Jennie

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|CAPÍTULO 02|

Eu bebi quase até cair. Eu não sentia os membros do meu corpo, e minha cabeça doía. Foi quando ouvi um barulho ensurdecedor vir do alto de uma montanha, e senti quando fui descaradamente, atingida. Foi como se tudo na minha vida parasse, e eu sentisse a pior das dores. Me deitei no chão, e então ouvi alguém gritar:" — Corram! É um tiroteio!" Eu perdia as esperanças, mas então, a polícia chegou, e pediram imediatamente, uma ambulância para mim. Graças!

Acordei num local branco, eu estava ligada a diversos fios eletrônicos. Olhei em volta do lugar, com um espaço donde há uma abertura, parecida com uma janela. E percebi assim, que Neena olhava fielmente para mim, e sorriu quando viu que abri os olhos. Não consegui nem ao menos, sorrir de volta, mas meu peito se enchia de felicidade.

— Ela acordou! – Ouvi Neena dizer a uma enfermeira com olhos azuis escuros, e seus belos cabelos negros. Que, eu havia acordado.

Então, a enfermeira entrou com uma caderneta em mãos, e disse:

— Kim Jennie, tiro no local da barriga, caso grave. UTI. Prazer, sou Kim Jisoo, e estou responsável pelo seu caso. – Acenou, e forçou um sorriso. — Estou surpresa que você, em quinze dias, tenha acordado! Você devia acordar, no mínimo depois de trinta dias. Parabéns, seu corpo reagiu bem.

— Q-que b-bom... – Tentei corresponder à sua gentileza.

— Não precisa falar agora. Você precisa descansar. Neena, sua irmã, lhe visitará amanhã. Por enquanto, apenas observará você. – Continuou passando tudo para a caderneta. Como o dia que acordei, o estado que me encontro, e se, principalmente, consigo dizer algo.

Apenas assenti com a cabeça. Neena acenou do lado de fora, e ainda ouvi:

— Durma, se recupere logo. Você nunca me vencerá no jogo, mas, deves ao menos tentar, né?

Sim, nós competimos alguns jogos, e incrivelmente, sempre perco.

...

Fiquei dormindo boa parte do dia. Na verdade, nunca me senti tão mal na minha vida. Aqueles aparelhos ligados a mim, não me permitem fazer nada. E com isso, não consigo me mexer. Mal clico no celular, porque meus dedos doem. E posteriormente, ficarei um tanto traumatizada por causa da minha melhor amiga, que me convenceu a ir num barzinho comemorar meu aniversário. Tomar um tiro no aniversário, é a pior sensação do mundo. — Literalmente.

A comida do hospital, não é diferente de como comentam. É realmente, horrível. Sem sal, sem gosto.

— Olá! – Entrou novamente, aquela enfermeira, Jisoo. — Vim ver como você se encontra. Consegue falar?

— Sim. – Respondi. — Veio fazer perguntas para relatar meu caso?

— Exatamente. – Respondeu. — Vejo que seu organismo, é incrivelmente bom. Conseguiu se recuperar em apenas quinze dias, e já consegue falar quase que normalmente.

— Ah, bom, eu sou muito saudável, pois ser modelo, requer isso. – Eu disse.

— Hum... imagino. Eu já vi seu perfil antes. Sigo você há pouco tempo..na verdade, busco dicas de beleza, e de como se tornar famosa.

— Sério? Você é minha fã! Que bom que eu encontrei uma fã, então você me entende!

— Não... n-não sou sua fã, só quero aprender a ser famosa. – Gaguejou.

— Ah, olha... eu posso te ajudar. Não custa nada ajudar uma amiga a crescer!

— Amiga? – Riu. — Eu não preciso da sua ajuda, querida. Estou muito bem assim. – Sorriu simpática. — Tenho um milhão de seguidores na minha conta, e na conta da minha amiga junto comigo temos vinte milhões.

