado comandante do meu exército e amigo, Enzo.

- Senhores... - cumprimento o conselho e eles retribuem com uma reverência. Sigo até o meu grande acento ao centro da sala e me sento, dizendo:

- Senhores, chamei-os aqui de última hora e espero não ter atrapalhado nada importante no cotidiano de vocês. Bom, chamei todos aqui para anunciar que o reino está correndo grande perigo. Forças licantropas se escondem no subsolo, objetivando atacar os nossos portões quando seus reforços chegarem. 

- Majestade, não há com oque nos preocuparmos. Nossos muros são fortes e bem guardados, nosso portão também, este reino é impenetrável. - diz Serafim, o dono de um dos bancos mais famosos do reino. É baixinho e gorducho, provavelmente foi um daqueles filhos paparicados quando criança, mas não posso negar que ele é esperto e calculista. Talvez o único valor que possui. 

- Será? - digo, olhando de um para outro membro do conselho. Fico de pé. - Senhores. 800 anos é o tempo em que estamos vivendo aqui, tempo em que ocupamos o reino, certo? - houve concordância. - E desde que ocupamos nossos muros não sofreram nenhuma reforma, falha do nosso tão amado rei, admito, mas sem intenções de ofendê-lo, passa longe de mim. - minto. Depois de ocupar este reino, Otolon nunca se importou tanto com a força militar e nem em investir nas mesmas. - Pois bem. Podemos contar 800 anos em que estamos aqui sem nenhuma reforma feita nos muros em que nos protegem. Ah, mas 800 anos nem é tanto tempo assim, se contar com a grossura dos nossos muros, vocês devem estar se perguntando, mas ai eu reponto, senhores. 800 anos é o tempo em que ocupamos este reino, mas antes moravam outros aqui, e aposto que em centenas de anos estes não o reformaram. 

Os convenci pela minha insistência. Agora eu precisava falar minhas reais intenções. Aumento o meu tom de voz, caminho lentamente sobre a sala e sinto pares de olhos fixos em mim. 

- Ora, ora, e Zennon não vai mais aparecer? 

- Ele encaminhou-se com toda a sua tropa para o sul.  - disse um dos Barões. Não se tocara no nome de Zennon daqui para frente.

- Então, senhores. Eu os chamei aqui para informar duas coisas. Espiões me disseram que um grande grupo de lobisomens estão alojados no subsolo há poucos quilômetros daqui. Pretendo reunir uma quantia simbólica de soldados e encontrar tal lugar, com isso, aniquilaremos os lobisomens.  A outra é sobre os muros. Estão velho e certamente em breve se tornará uma fraqueza caso sejamos atacados. Moverei uma quantia simbólica do cofre público real para a reconstrução da mesma, novas taxas de impostos serão lançadas. - houve uma pequena explosão de sussurros, sei que eles não estavam falando sobre os lobisomens, mas sim sobre o ouro, a taxa. Sempre é assim, dinheiro vem em primeiro lugar. - Então... - minha voz ecoa na sala, todos voltam a olhar para mim.  Thorn então fala. Desde que ele esteve ao meu lado no dia em que os humanos tentaram atacar pelo mar, ganhei grande simpatia por tal. 

- Vossa Majestade. Receio que nossos amigos aqui não estão muito preocupados com questões militares, uma pequena reunião com as altas patentes militares deve ser marcada. 

- Eu não sou um caipira, Thorn, estou aqui apenas para informar meus desejos ao conselho como um bom rei faria e não sei se lhe falha a memória, mas eu lutei ao lado do rei Otolon há alguns séculos atrás. Não só sei manejar uma espada mas também como governar um exército!

Thorn pediu desculpas, ficando em silêncio. Sinto que fui um pouco rude, mas este não é o momento para sentimentos. Continuo falando:

- Presumo que os senhores tenham notado que hoje temos em nossa companhia três vampiros: Gillius, Enzo e Razar e cada um deles terá um importante papel durante os próximos dias. - faço sinal para que os três viessem até a mim. Ficaram alinhados um ao lado do outro. Segui até Gillius, o comandante do exército real.

- Gillius, prepara cem mil soldados e marque uma reunião com os generais e os demais comandantes para hoje mesmo daqui a duas horas. Conseguirá dar conta? 

Gillius curvou-se formando uma gentil reverência, dizendo que conseguia e saiu da sala. Sigo agora até Enzo o meu amigo.

- Senhores, este é o comandante de todo o meu exército, tem a patente mais alta e é um vampiro de minha total confiança. Quero-o ao meu lado durante todas as batalhas militares que ocorrerão durante o meu reinado. Pretendo nomeá-lo aqui e agora um general. - como sempre, houve sussurros de concordâncias e poucas aprovações, mas ninguém tinha coragem de dizer em voz alta. Faço sinal para Enzo se ajoelhar e assim ele faz. Ergo minhas mãos ao ar, pouco acima da cabeça de meu amigo, então começo a dizer.

- Eu,Giovanni Wulfric, Conde Sanguine, Lorde das Terras Férteis de Wulfric, Duque de Habbor e Atual Rei de todo o Reino de Habbor, pergunto se você, Enzo Matrosk se sente apto a aceitar o cargo de General do grande Exército de Habbor. 

- Sim.

- Jura diante a mim e pela sua própria vida proteger, cuidar e lutar se preciso até a morte para proteger o seu reino e aqueles que residam no mesmo? 

- Eu juro.

- Então eu declaro Enzo Motrosk General Júnior do exército de Habbor. 

Desço um pouco agora com minhas mãos. Enzo beija o anel do rei, se levanta e caminha até um canto da sala. Por final, sigo agora para Razar, meu vizinho. Sei que ele é um vampiro ambicioso mas sem muitas utilidades, e existe um ditado humano que eu gosto de seguir ''Mantenha seus amigos por perto, e seus inimigos mais perto ainda''. 

- Senhores, como anunciado, teremos que lançar uma taxa de impostos e então o gasto do reino aumentará exponencialmente, com isso quero na administração da fortuna real Razar Stylers. - Sinto  emoção brotar em Razar. Faço sinal para ele se ajoelhar e o nomeio Administrador Oficial da Fortuna do Reino de Habbor. 

Passei mais uma hora e meia discutindo assuntos do conselho. 

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