O Motim

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ATUALMENTE [2015]

- Eu não acredito que Otolon vai fazer isso! Não pode ser. Ele só pode estar ficando louco. - Lucrécia está furiosa, andando em ziguezague de um lado para o outro, falando sobre seu irmão, o rei Otolon. 

- Calma, querida. Deve ser algo apenas passageiro, afinal, seu irmão é muito velho, né? Talvez esteja ficando maluco. - digo, enquanto duas escravas humanas estão abotoando meu luxuoso manto branco, com sua borda cravejada de rubis. Faço sinal para elas saírem e assim o fazem. 

- Velho, Giovanni? Eu sou apenas alguns anos mais nova do que ele, quer dizer que estou ficando caduca também? - Lucrécia está olhando para mim, furiosa. Seus frios olhos azul são fascinantes. Estou casado com ela há séculos e ainda sou completamente apaixonado. - Claro que não, meu amor, é só que...

- Ficando caduco ou não, isso é perigoso, Giovanni! Otolon convocou os membros do conselho para uma reunião esta noite. 

- Eu sei, Lucrécia, recebi a carta. - o rei Otolon aparentemente se cansou de viver, decidindo assim planejar sua própria morte. 800 anos de governo parece que não o fez bem. A grande dúvida é sobre quem será seu sucessor, caso o rei morra sem dizer quem deseja que o suceda no trono, pode trazer uma nova guerra entre os nobres do reino. Não é um bom momento para guerra entre vampiros, pois os humanos avançam com seus armamentos, qualquer descuido, nós podemos ser aniquilados por eles.

- Giovanni! Você é meu marido, duque do reino de Habbor, e melhor amigo de meu irmão! Impeça-o, de fazer essa loucura, por favor, por favor, por favor. - Lucrécia veio até mim, suplicando. Ela estava chorando, ciam de seus olhos lágrimas de sangue. Ela colocou sua cabeça sobre meu peito, me implorando para mudar a opinião de seu irmão. - Não se preocupe, querida. Os conselheiros não vão permitir que Otolon faça isso. - tranquilizo minha esposa, mesmo sabendo que isso não poderia bem ser uma verdade. Se o rei quiser se matar, ele fará isso e ninguém poderá impedi-lo. 

- Mas e se  conselho não conseguir, Giovanni? 

- Então pensarei em algo, querida. Não se preocupe, não vou permitir que você perda seu irmão. - dou um beijo na testa de Lucrécia. Ela manchou minha borda de sangue, chamo novamente as escravas humanas, elas trocam minhas roupas. Estou agora parado em frente ao espelho, me olhando. Sou branco, um tanto pálido, olhos escuros, cabelos negros e encaracolados com altura até o ombro.

Desço para sala. Sir. Enzo, meu fiel amigo e comandante do meu exército está lá, à minha espera. Está vestido com sua armadura de bronze, com uma espada de um lado em sua cintura e do outro um revolver. O rei impediu que nós copiasse-mos os avanços de armas e tecnologia humanas, mas com algumas seções do conselho, conseguimos fazer com que ele mudasse de ideia. Agora podemos portar armas, como pistolas, rifles, metralhadoras, mas estas armas são usadas apenas em ocasiões de guerras com humanos ou lobisomens. Espadas, machados arcos e flechas são as mais usadas dentro do reino, gostamos da forma tradicional.

- Milorde, sinto muito em lhe incomodar nesta hora da manhã, mas o motivo é importante. - Enzo fez uma leve reverência à mim, e segundos depois voltou a ficar ereto.

- Um pequeno motim de escravos dos Stylers se rebelaram e conseguiram fugir. Mataram alguns soldados e entraram mata a dentro, meu lorde. - os Stylers são nobres, o Barão Razar Styler, lutou ao nosso lado contra os Lanniters e recebeu como recompensa muitas terras e escravos. É ótimo em economias, mas um desastre quando se trata de soldados. 

- Stylers, eu sempre ofereci minha ajuda para domesticar seus escravos, mas eles não aceitam. Não entendo o motivo, mas não gostam de mim. Quantos escravos ao exato fugiram? 

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