Capítulo Treze

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Savi

Assim que abro a porta do apartamento, vejo os olhos de Millicent percorrerem toda a sala. Graças a Deus, arrumei tudo aqui, senão ela se assustaria com a bagunça que Evan e eu fizemos ontem.
— Adorei a decoração — ela diz e sorri.
— Eu agradeceria se houvesse alguma decoração aqui. — Damos risada.
— A simplicidade também é bela, Savi — Millicent diz e me olha profundamente.
Essa garota é incrível!
— Falta um porta-retratos aqui... — Aponta para a estante escura, onde apenas uma televisão e um DVD velho ocupam o espaço.
— Nunca fui ligado a fotos e essas coisas — digo com sinceridade.
— Seu celular tem câmera? — pergunta e eu franzo a testa.
— Tem, sim. — Tiro o aparelho do bolso e entrego a ela.
Millicent fica na ponta dos pés se encosta em mim. Em seguida, tira uma foto nossa e me devolve o celular.
— Para ficar de lembrança... — diz e pisca. Eu gosto dessa Millicent mais solta e divertida.
— Vou guardar com carinho, pois essa é a nossa primeira foto, sabia?
— Fico feliz! — diz e continua a olhar tudo atentamente.
— Venha, vou te mostrar a cozinha. — Pego em sua mão e a guio até o pequeno espaço.
Após mostrar todo o apartamento, falta apenas um cômodo, meu quarto. O local que ela já conheceu um dia. A cama em que ela já se deitou e onde se entregou a mim. O lugar em que fizemos amor poucas e inesquecíveis vezes. Algo dentro de mim vibra quando abro a porta.
— Adorei — diz após olhar tudo. — Eu já estive aqui, não estive? — Sua pergunta me pega de surpresa.
— Sim, algumas vezes — respondo cauteloso.
— Quero me lembrar, Savi.
— Eu sei, amor. E, se for para ser, você lembrará! Se não vamos...
Ela se aproxima e coloca o dedo indicador sobre a minha boca.
— Quero que façamos o que já fizemos aqui antes.
Fico em estado de choque durante alguns segundos. Millicent está sendo ousada; isso me assusta e agrada ao mesmo tempo.
— Millie, não quero que você pense mal de mim e...
— Eu quero lembrar, Savi — repete.
— Você tem certeza? — pergunto com a voz falha.
— Isso é o que eu quero — responde convicta.
— Meu Deus, Millicent! — digo desesperado.
Uma explosão de amor e desejo me atinge. Seguro a cabeça de Millie e a beijo com verdadeira devoção. Minha língua dança desesperada dentro de sua boca pequena, e tudo o que quero é jogá-la sobre a cama e fazê-la minha novamente. Mas eu me seguro, não quero parecer bruto. Quero amá-la lentamente e aproveitar cada segundo ao seu lado.
Após um beijo demorado, tiro seu vestido e admiro seu corpo por um instante. Um corpo pequeno, que se encaixa perfeitamente ao meu. Em seguida tiro seu shorts e lhe dou mais um beijo. Pego-a no colo e coloco-a na cama com cuidado.
— Sou capaz de te olhar assim para sempre, meu amor — digo e seu rosto fica levemente corado.
Tiro suas sapatilhas e faço uma massagem em seus pés. Vejo Millicent soltar um gemido baixinho, e sua expressão é de pura satisfação.
Em seguida deixo uma trilha de beijos em suas pernas e vejo sua pele se arrepiar aos meus toques. A cada beijo, ela se contorce e suspira. Isso está me deixando cada vez mais louco.
— Sua pele é tão macia, eu estava morrendo de saudade de senti-la assim, Millie... — sussurro quando chego ao interior de suas coxas.
— Savi! Oh... — Ela se contorce e agarra o meu cabelo com um pouco de força. Isso desperta algo sombrio dentro de mim, preciso controlar meus instintos. Preciso, mas não quero. Não nesta noite, não aqui com Millicent. Não há controle, não há regras. Apenas amor em cada gesto, adorando seu corpo como um louco.
