capítulo décimo segundo

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Por ser uma época festiva, não vou encher o saco de vocês de novo kkkk, mas não se esqueçam de olhar minhas outras histórias tbm 😊

— ANTÔNIO! — Levantei chorando junto com o meu joelho cujo sangue descia até metade da canela. — Não vá embora você também… — Abri a porta e falei com minha voz chorosa para o corredor. — Por favor, não me deixe sozinha aqui!

— O que você tá fazendo aqui? — Antônio falava para o elevador de portas abertas. — Veio falar o óbvio? — A pessoa saiu, era Francisco. — Eu já sei que ela bebeu.

Ele estava usando um terno cinza, um sapato social preto, uma maleta também preta e um envelope branco em mãos. Parecia um executivo e não estava nada abalado com o tom que Antônio estava falando com ele, na verdade, ele parecia mais intimidador do que o meu marido dessa vez. Seus olhos mórbidos e cheios de ódio fizeram o gigante recuar.

— Ela bebeu? — Ele bateu o envelope bem forte contra o seu peitoral. — Então já que você tem tanta certeza assim. — Ele olhou para mim, e senti seus olhos pararem quando chegou nos joelhos. — Não vai nem abrir esse envelope, correto?

Ele andou até mim, me cumprimentou com um abraço, e disse:

— Tenho boas e más notícias. — Eu apertei o abraço, fechei os olhos, e chorei em seus ombros. — Mas antes, me diga... — Ele se afastou e me encarou. — Foi ele quem te bateu?

— Não, não. — Balançava a cabeça negativamente com força. — Eu caí em uns cacos de vidro.

— Huuuum. — Ele me afastou um pouco mais e olhou meus joelhos minuciosamente. — Tudo bem, eu acredito.

— Pode entrar. — Ele entrou no quarto e fez um gesto convidativo com as mãos. — Não quero falar desse assunto no corredor.

Olhei para o Antônio que estava completamente surpreso pelo o que seus olhos liam no papel. Ele se acalmou e andou até a minha direção.

— Eu… — Ele abaixou a cabeça. — Desculpa… eu…

— Vai se foder. — Peguei o envelope de suas mãos. — Filho da puta.


Assisti ele entrando e logo depois eu entrei e fechei a porta, mas sem tirar o olho do envelope. O exame de sangue era algo que eu não entendia muito, mas uma palavra estava em negrito: Clonazepam.

— O que é esse clonazepam? — Perguntei relendo o exame. — Foi isso que me deixou apagada?

— É uma droga tarja preta. — Ele se sentou na cama que era para ser da Valentina. — O povo conhece como Rivotril.

Meus olhos se arregalaram

— Eu não tomo isso.

— Já imaginei. — Ele respirou fundo. — Deve ser isso que me deram também.

— Isso que te deram? — Antônio sentou na cama de casal de frente para Francisco. — Como assim?

— Se sente também. — Ele deu dois tapas na cama do lado de Antônio. — Vocês vão precisar.

Andei lentamente até o local indicado por ele e em todo o caminho encarei o meu marido, já ele, não conseguia fazer o mesmo depois de tudo o que aconteceu. Quando me sentei, ele passou a mexer no celular.

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