- Zennon um rei, quem diria. -Lucrécia está excitada com o ocorrido, mal sabe ela que seu próprio irmão conspira em tirar a minha vida. Hoje é o grande dia da coroação, nobres de todo o reino começaram a se unir, conselheiros fazem reuniões secretas sem a minha presença e a presença de Zennon. Talvez estejam conspirando contra nós, talvez eu esteja mais encrencado do que pensava.
- Pois é, querida. Mas logo após a coroação nós vamos ter que voltar ao castelo. - faltam poucas horas para a coroação, Lucrécia já está pronta. Veste um lindo vestido de seda branca, com babados azuis-pérola. Pulseiras, brincos e colar de uma pedra que não consigo identificar, é verde e brilhante. Lucrécia se vira para mim, curiosa.
- Voltar para casa? Não entendo, hoje é dia de festa. - eu ainda não tive coragem de contar a Lucrécia sobre a ameaça que seu irmão havia feito a mim e não pretendo agora.
- Querida, realmente vamos ter que voltar, assuntos urgentíssimos da fábrica, caso de perdermos toda a nossa riqueza eu realmente terei que ir. Não faz bem para a imagem de uma duquesa aparecer em eventos de alto escalão não estando acompanhada de seu marido, então presumo que você virá comigo, certo? - sei que Lucrécia travou quando ela ouviu que perderíamos toda a nossa riqueza. Lucrécia é fanática em gastar e eu tenho certeza que ela não aguentaria ficar sem sua tão preciosa fortuna. Ela concorda com a cabeça. Me levanto, seguindo até ela, dou-lhe um beijo na testa.
- Peço para que não comente nada disso com ninguém, certo? - ela sorriu, acenou com a cabeça e saiu para visitar algumas amigas da côrte. Chamo as criadas do reino e começo a me vestir. Estou usando uma roupa elegante criada pelo estilista mais conhecido do reino. Botas e calças de coro negro, costuradas com linha cor de outro. Camisa branca real, composta de um grosso veludo. Me sinto radiante. As criadas escovam meus cabelos, não pretendo mudar de penteado, uso este há séculos, claro. Espero no quarto o máximo possível e quando percebo o horário, a cerimônia já estava a começar. Vou para a capela de coroação, tomando meu lugar ao lado de Lucrécia.
Victor Magnus, o Lorde Protetor do Norte, Conde de Shaty e Senhor das Terras Rochosas está parado com as mãos paradas para baixo, veste roupas longas e brancas, bordada a outro. Magnus é sem dúvida um dos vampiros mais importantes do reino, aparentemente foi transformado quando bem velho, uns 70 anos. Foi o lorde protetor do rei Otolon, o cabeça das armadilhas nas guerras vampíricas e também poderia se o mais próximo do reino, mas decidiu morar no Norte, onde segundo ele, lá há verdadeiros soldados e vampiros com vontade de viver, nunca entendi ao certo suas palavras, mas não questiono. Victor compareceu apenas para o Funeral de Otolon e logo em seguida voltou para o Norte. Agora voltou mais uma vez à capital para realizar a coroação do novo rei. Victor me da arrepios, seu olhar é frio e único. Continua a olhar para as portas da capela, sem olhar para os lados e piscando poucas vezes. Foi ele que reuniu os membros do conselho do reino sem a minha presença e a de Zennon. Por segurança, 50 guardas meus estão à minha espera a alguns a algumas centenas de metros daqui. Todos chegaram, Zennon foi o último. Está vestido todo de negro, um insulto em minha opinião, o primeiro dia que será transformado em rei, veste negro, é como se desejasse um reinado longo e sombrio.
Os sinos começam a tocar, Zennon se aproxima lentamente de Victor, e a medida que vai andando, os presentes na capela o reverenciam. Eu não o reverencio, pois ele ainda é um duque, igual a mim. Saboreio este prazer o máximo possível, pois sei que depois que ele receber a coroa, serei obrigado a me curvar para sempre.
- Prezados integrante da côrte do grandioso reino da Habbor. - Victor começou com o seu discurso, todos se sentaram e ficaram atentos à sua palavra. Era raro vê-lo e ele é brilhante, muito conhecido por todos, mas não frequenta outros lugares que não sejam o norte. Ele continua o discurso:
- Hoje estamos aqui reunidos para executar a coroação do novo e legítimo rei de Habbor. - ele ergueu a cabeça, sinto uma vez ou outra estar sendo observado por alguns dos membros do conselho, me sinto desconfortável.
