CAPÍTULO15.

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RULES(PART2).

— Preciso de mais dinheiro... — começo baixinho e envergonhado, olhando ao redor para ter certeza de que ninguém ali estava prestando atenção.

Um sorriso se formou nos lábios de Gustaff e eu sabia que ele estava prestes a me intimidar — Claro que precisa — disse brincando com a garrafa de cerveja em suas mãos — Mas disso eu já sabia. Novo semestre significa novos livros, mais aulas, menos tempo... — Gustaff deu de ombros e então ficou em silêncio para que eu continuasse.

Meus lábios tremeram, a coragem já havia se esvaído a algum tempo mas eu sabia que deveria me impor. Respiro fundo, fazendo meu melhor para não transparecer meu nervosismo.

— Pra continuar com isso, preciso que as coisas fiquem claras entre nós — começo, faço uma pausa e então vejo os olhos dele brilharem, provavelmente curioso para saber até onde eu iria.

Sugo outra lufada de ar com força, tentando pensar em algumas 'regras' o mais rápido possível. Me sinto completamente despreparado quando Gustaff não me contradiz com uma piadinha sarcástica ou um comentário passivo agressivo.

— Primeiro, quero saber onde estamos indo antes de sairmos — assim que as palavras saem da minha boca, uma pequena expressão que não consigo decifrar cruza os olhos dele — Hoje foi a última vez que eu entrei no seu carro sem saber pra onde estava indo — digo firme.

E a confiança que havia desaparecido, retorna lentamente e me aquece por dentro.

— Nossos encontros vão ser marcados, você não pode aparecer quando quiser e tiver vontade sem levar em consideração o que eu quero ou acho — continuo, — Também quero estipular um valor fixo, não posso receber o que você acha que eu mereço, então também temos que chegar a um acordo quanto à isso — quando abro minha boca na intenção de continuar, sou pego de surpresa quando Gustaff desvia o olhar por um segundo e abre um largo sorriso.

— Você tá me deixando excitado Eliott — ele diz lambendo os lábios, meu estômago se aperta em expectativa e a vergonha inunda minha mente, nublando meus pensamentos — Já terminou o seu discurso? — me questiona.

Tento me lembrar de algo mais, mas tudo o que eu conseguia pensar eram nas coisas que ele já havia feito comigo. Balanco minha cabeça de forma positiva lentamente.

— Estou de acordo — diz simples — E sobre o valor fixo, você pode fazer a sua proposta. Mas você esqueceu a parte mais importante... quero saber exatamente o que eu estou comprando.

— Não precisa falar de mim como se eu fosse uma coisa — digo sem pensar, minha voz treme no processo.

— Você deixou bem claro que está tratando a situação como ela é: um negócio — ele rebate.

Mordo o interior de minha bochecha, era melhor assim, mesmo que me incomodasse ser mencionado como uma mercadoria.

— Vou fazer o que você achar melhor, desde que você não force nada. Não quero que me machuque — expressão de Gustaff muda e escurece quando ele ouve minhas palavras.

— Mas é por isso que eu estou pagando Eliott, eu quero forçar, quero machucar. Vou fazer coisas com você que nem se quer passaram por sua cabeça e você vai gostar.

O ar ao meu redor parece rarefeito, e todas as minhas palavras somem. Quando luto para encontrar minha voz novamente, mas sou interrompido pela garçonete.

— Vocês vão querer mais alguma coisa? — ela pergunta olhando para Gustaff como se eu não estivesse aqui. Reviro meus olhos e todos os meus pensamentos se voltam para a sobremesa.

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