Capítulo II

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E o cravo matou a rosa.

Então, como o esperado, uma morte de um membro da empresa é considerado algo grave.

Ninguém disse uma palavra, apenas observaram o homem sair do carro, e conversar com alguns policiais.

Ele é muito mais novo do que eu imaginei. Quando citaram a sua existência, eu imaginava um homem de 60 anos com uma barriga volumosa de bebidas caras, e uma barba branca que marcaria o seu rosto rechonchudo.

Mas trata- se de um homem de 30 anos, com os cabelos cor de caramelo, muito bem escovados de modo que o da uma aparência mais jovem, mas firme ao mesmo tempo. Ele emana a autoestima.

Alguns funcionários continuam a encarar o homem, e sou uma delas. Mas o Matt me tira desse devaneio.

- esse cara me dá medo. Vamos logo entrar.

Medo. Não teria uma definição melhor. Seu olhar gélido está concentrado em observar o homem morto. Ele não parece ter dirigido uma só palavra a qualquer outra pessoa. Seja um conforto, ou então algum conselho, ele se mantém reto e reservado.

Começo a caminhar em direção a nova entrada, e consigo ouvir um pouco da conversa deles.

- ele parece ter sido arremessado senhor, pois funcionários afirmam que apesar de estar um pouco deprimido, estava feliz pelo casamento, e aguardava a chegada de um filho, então não vejo motivos para cometer suicídio...

O homem não olha para o policial, apenas consente.

- entendo.

Essa simples palavra me fez arrepiar, a sua voz grossa, é fria, e sem sentimentos, ele parece estar concentrado, pensando em algo importante. E de fato deveria estar, afinal, um funcionário está morto em frente ao prédio que ele domina.

O Matt volta a tempo de puxar o meu braço, para me tirar de lá. Quando o olhar gélido vai até mim.

Não consigo tirar meus olhos dele, mas ao mesmo tempo, meus instintos mandam eu olhar para baixo. Não sei se consigo aguentar por mais tempo do que esses poucos segundos.

Mas ele simplesmente vira, é como se de certa forma eu fosse invisível ao seu olhar. O que é meio confortante. Não quero chamar a atenção do Big chefão numa hora dessas.

Entro no saguão da empresa, e sou recebida pela Cristina, que trabalha na recepção.

- Amiga, você viu o que aconteceu?

Não, acabei de entrar, mas não vi a multidão ao redor do corpo, bem o sangue todo, ou o big Chefão me encarando como se eu fosse um ser quase invisível.

- Sim Cris, eu vi.

Ela começa a descrever a cena que viu, afinal, ela trabalha bem na frente da entrada principal, então ela deve ter visto muito mais do que eu.

Ela descreve a cena um pouco exageradamente, mas em suma, acontece o seguinte.

Ela chegou as 8:10 da manhã, normalmente, e sua chefe, a Evelyn chamou sua atenção pelo seu atraso de 10 minutos. Então ela se sentou na cadeira da recepção, e falou com a sua colega, da boate nova que inaugurou na cidade.

Após uma longa conversa, ela viu o Matt entrando, com seu capacete de motoqueiro, d sua jaqueta de couro. Mandou um beijo de bom dia, e foi buscar um café.

Ela gosta de café ao leite, com pouco açúcar, pois afirma estar engordando de novo. Ao voltar na sua mesa, haviam cliente esperando por ela, ela os atendeu. E permaneceu sentada checando algumas listas de clientes que teria que atender hoje.

Meu assassino BilionárioOnde histórias criam vida. Descubra agora