— Você tem um milhão? – Dei uma gargalhada. — Acha isso... bom? Tenho certeza que as suas fotos não tem acima de vinte mil curtidas, amore. – Zombei

— Não precisamos discutir sobre Instagram agora, né? Estou aqui para trabalhar, e não discutir com mimadas metidas à merda. – Praticamente, cuspiu as palavras.

— Você...!

— Bom, pressão arterial, ok. Circulação sanguínea, ok. Uma infecção na área do tiro... certo... você está bem, só vamos cuidar dessa infecção que se formou durante o tempo que ficou na ambulância. – Se levantou, e anotou tudo, antes de sair pela porta sem dizer absolutamente nada.

...

O resto do dia naquele hospital não tinha sentido. Quando a enfermeira entrava era só para averiguar minha pressão, ou a infecção que se alojou em mim. Nem fala nada. Suponho que eu tenha dito algo que lhe incomodou. Ela tava tão simpática de manhã. Provavelmente, o que eu disse sobre os seguidores dela, devem ter feito ela fiar com muita raiva de mim.

Poxa, é verdade! Foi ela que recusou minha proposta de ajudá-la.

Continuei refletindo, enquanto lia algum livro. Amanhã, Neena vem aqui, e finalmente vou poder ver minha irmã.

— Vá dormir, sra. Kim. – Jisoo, a enfermeira disse, trocando os curativos da minha barriga.

— Estou sem sono. Você tem mais algo para fazer? Eu quero alguém para conversar. – Eu disse.

— Converse com você mesma. Conte como foi seu dia...

— Por favor, Jisoo!

— Enfermeira Jisoo. – Corrigiu.

— enfermeira Jisoo! – Falei.

— Meia hora.

— Ok.

...

— Está me dizendo que ficou famosa por causa de um vídeo que viralizou nas redes sociais? – Questionou

— Sim, eu gravei um vídeo andando de skate, então viralizou. Várias pessoas começaram a me seguir, e daí eu fiquei cada vez mais famosa. Um dos meus seguidores usou meu vídeo andando de skate, para fazer videos de frases. E no fundo, o vídeo era meu! – Sorri ao lembrar.

— Andar de skate é tendência hoje em dia. – Respondeu pensativa. — Mas eu teria que aprender a andar de skate, para gravar um vídeo andando de skate. Seria bem difícil. Não tenho equilibro para ficar num pé só, imagina em cima de uma coisa enorme... e que desliza sobre o chão... eu morreria.

— Não é tão complicado, Jisoo. Tipo, aprender a se equilibrar não é a coisa mais difícil do mundo! É tão simples! Agora, aprender a andar sobre as rampas, e etc... Ui! Meu joelho ficou com marcas até agora. Mas, logicamente, minha mãe pagou para reconstruir uma nova camada de pele sobre a cicatriz, para eu não ficar com o joelho ridículo.

— Compreendo.

Alguém bateu na porta.

— Enfermeira Jisoo!

— Sim.

— Rosé Park, sofreu um acidente! – O enfermeiro disse.

— QUE? – Jisoo se levantou. — Meu Deus! O que aconteceu?!

— Acidente de carro, grave ferimento no braço esquerdo, e coluna danificada. Junto, uma mulher conhecida como Lalisa Manoban, graves ferimentos nas coxas, e torcimento no ligamento do joelho direito.

Não consegui ouvir mais nada, pois Jisoo prendeu o cabelo, e correu até uma maca que levava uma garota dos cabelos brancos, e outra dos cabelos loiros.

Rosé, amiga! Fica comigo, ok?

Então a tal da Rosé é amiga da enfermeira. Ah.

Jisoo fazia compreensão na área do peito de Rosé, enquanto tentava passar oxigênio para a garota.

Céus!

— Jisoo, ela não vai resistir.

Até o aparelho apitar.

Merda...



JOGADA DO AMOR - JENSOOOnde histórias criam vida. Descubra agora