Jisoo

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|CAPÍTULO 03|

Empurrei a maca junto com o maqueiro. Rosé perdia cada vez mais oxigênio e então ouvi:

— Jisoo, ela não vai resistir!

O nervosismo subia à cabeça, mas coloquei a máscara de oxigênio nela, e fiz uma reanimação ali mesmo.  Por que ela não resistiria? Ela só deslocou a coluna, e machucou o braço gravemente. Isso é curável.

A garota voltou a respirar, o aparelho apitou em sinal de que ela havia sobrevivido. Finalmente, pude respirar.

A levamos para a sala de cirurgia, para resolver o deslocamento da coluna, e também o ferimento do braço. Fiquei do lado de fora, porque só sou uma enfermeira, e não devo estar presente em cirurgias.

...

— Nós conseguimos! Rosé ficará bem, porém, ela ficará de cadeira de rodas, talvez, por três meses – O cirurgião comentou comigo.

— Tudo bem, tudo bem. Menos mal. – Eu disse me livrando do jaleco.

Me sentei na cadeira, e tratei de ficar encarando a entrada da sala de cirurgia, até que Rosé pudesse sair daquela porta. Mas, me lembrei que ainda tenho que cuidar de Jennie.

Apesar, de que, Jennie seja muitíssimo mimada, a mesma gosta de conversar. E não ficarei tão solitária pelos próximos dias. Então, ok.

Me levantei, me certificando de que, Rosé está em boas mãos. Isso quando descobri que Rosé ficará com Victória. Tá de boas. Não que eu não me preocupe, mas Rosé é forte, e para cuidar dela, preciso de dinheiro. E para ter dinheiro, preciso trabalhar.

Cheguei no quarto, e Jennie dormia como uma recém-nascida, que acabou de nascer. Com as mãos escondidinhas, e sua cabeça coberta com o lençol.

Linda pessoalmente? Sim.

Rapidamente, averiguei sua pressão, e fiz uns exames rápidos, justamente para não acordá-la.

Quando eu ia saindo, ouço uns barulhos na cama de Jennie, e me viro.

— Enfermeira Jisoo... bom dia! – Jennie levantou os braços, se espreguiçando.

— Bom dia, fiz apenas uns exames, para ver como você está se saindo, e talvez, talvez, você consiga ter alta daqui a dez dias. – Eu disse, retornando ao quarto, e me sentando na poltrona.

A garota sorriu de orelha a orelha.

— Mas, eu me sinto tão bem! Para quê ficar mais dez dias? O tiro foi tão horrível assim?

— Sim, atingiu seu estômago. Os médicos tiveram que fazer uma cirurgia demorada, e ainda resolver os procedimentos do seu fígado. – Respondi, me levantando. — De qualquer forma, agradeça por estar viva, e poder falar comigo.

— Sim, eu agradeço por isso. – Respondeu, se deitando novamente. — Sinto umas pontadas na área do estômago. Como se alguém estivesse arremessando flechas sobre meu estômago. — Toca seu estômago.

Eu sorri.

— Sintomas assim, são naturais. De pontadas, vão para cortes. Você terá a sensação de estar sendo cortada em pedacinhos. – Gesticulei. — Mas, isso não será tão forte quanto no momento em que levou o tiro. Quando você leva o tiro, naturalmente tens a sensação de estar sendo cortada, como mencionei. E o seu cérebro interpreta isso como um mau sinal, assim fazendo seu corpo se contrair, antes de ter um desmaio.

— Ah, entendi. – Sorriu desanimada. — Nunca mais comemoro meus aniversários em favelas.

— Era seu aniversário? – Questionei

A garota assentiu.

— Uiii! Sinto muito!!

— Como está a sua amiga?

Hein? – Fiquei confusa. — Ah, a Rosé? Graças aos céus, ela está bem. O acidente de carro foi sério, e o médico disse que Rosé provavelmente, ficará sem andar por vários meses.

— Ah, pelo menos sua amiga está viva! – Exclamou.

Foi aí que senti algo especial dentro do meu corpo. Como se minhas coxas automaticamente fechassem.

— Está tudo bem com a sua coxa? – Jennie perguntou.

— Ah, está sim, estou apenas apertada para ir ao banheiro, depois conversamos Jennie!

Corri até o banheiro mais próximo. Fui até a pia, e lancei uma quantia imensa de água ao meu rosto.

— O que aconteceu ali? – Indaguei para mim mesma.

...

Rosé estava na UTI, e a cirurgia foi realmente um sucesso. Lisa, por sua vez, ficou numa sala no setor 11. Sua recuperação está certa, pois o rompimento no ligamento do joelho, pode ser resolvido. Mas, os ferimentos nas coxas são gravíssimos.

Fiquei a noite toda do lado de Rosé. Ela é minha amiga, e faria isso por mim.

Alguém bateu na porta. Então, vi que era Mary. Uma amiga de Rosé, que também era minha amiga, mas brigamos, e desde então não nos falamos mais.

— Vai descansar. Eu cuido de Rosé. Você passou o dia no hospital. Troca essa roupa, toma um banho, descansa, e vem amanhã. – Aconselhou.

E, como eu e ela sabíamos que estava certa, aceitei sem dizer absolutamente nada. Apenas saí.

                                ☆

Assim que, cheguei em casa, fui imediatamente para o banheiro, me despi de minhas roupas, e entrei no chuveiro quente.

Me lavei, e cada parte do meu corpo doía incrivelmente.

Vesti um pijama simples de renda, e tomei um chá para me acalmar. Após isso, eu apenas dormi.

...

JOGADA DO AMOR - JENSOOOnde histórias criam vida. Descubra agora