jennie

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|CAPÍTULO 04|

Despertei com as cortinas sendo abertas. O sol batia exatamente na minha direção, e a corrente de ar passou rápido antes de alguém fechar novamente a janela.

— Neena? – Me animei.

— Jennie, princesa! – Gritou

...

Neena é minha irmã mais velha, e tem trinta anos. Sempre me salva de besteira, mas dessa vez não foi possível pois ela estava viajando com o marido. Claro que, eu não fiquei chateada, porque Neena precisa de divertir, ela tem estado muito ocupada com o trabalho, e deixado a diversão de lado.

— Você usou preservativo né? – Perguntei, ainda com os olhos focados na garota.

— Não. Eu e Marcos queremos um filho, Jendeuk. – Disse me chamando pelo apelido.

— Hm... talvez eu seja titia! Vai ser... ótimo! – Eu falei, me concentrando no café que Neena havia trazido.

— Jennie, bom di-

Jisoo apareceu no mesmo momento que eu estava tomando café, então com o susto, cuspi todo o líquido que tinha na minha boca, para o chão.

— Meu Deus! Está tudo bem, Jennie? – Neena perguntou.

— Me desculpa, não queria te assustar. – Riu sozinha, enquanto limpava o chão

— Tudo bem... – Gargalhei, limpando minha boca.

Neena foi embora logo depois de conversamos o suficiente. Outro motivo de Neena ter ido embora, foi o fato de Jisoo ter chegado para me auxiliar no banho. - Sempre fico nervosa perto da Jisoo, principalmente quando ela me ajuda no banho - Mas isso só é um fato. E eu não sei o motivo.

Jisoo me ajudou a me despir das roupas do hospital, e ligou o chuveiro. Infelizmente, eu ainda não podia tomar banho quente, então a água era fria. Jisoo me ajudou também, com a hidratação capilar, e passou direitinho meu creme capilar, nos meus longos cabelos.

No final eu estava prontinha novamente.

— Eu tenho vergonha quando você me ajuda com o banho. – Confessei, forçando para não corar.

Jisoo gargalhou.

— Não se preocupe, Jennie. Eu e você temos o mesmo sexo, e sou uma menina. Seria horripilante se fosse um homem, certo?

— Sim, eu teria pesadelos. Principalmente, com os casos de abuso sexual no mundo... – Lamentei.

Jisoo era literalmente uma amiga. Apesar, de ter visto meu corpo várias vezes, sinto confiança nela, e tenho certeza que Jisoo não vai tirar fotos minhas, e postar no Twitter. QUASE CERTEZA.

Jisoo teve que ir embora, também por causa de Rosé. E fiquei mais uma vez solitária. É lógico que eu deveria dormir, ou ler. Mas, simplesmente não consigo.

Decidi pensar em Jisoo. Não sei o porquê, mas quando estou com ela, sinto algo especial. Bonita, educada — Sobre a educação há controvérsias... — mas linda, elegante, esforçada, e uma enfermeira muito... muito gostosa.

Nunca tinha me sentido assim, mas, pensemos pelo lado bom. Eu sempre fui heterossexual, nunca senti atração por mulheres. E já tive experiências sexuais, com um menino dois anos mais velho. E vou ter que acrescentar: Foi minha primeira vez, e foi inesquecível. Ele meio que respeitava, e parava quando eu me sentia desconfortável. O meu lado bissexual apareceu?

"Claro que não, Jisoo! Achar uma mulher linda e gostosa, é totalmente normal. Você admira várias mulheres todos os dias! E outra, Jisoo não combina com você, de jeito algum!"

Pensamentos sujos vieram à minha cabeça, mas pelo meu azar, Jisoo reapareceu e tirou todos esses pensamentos.

'QUE SACO! MESMOS QUE FOSSEM IMAGINAÇÕES TAVA TÃO BOM...'

