A noite da reunião se foi. Está de manhã, acordo quando ouço alguém bater na porta do quarto. Ainda estamos no Palácio Real. Me levanto da cama, sigo até a porta, abrindo-a. Estou no quarto que pertencia a Lucrécia, antes de se casar comigo. Há dois dos meus soldados escoltando a do quarto, outros quatros em fileiras. Um vampiro baixinho e gordinho está na minha frente, reconheço-o como mensageiro, devido suas vestes. Ele me entrega uma carta. A pego, e ordeno que meu soldado lhe dê algum dinheiro. Fecho a porta, voltando para cama e abrindo o papel. É uma mensagem do rei.
''Giovanni, aprovei sua ideia, vejo que você deseja realmente
o meu bem estar e o de meu reino. Venha me ver assim que receber esta
mensagem.
Do seu sei,
Otolon Habbor''
Dobro a carta, guardando-a no bolso de meu pijama. Lucrécia ainda dorme. Me visto sozinho com uma roupa não muito extravagante, pois não tenho tempo e os criados ainda dormem. Saio do quarto, aceito a companhia de apenas dois de meus soldados. Ordeno aos outros que fiquem para a proteção de Lucrécia. O quarto do rei fica há algumas centenas de passos. O rei não está lá, mas sua mulher me diz que ele está à minha espera, nos jardins, então desço aos jardins à procura do rei e lá ele está, treinando tiro ao alvo.
- Meu rei. - eu e meus soldados o saudamos com uma longa reverência. Meus soldados param em uma certa distância e eu me aproximo de Otolon. - Pediu para me apresentar, meu rei?
- Oh, sim, Giovanni. Pode me chamar de Otolon, meu cunhado. - o rei está sorrindo, então decido sorrir também.
- Giovanni, você veio de baixo, perdeu sua família, começou aqui como um lorde rico, mas sem títulos. Apenas sendo um senhor. Cresceu, criou seu próprio negócio, crescendo e ficando muito mais rico. Pediu a mão de minha irmã em casamento. Eu e Zennon não estávamos feliz, você não era um nobre por completo. Queríamos que Lucrécia se casasse com alguém que tivesse no mínimo 700 anos de moradia aqui no reino e você tinha 300. Ela o amava e com isso nós permitimos o casamento. Você não me decepcionou, sabe? - o rei botou suas mãos para trás e começou a andar. Pensei que ele continuaria a praticar o tiro ao alvo, mas me enganei. Sigo os passos do rei, ele continua a falar.
- Você é um homem misterioso, astuto e sabe oque faz, Giovanni. Minha irmã não poderia estar em melhor companhia. E não só eu, mas todo o reino agora deve estar a lhe agradecer por achar uma solução para a minha morte, Giovanni. Minha esposa decidiu-se se juntar a mim durante o sono. Quero que você, não confio em outro vampiro, apenas você terá a permissão para construir meu túmulo e o de minha esposa. - aceno com a cabeça, afirmativamente. - Giovanni, como você pretende dissecar meu corpo?
- Seria um pouco semelhante ao que fazemos com os humanos, em minhas fábricas, meu... quero dizer Otolon. Com os equipamentos certos tudo será possível.
- Tem alguma sugestão de onde depositar meu corpo?
- Otolon, meu rei. O santuário, é claro. Não haveria lugar melhor. - o rei olhou para mim, tive por um segundo a impressão de que este estivera preste a chorar. - Certo. - disse o rei. - Prepare tudo o que for necessário. Quero que aconteça em no máximo uma semana.
O rei me deu um leve aceno de cabeça, um sorriso e em seguida virou-se, voltando para o local que estava praticando tiro ao alvo. Giro os calcanhares, me juntando com meus soldados. Juntos subimos, até que o Duque Zennon aparece.
- Duque Wulfric, aceita tomar uma taça de sangue comigo? - aceno a cabeça, seguindo-o. Entramos em uma sala, ele pega uma garrafa de sangue, enche duas taças. Meus soldados estão do lado de fora, e os dele também.
- Certo, Wulfric. Vou direto ao ponto. Qual são suas intenções com esse plano seu? - Zennon bebeu um gole do sangue, depois ficou me fitando. Eu entendi de primeira, ele pensa que eu quero tomar reino para mim, mas isso não é verdade.
- Lucrécia me fez um pedido, apenas estou a realizá-lo, Zennon.
- Eu não caio nessa, seu falso! Você quer tomar o reino assim que Otolon dormir! E ainda mais... - não deixo que ele termine de falar, bato com força na mesa, apontando para o rosto dele, fico de pé.
- Você não tem o direito de falar assim comigo, Zennon, devia confiar em mim! Lutei ao seu lado em batalhas, ajudei a tomar decisões favoráveis à você no conselho e ainda por cima... - agora foi Zennon que não esperou eu terminar de falar:
- Você veio de baixo, Wulfric! Não merecia estar na corte, você é um plebeu, aproveitou de minha irmã para subir à custas dela e agora quer mais! Sempre mais! - Zennon estava num tom tão alto que quem ouvisse poderia confundir com gritos. Ele não esperou que eu respondesse de volta, virou-se e saiu da sala, eu o segui, mas ele e seus soldados já haviam desaparecido ao curvar à porta do palácio. Ora, como se eu quisesse o reino, mas uma coisa é certa, comprar briga com Zennon não é boa ideia, mas ele me odeia. Hoje pude confirmar isso, e agora oque devo fazer?
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O Reino dos Vampiros
Teen FictionUm conto. O mundo estava em guerra entre vampiros, lobisomens e humanos. Giovanni Wulfric, um lorde de uma família militar, que após a morte de seu pai herdaria todos os títulos no mesmo. Nasceu e cresceu em um reino próximo ao do que os vampiros c...