O Conselho Real

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O carro para em frente ao Palácio Real de Habbor. Meus soldados estão escoltando meu carro em seus cavalos, protegendo minha frente e retaguarda. O privilégio de usar carros estão destinados apenas aos mais ricos do reino, e eu estou em terceiro lugar abaixo apenas do rei e da senhora Eliza Ortis, que se casou mais de 7 vezes, herdando a herança de seus maridos. É uma verdadeira viúva negra, ao que parece não se casa faz mais de 20 anos, e nem precisa pois tem fortuna para muitas gerações seguintes. Eu fiquei mais rico que Zennon, o irmão do rei devido ao casamento com Lucrécia. Lucrécia, a duquesa tinha um dote altíssimo e quando se casou comigo, a fortuna dela passou a ser minha, até o dia de minha morte, ou herdarei a fortuna dela, caso ela morra. Espero que não seja logo. Enzo abre a porta do carro ao meu lado. Saio do veículo e abro a porta de Lucrécia. Ela está deslumbrante, vestida toda de branco, mas oque realmente a destaca são suas jóias. Hoje ela resolveu usar apenas ouro. Já eu, estou usando o casual vestes de couro negro e camisa branca, bordada à ouro, com algumas pedras de diamantes. Entramos no castelos, reverências são feitas, boas vindas são dadas. 

- Oh, milorde. Estávamos à sua espera. - disse Trevo, o assistente pessoal do rei. - Tive alguns imprevistos. - eu disse. Dei um beijo em Lucrécia, e ela foi se juntar à rainha Marry Anne, na torre real. Sigo Trevo até a sala de reunião do conselho. Ele anuncia minha chegada.

- Nos honra agora com sua ilustre presença, o Duque Giovanni Wulfric! Conde Sanguine, Lorde Dominante de Escravos, Conquistador de Riquezas e General Oficial Real durante a guerra vampirica no reino de Habbor. 

Adentro de cabeça erguida na sala, me desculpando em alto e bom tom para que todos pudessem me ouvir. - Peço o seu gentil perdão por lhe fazer esperar, meu rei. Tive um pequeno probleminha com os escravos dos Stylers. - Faço uma longa e profunda reverência à Otolon Habbor. 

- Que isso não se repita. - ordenou o rei. Aceno com a cabeça, saindo de minha reverência, seguindo para meu lugar ao lado do Duque Zennon que não parecia nada feliz em me ver.

- Comecemos então. - disse o rei. Todo o conselho estava ali presente, lordes mais ricos, barões e condes. - Quero que prestem bastante atenção em oque eu vou dizer e pensem bem sobre minha posição, senhores. - disse o rei. Me inclino em meu acento, ficando mais confortável. O rei começa a falar.

- 1215 foi o ano em que este reino foi fundado. Fundado não, na verdade tomado da família real humana que vivia aqui. Naquela época, minha família pertencia à corte. Meu pai, em uma de suas viagens foi mordido por um vampiro.Voltou e transformou toda a 

nossa família. O rei descobriu e ordenou que nos matassem. Os soldados de meu pai demonstraram lealdade até o fim e aceitaram serem transformados em vampiro para servi-lo. A guerra começou. Um exército de vampiros naquela época contra humanos era bastante vantajoso. Ganhamos, mas meu pai e minha mãe foram mortos pelo rei. Eu tomei o trono. Mandei que matassem as crianças, transformei metade do exército real que me prometeu lealdade e a outra mandei que queimassem. Eu sabia que iria ter motins, sendo que eu tinha tomado o reino, então por anos enviei soldados para tomarem outros reinos, transformarem vilas e trazê-los para cá, para criar um novo e verdadeiro reino. O reino Habbor. - bocejo, mas disfarço de imediato. Sei essa história de de pé à mão. É a história da criação do reino. O rei continua a falar. 

- Mas não foi para contar esta história que eu os chamei aqui, caros senhores. Contei essa história para que vocês entendam como me sinto. Matei, ordenei, reinei. Após assumir o trono, tive mais decisões cruéis. 800 completaram esse ano e eu estou cansado. 800 anos de governo ordens, desordens. Cansei, quero um tempo só meu, mas sei que não vou ter. Com isso, decidi que o melhor caminho seria a minha morte. E assim será feito, chamei vocês aqui para lhe avisar, e não há como eu mudar de ideia. 

Ouve uma explosão de cochichos, não aceitando a decisão do rei, expondo possíveis soluções para o caso, mas o rei não aceitou nenhuma. - Vossa majestade. - digo, olhando agora para o rei, sinto que todos os outros estão olhando para mim. Eu disse à Lucrécia que iria pensar em algo, e isso que fiz. Não posso permitir que o rei, meu amigo morra. Continuo a falar:

- Presumo que não seja necessária medidas tão trágicas quanto a esse assunto, meu rei. Eu acho que tenho a solução. - digo com toda a classe possível. - Vossa majestade precisa apenas de um descanso, umas férias por assim dizer. Esfriar a cabeça. - sei que todos estão confusos com minha palavras. Férias? Todos sabem que não podemos sair dos portões do reino sem sermos atacados por lobisomens, e depois deles humanos. Eu me explico. 

- Vossa majestade. Cheguei à conclusão de que o senhor está passando, talvez, por uma crise. 800 anos é muito tempo, e como dizem, devemos dar tempo ao tempo. Minha opinião é que vossa majestade renuncie o trono por um tempo determinado. 

- Está dizendo para eu deixar de ser rei, Wulfric? - o rei está agora olhando diretamente para mim. Sinto confusão em seu olhar, então me apresso em responder o mais calmo e detalhadamente possível.

- Isso mesmo, meu rei. O senhor colocaria outro vampiro para assumir o reino, enquanto descansa. Sabemos que os vampiros completamente desidratados não morrem, mas sim entram em sono profundo, descansando sua mente até que o sangue humano entre novamente em suas veias, então este retorna à vida. Poderíamos drenar o sangue de Vossa Majestade, deixá-lo dormir pelo tempo que o sr. decidir, e quando acordar, estará descansado, renovado de uma certa forma e livre desse fardo em que carrega, presumo eu.

Sei que oque eu disse foi arriscado, mas tinha que ser dito, era a única opção para o rei continuar vivo. Todos ficam em silêncio por alguns minutos, o rei está pensando, e quebra o silêncio. 

- Eu aceito a proposta do Duque Wulfric. Dormirei por oitocentos anos e outro reinará em meu lugar. Quando eu for despertado, este rei que esteve a reinar, irá dormir também por oitocentos anos, quando ele acordar eu durmo e assim vai ser feito durante toda a eternidade. - o rei bateu seu grande acento, anunciando o fim da reunião. Muitos me olhavam de forma diferente, alguns com curiosidade, outros admiração. Eu estou feliz. Estou feliz por Lucrécia, pois eu acabei de salvar o rei, acabei de salvar o irmão de minha adorada esposa.

O Reino dos VampirosOnde histórias criam vida. Descubra agora