- Aquele que de fato deve ocupar o trono, seguindo a verdadeira linha de sucessão real, como foi dito nas últimas palavras do nosso tão amado rei Otolon Habbor, e com toda a certeza iremos satisfazer a vontade do mesmo. Estamos aqui para coroar o novo rei de Habbor, o Duque Giovanni Wulfric!
Ouve alguns suspiros surpresos, eu arregalei os meus olhos, não sei se ouvi direito, mas acho que sim, pois agora todos presente na capela estavam olhando diretamente para mim. Victor continuou a falar. Estou petrificado.
- Caro senhores e senhoras, desde a primeira vez em que ouvi as últimas palavras do rei eu as compreendi. Ele se referia ao Duque Giovanni Wulfric, o verdadeiro sucessor do reino após o próprio Otolon. O Duque Wulfric é casado com Lucrécia Habbor, a irmã do rei e com isto possuindo toda a riqueza e títulos que a mesma possuía. Ela era a possível sucessora do reino, e ele passou a ser o possível sucessor assim que casou-se com esta.
- EU SOU O IRMÃO DO REI! ELE É UM PLEBEU! - Zennon estava furioso, apontando seu dedo para Victor, gritando.
- Duque Zennon, Lucrécia também é irmã do rei Otolon assim como você, e ela tem o seu lugar no reino e o passou para Giovanni quando se casou com ele. Lembro-lhe que de acordo com o livro sagrado, escrito por mim, você, Lucrécia e o rei Otolon, o verdadeiro rei deve possuir tamanha riqueza, bons títulos, ter feito algo de grande importante no reino e acima de tudo ser casado. Você não se encaixa em duas dessas lacunas.
Aposto que nem tinha reparado no livro sagrado, para ele as regras pouco importam. Zennon saiu bufando da capela. Recebo alguns beliscões de Lucrécia que está ao meu lado. Ela está feliz.
- Quero me adiantar, senhoras e senhores que não tomei esta decisão sozinho. Nos últimos dias, reuni o conselho real e todos nós discutimos sobre o assunto e chegamos a esta solução. Duque Wulfric, venha cá. - então este era o motivo das reuniões secretas, obedeço Victor, me levanto de meu acento, caminhando até ele. Minhas pernas tremem. Me ajoelho diante Victor, então ele pega a coroa, que um cajado cor roxa, com uma bola transparente na ponta.
- Eu, aqui presente diante de todos vocês, e pelo poder que me foi investido, de acordo com o Livro Sagrado, nomeio Giovanni Wulfric o rei do grandioso reino de Habbor! - disse em alto e bom tom, colocou a coroa em minha cabeça:
- Salve o rei Wulfric! - ouviu-se gritos de toda a côrte.
Sinto algo em minhas costas, quente. Não sei quem, mas colocaram o manto sobre minhas costas, não me viro para ver quem é. Hoje é sem dúvida o dia mais feliz da minha vida. Me levanto e Victor me entrega o bastão e se curva para mim. Me viro agora para a côrte, todos estão curvados. Abro um sorriso, a sensação de poder é incrível, sou agora quase invencível! Minutos depois Victor faz a coroação de Lucrécia como minha rainha, se despede de mim, dizendo que fez oque achava melhor para o reino e foi embora, voltou para o Norte.
A festa de comemoração começou, Gillius, o comandante militar do reino aparece juntamente de Baltazar Ditryle , o mensageiro. Ambos se curvam e então Baltazar vem até a mim.
- Vossa Majestade, eu estava esperando pela coroação para dar o verdadeiro recado de meu imperador. Perdoe-me, mas tinha ordens de apenas falar com o rei, e quando cheguei o regente estava já estava a dormir.
- Hoje não, mensageiro. -digo, olhando para Baltazar. - Amanhã será o dia do juramento e nomeações, me procure no dia depois de amanhã. - Baltazar não parecia satisfeito, mas mesmo assim fez uma reverência e saiu.
- Quem diria eu, uma rainha. - Lucrécia me da um molhado beijo na bochecha, então ambos fomos cumprimentar os nossos novos súditos.
--------------------------
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Reino dos Vampiros
Teen FictionUm conto. O mundo estava em guerra entre vampiros, lobisomens e humanos. Giovanni Wulfric, um lorde de uma família militar, que após a morte de seu pai herdaria todos os títulos no mesmo. Nasceu e cresceu em um reino próximo ao do que os vampiros c...