Capítulo VI

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Nunca comece algo que não pode continuar.

Sabiam que o suor foi feito para resfriar o nosso corpo? Pois bem, estou sentindo uma gota escorrer pela minha têmpora, uma gota de água salgada. Mas a questão é que eu estou morrendo de frio, e isso faz com que eu tenha espasmos musculares, portanto, estou tremendo muito.

Os olhos estão em cima de mim, é muita pressão, sinto a tensão do ar. Os olhos humanos foram criados para julgar. E sei que estão me julgando agora.

Devem pensar que sou uma pobre coitada que viu um cadáver pendurado, ou uma mentirosa que saiu com o chefe, ou pior, podem achar que eu tenho algum envolvimento com a morte da mulher, afinal, nos conversamos antes disso acontecer.

Eu não consigo respirar.

Meus pulmões parecem não aderir o ar, eles estão tensos, e não consiga inspirar, o estresse está me causando azia, e minha cabeça começa a girar. Mas sinto uma mão firme segurar os meus ombros.

- Relaxe, não estamos aqui para te culpar por nada.

Não sei quem disse isso, já não reconheço mais as vozes ao meu redor. E quando me dou conta, o mundo ficou escuro e adormeci novamente.

Devem ter se passado horas, minutos, ou alguns segundos, mas eu acordei. Estou sozinha na sala, e está quase anoitecendo. Sinto um ar leve no meu nariz. Eles colocaram tubos de oxigênio, deve ser por causa do desmaio.

Tento me mexer, mas meus braços e pernas estão bem duros, como se fosse uma câimbra eterna. Que merda que está acontecendo comigo?

A porta se abre, e antes de ver quem é, rezo internamente para que seja o Matt ou a Cristina, não quero ninguém mais do que eles agora.

Mas não são nenhum dos dois.

Quem entra, é o Deus. Ele abre com uma delicadeza impressionante, mas não o bastante para afeminar a sua atitude. Ele parece um gato, solitário, desconfiado e belo.

Ele me observa, provavelmente pra saber o que eu estou fazendo olhando para ele com tanta intensidade. Ele me deixa um pouco desconfortável, ainda mais quando estou quase nua debaixo de um fino cobertor.

- você desmaiou, teve uma crise de ansiedade e ficou sem ar, por isso colocaram o oxigênio em você.- sua voz e expressão são frios, como se não tivesse sentimentos, é muito perturbador, nunca conheci alguém com tanta indiferença perante os outros.

Eu não sei o que dizer, as palavras sumiram da minha mente. Agora, parece que meus pensamentos estão envoltos por bolas de algodão, mas parece que aos poucos, os músculos relaxam, por mais que a presença dele me mantenha nervosa, eu estou começando a relaxar.

- e para te acalmar, eles colocaram uma dose de sedativo calmante.

Está explicado essa sensação.

Meu pescoço cede, e deito. Olho para o teto branco, levemente iluminado. E não digo nada, afinal, o que eu poderia dizer, com a mente nesse estado, qualquer palavra poderia ser meio sem sentido.

- vai ficar bem.- ouço a porta se abrir, e a presença gelida desaparece.

Fecho os olhos, e adormeco profundamente.

Meu assassino BilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora