Capítulo décimo quarto

25 6 0
                                    

BUM BUM BUM!

— TÁ NA HORA, TERMINE E TOME O REMÉDIO!

— Rápido, tire a roupa. — Levanto já puxando o vestido de Valentina. — Termine de tirar o resto e deite na cama.

Tirei minha roupa rapidamente e andei até a porta, hesitei um pouco antes de abrir, mostrar Valentina daquele jeito para esse filho da puta me causa ódio. Mas não tenho outra opção.

— Véi… — Abro a porta e o homem fixou seu olhar na criança pelada. — Ainda falta meia hora…

— Foda-se. — Abriu mais a porta e entrou com olhar de desejo ao ver o corpo de Valentina. — Já tá na hora. — Riu enquanto apontava para a minha rola. — Não é como se você fosse aguentar mais uma bombada nela com esse pau mole… — Riu novamente olhando para a criança e apertando o seu pau duro. —  Vocês ricassos são fodas, pagam dinheiro pra porra só pra fuder uma criança. — Andou para a porta e começou a fechá-la devagar, ainda pegando no pau e olhando para Valentina. — Na próxima. —  Estendeu a mão e deixou cair um comprimido na minha. — Lembre de trazer o seu viagra pra bombar a indiazinha sem parar. 

Tomei o comprimido em sua frente, vendo seu sinal de aprovação, e consegui vê-lo lambendo os lábios, ainda olhando para Valentina, enquanto fechava a porta.

— Olha… — Comecei a me vestir. — Não queria fazer isso e…

— Não precisa falar nada. — Ela também começou a se vestir. — Ia ser estranho se a gente tivesse de roupa, né?

— Sim, você tá certa. — Terminei de colocar a parte superior do terno. — E não se esqueça, você tem que fingir que tá muito mal, não pode aparentar que não aconteceu o que deveria acontecer
.
— Francisco… — Ela riu e eu senti sua tristeza. — Eu não preciso fingir.

Decido não falar mais nada e apenas espero o efeito do remédio bater. Acordo, dentro do carro no estacionamento do shopping.

— Desce logo. — O filho da puta abriu a porta do carro. — Tenho mais alguns corres pra fazer. — Abriu um sorriso. — Vê se não esquece da azulzinha, doutor. — Tirei o cinto de segurança e o sorriso dele ganhou malícia. — Aquela ali parece que aguenta bastante, até eu fiquei com vontade de bombar. 

— Você também curte, é? — Perguntei fechando a porta do carro devagar. — Por que não usa o serviço?

— E você acha que eu não uso não é, doutor? — Ele sorriu. — Oxe, vou até ver se consigo reservar ela pra semana que vem. — Botou a mão no pau. — Achou o que dela? Ela aguenta pica mesmo?

— Aguenta véi. — Apertei a porta do carro com ódio. — Fiquei até impressionado, meti até o talo e ela nem ligou.

— Aí é foda…  — Ele ficou meio triste. — Não parece boa não, eu gosto quando é apertadinha, tá ligado? — Deu partida no carro. — Qualquer coisa se ficarem gritando muito é só botar um paninho na boca e socar forte embaixo. — Deu uma risadinha entregando minha mala. — Acho que não vou querer ela mais não, vou ver uma outra novata. 

Ele saiu e minha vontade era de encher o filho da puta de tiro ali mesmo. Olhei para o relógio, dezessete e trinta. Aquilo me dava um raio de ação, já é alguma coisa e ao mesmo tempo, nada.

— DESGRAÇA, DESGRAÇA, DESGRAÇA, DESGRAÇAAAAAAA!

VAI SOLTAR SUAS DESGRAÇA PRA LÁ, DESGRAÇADO!

Não podia perder mais tempo aqui, chamei o Uber direto para a estação Mussurunga. De lá peguei o metrô e desci todo o caminho das duas únicas linhas de Salvador até a Lapa. Chegando lá, já era dezoito e trinta. Peguei o Uber, passei em minha casa para pegar o exame, e em pouco tempo eu já estava no hotel.

Cama de gatasOnde histórias criam vida. Descubra agora