— Voltei-

Foi quando eu percebi algo discrepante: a conduta de Jisoo balançar o cabelo, o seu costume diferenciado de andar, seus passos curtos, e a caneta se movimentando morosamente na caderneta de exames, uma corrente maravilhosa de ar passou rapidamente por nós, e então os cabelos ruivos escuros de Jisoo voaram. Seu jaleco era extremamente perfeito em seu corpo com incríveis curvas, as joias em suas mãos, e seus anéis de ouro encaixados perfeitamente em seus dois dedos.

— Jennie... você está bem? – Retomou a me tirar dos meus pensamentos, Jisoo!

Pisquei os olhos duas vezes.

— Ah, oi! – Disfarcei um sorriso.

— Você está muito, mais muito estranha. Não parou de olhar para mim com cara de admiração. Ah, tá! Deve ter sido o cabelo! Eu cortei alguns centímetros, não achei que você fosse gostar ou ao menos olhar. Hihi. – Contou.

— Ér... Ér... sim! Sou muito concentrada em pequenos detalhes! O seu cabelo é naturalmente, grande, então as pessoas memorizam facilmente, onde seu cabelo mede. Portanto, quando você cortou percebi estar faltando alguma coisa. Pensei: 'está faltando alguma coisa na Jisoo, isso está muito esquisito' – Disfarcei mais uma vez com entradas de risos.

— Ah... ah... e-entendi – Disse corando.

Sorri logo depois.

                                    ☆

Eu e Jisoo batemos papo por alguns minutos, e conversamos sobre coisas importantes. Jisoo até mencionou os cuidados que vou ter que ter quando eu finalmente sair do hospital.

E, vou ter que confessar: é horrível ficar no hospital. A enfermeira que cuida de você, te auxilia no banho, te ajuda a trocar de roupa, e você não consegue se virar sozinho. — Claro que tendo a Jisoo como enfermeira, está tudo perfeitamente bem... — Sem querer entrar no duplo sentido, porque tipo, Jisoo é uma enfermeira perfeita que me ajuda em todos os meus momentos. E só estou aqui a cinco dias. O que significa que, se daqui a dez dias eu conseguir sair, vou ter completado quinze dias aqui.

— Olá, mocinha. – O médico entrou, com uma caderneta na mão.

— Olá. – Cumprimentei com um sorriso esboçado em meu rosto de orelha a orelha. — Como tem passado?

— Estou perfeitamente bem, e você como está?

— Estou ótima! Sendo tratada com carinho, e é confortável aqui. – Gesticulei.

— Que bom. Hoje, nós vamos fazer algumas horas de treino. Você precisa tentar voltar ao normal. O tiro ha está quase curado, porém, provavelmente você não conseguirá andar por conta própria, pois o tiro de certo modo pode ter afetado. Compreende?

— Ah, claro! 

|...|

O médico segurou firmemente em minha mão, enquanto eu me segurava em uma barra de metal com a outra mão desocupada. Como o médico cogitou, eu realmente estou tendo dificuldades para andar sozinha.

Observei uma mulher olhar fielmente para mim, com uma ponta de raiva em seus olhos, e suas unhas cravadas no balcão da cafeteria. Seu cabelo loiro me arrepiava dos pés à cabeça, e seus olhos azuis focados apenas em mim, seu vestido vermelho, e seu salto alto preto, estrondos saíam de seus passos, e meu medo só aumentava. Seus passos até mim, fizeram com que eu ficasse completamente perdida. As vozes dos médicos soavam em meus ouvidos, mas não dei atenção, e encarei com coragem àquela mulher. Minhas unhas cravadas no corrimão que me apoiava, e o pés firmes no chão.

— Jennie acorda! Jennie...! Jennie?

Pisquei os olhos firmemente três vezes, e não vi nenhuma mulher à minha frente.

— Jennie? Você está bem? – Jisoo perguntou assustada.

— Eu quero dormir, eu quero descansar. Chega por hoje! – Gritei firmemente.

— Jennie-

— EU QUERO DORMIR!

— Tudo be-

— Rápido, rápido! – Continuei gritando até que Jisoo me pôs na cadeira de rodas, e me levou até o quarto.


...











JOGADA DO AMOR - JENSOOOnde histórias criam vida. Descubra agora