FIRE.
— Gustaff... — digo tocando seus ombros com urgência, tento desesperadamente usar o pouco de bom senso que ainda me restava — Me diz o que vai acontecer — peço e então ele me encara.
Seus olhos encontram os meus e por alguns segundos é apenas silêncio. E eu já sei o que vai acontecer, apenas não tinha aceitado ainda. Nós íamos até o fim, só a ideia de tê-lo entre minhas pernas é assustadora e o medo me esfria rapidamente, apagando todo o desejo que estava me fazendo insano a apenas alguns momentos antes.
Engulo em seco quando ele tira suas mãos de mim e se afasta, Gustaff me olha de cima a baixo e as cortinas abertas que expõem as janelas envidraçadas me permitem ver meu reflexo. Sem blusa, com o cabelo bagunçando e a calça aberta, sou uma bagunça completa.
— Você precisa ouvir em voz alta? — ele pergunta enquanto se senta na cama e se estica para alcançar o pequeno móvel ao lado.
Balanço minha cabeça de forma positiva, precisava ouvir, não porque não sabia, mas por que eu precisava de tempo para por a cabeça no lugar.
— Eu vou comer você — Gustaff fala tão casualmente que soa como um insulto para mim, ele tira um cigarro eletrônico da pequena gaveta e o leva imediatamente aos lábios — Precisa ouvir mais alguma coisa?
— Não sei se consigo — confesso, agora sou tomado pelo medo, medo da dor, do desconhecido, de estar tão vulnerável na presença de um homem de quem não sei nada a respeito.
Mas acima de tudo, medo de gostar. De gostar de me submeter, de deixá-lo fazer o que quisesse comigo. E então a humilhação volta, me lembro de que estou aqui por uns trocados. Uma risada amarga salta de meus lábios sem que eu tenha controle sobre ela.
Uns trocados? Gustaff salvou minha vida com apenas uns trocados.
— Não importa, — ele deixa claro — Depois que começarmos, não vou parar. É por isso que estamos aqui, você não tem escolha.
Os olhos pálidos de Gustaff parecem sombrios enquanto as palavras deixam sua boca e a fumaça de cor vermelha envolve seu rosto, um arrepio gelado corre através de minha espinha. Ele tem razão. É por isso que estamos aqui, foi com o que eu concordei quando entrei no carro e deixei que ele me trouxesse até aqui. Agora tenho que cumprir minha parte no acordo.
— Promete que não vai me machucar — peço sentindo meus olhos arderem com a urgência de chorar, — Promete...
Gustaff se levanta e caminha em minha direção, quando está a um passo de distância sopra a fumaça em meu rosto. O cheiro adocicado se mistura com o cheiro dele e eu pisco meus olhos levantando meu rosto para encara-lo.
— Vai até o banheiro e tira as suas roupas — comanda e eu apenas obedeço.
A fato dele não ter ao menos tentado me passar segurança faz com que minhas pernas fiquem trêmulas. Entro no banheiro e abaixo minhas calças já amarrotadas, o espelho reflete o pânico e a incerteza em meus olhos. Sinto o calor da vergonha descer pelo meu pescoço enquanto minha pele fica vermelha.
— Tira tudo — Gustaff diz assim que passa pela porta.
Ele caminha direto para uma das gavetas brancas e modernas abaixo da pia, abre a última delas e então tira de lá uma pequena bolsa branca.
— O que é isso? — pergunto, minha voz falha por conta do nervosismo.
Gustaff abre a bolsa e o som do zipper enche o banheiro, suas mãos tiram de dentro dela um par de luvas plásticas também brancas.
— Vou limpar você — ele responde enquanto tira uma garrafa de soro fisiológico e uma seringa grande com uma pequena mangueirinha na ponta.
Em seguida ele pega uma toalha branca, forra sobre a bancada de mármore e arruma os objetos cuidadosamente sobre ela.
— Não — digo com toda a firmeza que posso reunir.
Não havia nada mais humilhante. O que ele esperava? Que eu agachasse no chuveiro e deixasse ele enfiar uma mangueira na minha bunda? Não.
— Não? — uma expressão cínica pinta seu rosto, — Você nunca fez isso antes, precisa de ajuda.
— E você já fez? — um sentimento estranho aperta em meu peito, a ideia Gustaff ter estado com outros homens me incomoda.
Balanço minha cabeça de forma negativa.
— Nós podemos ajudar um ao outro — ele tira sarro de mim com um tom de voz divertido.
Sua resposta acaba respondendo meu pequeno questionamento interno, não é? Ele não tinha feito isso antes, ou talvez seus parceiros anteriores só eram mais bem instruídos no assunto do que eu.
— Eu posso fazer sozinho — volto a afirmar, quando sua expressão não muda mordo o interior de minha bochecha com força — Por favor... espera lá fora.
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Respiro fundo, a cada segundo que se passa meu coração se aperta um pouco mais. Me sento no meio da cama como ele havia mandado e observo atentamente enquanto Gustaff se move ao redor do quarto. A ansiedade estava prestas a me matar, e neste ponto já era certo de que se eu não desmaiasse, provavelmente vomitaria de tanto nervoso.
— Tira a toalha — Gustaff manda, passo meus dedos lentamente através do pano macio que estava enrolado em minha cintura desde que eu havia saído do banheiro.
Eu fecho meus olhos por um instante, tentando me distanciar do momento presente. Lentamente eu puxo o material e então me levanto do colchão alguns centímetros para tirar a toalha debaixo de mim.
Gustaff me percorre com seu olhar, todos os pelos do meu corpo se arrepiam. Ele se aproxima e se inclina sobre mim, seu peso apoiado sobre o joelho. Um beijo é desferido no meu pescoço e logo em seguida seus dentes raspam contra minha pele. Engulo em seco quando sua mão toca meu ombro, desce pelo meu torso e desce em direção ao meu estômago.
— Gustaff... — minha voz treme quando seus dedos dançam ao redor do meu umbigo e então traçam a pequena trilha de pelos até meu pênis.
Minha cabeça pende para trás, meus olhos se fecham e meus lábios se partem com a deliciosa e agonizante sensação da mão de Gustaff em minha. Ele aperta e esfrega e em alguns segundos não posso disfarçar como se sinto, o prazer se espalha pelo meu corpo.
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Espero que tenham gostado do capítulo novo! Não se esqueçam de votar e comentar <3
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MONEY.
RomanceQuando as coisas não saem como planejado, Eliott observa a espiral desafortunada que se torna sua vida. Prestes a ser despejado, as contas vencidas se acumulando e se misturando a novas contas que estão prestes a vencer. Já não há luz ou água ou com...