Porto de Meren

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Sua visão estremeceu.

Um som zumbiu em seus ouvidos.

No momento em que a pequena menina percebeu o que havia causado o choque e os constantes tremores em seu corpo, a primeira coisa que sentiu foi náusea.

Um rugido assassino ecoou ao redor da garota enquanto o som de centenas de milhares de pés sacudia a terra.

A pequena sala de pedra onde se encontrava vibrava com inúmeras colisões de pé a cima. O céu azul e a luz brilhante do sol pareciam distantes através da treliça de ferro de sua pequena janela. Tudo que podia sentir no frio e úmido quarto, que se assemelhava a uma prisão, era o fedor de mofo e ferrugem.

Abandonada e um canto da sala, sentou-se dois cutelos, as lâminas tilintavam enquanto esperava sua vez.

A cena mudou.

A menina usava uma máscara. Diante dela havia um portão odioso, a luz se filtrava por suas barras. Quando a mesma se abriu a jovem garota ultrapassou-a, deixando a escuridão onde estava para trás, ela se viu envolvida em uma cacofonia estrondosa de gritos. Ao seu redor, os espectadores uivavam sua chegada na arena.

Ela viu seus inimigos vindo do portão oposto, levantando suas armas, em um forte aperto, a garota corre em frente.

Cada adversário era diferente do último. Primeiro, uma matilha de lobos brancos; então, um gladiador empunhando um bastão; depois disso um dragão acorrentado, e por fim, havia uma garota como ela. Suas armas colidiram, mas no final, foi ela quem ficou de pé.

Enquanto seu oponente caído jazia a seus pés, ao seu redor a arena explodiu de excitação tão forte quanto a luz acalorada que infligia sobre sua pele.

- Nos wehga! Se wehga! Se wehga! – gritava a multidão para a menina em uma língua que não parecia o Koine.

Os elogios de suas companheiras guerreiras a engolfaram quando o céu crepitante tremeu e tremeu. Com o rosto voltado para o céu, ela se perdeu naquele mar sem fim de vermelho.

A cena mudou.

Sempre foi assim.

Ela viu o sorriso borrado de uma deusa. Então uma guerreira estava olhando para ela, batendo-a no chão repetidamente. O riso tocou alto em seus ouvidos.

Excitação misturada com raiva em um frenesi sem fim.

Dentro dessas emoções havia um grito resmungado e sangue salpicado. Na superfície reluzente da arma, ela podia ver seus próprios olhos embaçados. Ainda repetiu, mais e mais, como o mundo desapareceu ao redor dela. Foi quando ela olhou para baixo, apenas para ver suas próprias mãos, manchadas do mais profundo vermelho.

Então Tione acordou.

- Ótimo... – murmura a amazona olhando para o teto de seu quarto.

Ela vira sua cabeça olhando para janela, o céu ainda se encontrava escuro. Movendo seu olhar na direção do relógio, ela via o ponteiro menor acabar de passar pelo quatro.

- Ainda não recebi nenhum descanso desde a expedição... – diz Tione em tom baixo e franzindo a testa ainda olhando para o teto, seus olhos pareciam pesados.

(*boof*)

De repente um travesseiro arqueou em sua direção. Tione rapidamente o pegou no ar. Sentando-se sem fazer tanto barulho, a amazona se virou para onde estava irmã que dormia profundamente, de braços abertos em sua própria cama com o cobertor chutado.

Aquela cara inocentemente idiota e aquele lance de travesseiro inconsciente fez Tione borbulhar de raiva por dentro. Ela jogou o travesseiro de volta em sua irmã, mas mesmo dormindo Tiona conseguiu desviar do tiro com facilidade.

Danmachi: Spear of LightOnde histórias criam vida. Descubra agora