CAPÍTULO2.THE AGREEMENT.

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THE AGREEMENT.

O interior do carro cheira a novo, o estranho sentado atrás do volante conduz silenciosamente. O que eu tinha a perder afinal? Neste ponto, não tinha nada. O aquecedor dentro do veículo tinha sido ligado e a atmosfera quente e confortável estavam me fazendo relaxar rapidamente.

O pequeno estúdio onde eu morava já estava sem luz a umas boas semanas, com isso, era impossível ligar o aquecedor e o inverno havia transformado meu apartamento em um lugar frio.

— Onde estamos indo? — questiono, minha voz quebra o silêncio e soa estranha, ansiosa e trêmula.

Sinto minha garganta seca. O estranho não desvia sua atenção da estrada.

— Já estamos chegando — me tranquiliza — Me chamo Gustaff — se apresenta.

De repente me dou conta de que nós nunca chegamos a nos apresentar. Eu havia entrado no carro com um homem que não sabia nem o nome. Uau, o que a necessidade faz com as pessoas? O pensamento me entristece.

— Eliot — digo simples. Sem rodeios.

Eu comeria o máximo que pudesse e então iria embora, esse era plano. E então descobriria outra maneira de conseguir comida. A velocidade diminui e Gustaff estaciona em uma rua pouco movimentada. Ele desliga o carro e tira as chaves da ignição, me preparo para deixar o veículo mas ele me interrompe.

— Não, você espera aqui — avisa com um tom que deixa transparecer seu autoritarismo.

— Não vou ficar dentro do carro de um estranho no meio da noite. Você pode envenenar a comida ou buscar uma arma — minhas mãos tremem pela possibilidade das palavras proferidas por mim, rapidamente as enfio de volta nos bolsos de meu moletom para que ele não as veja.

— Acho que é um pouco tarde pra isso não é? — Gustaff me encara, quando percebe que não estou disposto a seguir suas ordens ele volta a falar — Você não precisa ir comigo, pode esperar aqui para se aquecer, está muito frio lá fora e as suas roupas não parecem te manter quente. Um resfriado na sua... situação, não seria de vantagem alguma. Só quero ajudar, vou trazer o que prometi — termina.

Balanço minha cabeça positivamente, ele estava certo, a última coisa que eu poderia querer era um resfriado, eu não tinha condições físicas ou financeiras para passar por isso. E também, o interior quente do carro era convidativo pra mim.

Gustaff sai e bate a porta, ouço quando as travas são ativadas e me dou conta de que estou preso aqui. Respiro fundo tentando manter meus pensamentos positivos. Ele me ofereceu algo que não tinha a semanas, uma refeição decente.

Tá tudo bem! Você vai comer — digo para mim mesmo enquanto espero.

Não sei ao certo quanto tempo se passa, minhas mãos finalmente param de tremer e estou completamente aquecido agora. Meus olhos pesam e o banco confortável faz com que eu queira dormir.
Quando Gustaff retorna, ele carrega uma sacola grande de papel. As travam fazem barulho e a porta do lado do motorista é aberta, uma lufada de ar frio quebra a atmosféra quente que havia em volta de mim.

Respiro fundo, sentindo o cheiro delicioso de tempero. Meu estômago ronca furiosamente e me pergunto se Gustaff teria ouvido. Vergonha se espalha por meu rosto.

— Espero que goste — Gustaff entra no veículo e fecha a porta. A sacola, que repousa sobre seu colo, é aberta, fazendo uma nova onda de ansiedade correr por todo o meu corpo. Ele tira um recipiente grande de isopor de dentro e o passa para mim.

A embalagem está quente e pesada, a coloco cuidadosamente sobre minhas pernas. Gustaff passa para mim um par de talheres de plástico, espero que tire outra porção para si mesmo mas isso não acontece, ao invés disso, ele dobra a sacola cuidadosamente e a enfia no compartimento entre os bancos.

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