Capítulo nono

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Se matar... com certeza é mais fácil falar do que fazer, pelo menos para mim. É muito difícil levantar e pegar uma faca ou se jogar de um prédio quando não se tem forças o suficiente nem para sair da cama. A manhã foi horrível, como o esperado, nenhum de nós queria iniciar ou manter uma conversa por mais do que dez segundos. 

— E o exame? 

— Sim.

— Qual o resultado?

— Não saiu ainda.

Nesse dia eu não tinha vontade de falar ou prolongar qualquer tipo de diálogo. Esse último de agora foi uma das raras e curtas vezes que isso aconteceu, uma das poucas conversas que tive naquele dia. Depois eu estiquei o meu braço para pegar o telefone em cima do criado mudo e fazer o meu ritual de sofrimento.

TU...TU...TU... grave o seu recado, você só será tarifado após o sinal... TUUU. Grave o seu recado para: 

— Mas como é que funciona esse trem de caixa pro tal mesmo?

— É caixa postal, mãe.

— E pra que eu quero esse trem?

— Grave seu recado.

— Mas o que... 

TUUUUUU

— Oi mãe… tudo bem? Aliás, quer saber? FODA-SE! FODA-SE TUDO! VOCÊ NÃO QUER ATENDER AS LIGAÇÕES? FODA-SE! VOCÊ NÃO QUER FALAR COM SUA FILHA? FODA-SE! QUERO QUE VOCÊ VÁ PRA MERDA! TÁ ME OUVINDO?! VAI SE FODER!

Terminei a curta mensagem e vi os olhos do meu marido me fitarem.

— Tá olhando o quê? — Enxuguei o rosto com as mãos sujas. — Nunca me viu gritar não?

— Não com sua mãe. — Meus olhos começaram a coçar. — Você não devia descontar na sua mãe.

— Ah, sim. — Fui em direção ao banheiro. — Não posso gritar com minha mãe… certo. — Peguei um outro vestido florido e um sutiã qualquer da mala e uma das toalhas do hotel. — Mas… bater num policial, tudo bem, né?

— Caralho! — Vi a raiva em seus olhos. — Isso é totalmente diferente!

— Tá bom. — Falei enquanto fechava a porta do banheiro. — Tá bom.

Fui para a ducha. Sinceramente... não queria, mas duvido que me deixem entrar no laboratório ou em qualquer outro lugar no meu estado atual de higiene. E antes de fazer qualquer coisa, quero sentir que fiz tudo pela minha filha. E para isso, preciso passar no Datalab. No meio do banho, e com a pressão do chuveiro em cima da minha cabeça, me forcei a lembrar do que eu poderia ter feito naquele bar. A dúvida é a pior coisa do ser humano. Quando se tem a certeza de uma coisa, é fácil demais fazer as maiores loucuras para alcançar os seus objetivos, mas… e quando se tem dúvida? Não importa se é 1% de dúvida no meio de 99% de certeza, se há dúvida, sua mente vai te martelar, até que, com o tempo, aquele 1% ganha mais dois zeros à direita e você não sabe mais de nada.

Cama de gatasOnde histórias criam vida. Descubra agora