Ciente do efeito que causará nela, beijo levemente seu sexo, recorrendo em seguida toda sua extensão com a língua, sentindo sua carne tremer contra minha boca. Porra! Ela é tão gostosa, seu sabor almiscarado brincando em minha língua.
Esta noite é somente dela, para seu prazer, estou aqui para ela. Contorno seu clitóris com a ponta da língua, e sua reação imediata é tentar me afastar. Eu não permito, quero que ela sinta cada pequeno espasmo de prazer.
Com cuidado, deslizo um dedo para dentro dela, causando-lhe um gemido rouco, que faz meu pau inchar ainda mais. Caralho, eu a quero logo!
— Savi eu não posso mais... — murmura, agarrando-se a mim, debatendo-se contra o colchão enquanto aumento o ritmo das lambidas e adiciono um segundo dedo.
Posso sentir seu orgasmo se aproximando, os músculos se contraindo contra minha mão. E vê-la levar as mãos aos mamilos, estimulando-os enquanto goza, é uma das visões mais maravilhosas da minha vida, e que poderia me levar ao inferno tão rapidamente que eu mal me importaria com isso.
Tomo seus lábios nos meus, absorvendo seus gemidos, minha mão ainda em seu sexo.
Quando seu corpo se acalma um pouco, eu tiro minha camisa e a calça rapidamente, jogando em um canto qualquer; os sapatos e as meias levam o mesmo fim.
Alcanço a gaveta do criado-mudo e procuro por um preservativo, na esperança de encontrar algum depois de tanto tempo. Quase grito de alegria ao sentir o plástico em minha mão.
Volto para a cama, deixando o preservativo ao lado. Olho novamente para Millie.
— Toque-me, meu amor — digo, em êxtase, ao vê-la obedecer timidamente, sua pequena mão tocando a parte da frente da minha cueca, puxando-a para baixo, revelando minha ereção.
Ajudo-a a tirar a peça, ficando nu diante dela. Mal consigo olhá-la.
Porra! Eu poderia realmente estar no inferno agora. Quente, macio, seu toque em minha pele. Sua mão recorre a glande, contornando-a com o polegar. Um ruído sai da minha garganta, e eu quase engasgo ao ver o que está prestes a acontecer bem diante de meus olhos.
Millicent conduz meu pau para sua vagina, guiando-me gentilmente. Eu a acompanho, com um enorme esforço para não entrar simplesmente em seu corpo, possuindo-a rapidamente. Lembro-me do preservativo e me esforço para rasgar o pacote, colocando-o rapidamente em meu pau.
— Millicent... — sussurro, enquanto deslizo para dentro dela aos poucos.
É certo. Estou no inferno, estou perdido, e isso é incrível. Não há controle, nem delicadeza na forma como Millie balança contra meu corpo, iniciando os movimentos. Exalo um pouco de ar enquanto dou a ela tudo que sou, tudo que tenho.
— Savi, isso é... — Ela se cala de repente, seus olhos se fecham, e eu sei que é de prazer.
Lembre, Millicent, por favor — grito em meus pensamentos. Isso somos nós, por favor, volte para mim.
Jamais imaginei que me apaixonaria um dia, mas aconteceu. E o mais extraordinário de tudo isso é que estou me apaixonando novamente por essa mulher, de um modo quase irreal.
Quando o fervor se acalma, meu corpo volta ao seu estado normal. Eu me deito ao seu lado, sem conseguir dizer qualquer palavra. Ela também está quieta.
Vou para o banheiro e, quando volto, Millicent está se vestindo. Ela não olha para mim, seus olhos voltados para baixo, mas posso ver suas bochechas rosadas, provavelmente está envergonhada.
Visto-me também, ainda pensado no que dizer. Nunca havia experimentado uma emoção tão forte, nem mesmo antes quando já sabia que a amava. Seria possível amá-la ainda mais?
— Millicent — eu a chamo.
Ela ergue os olhos para mim, atenta.
— Não me lembro de nada — diz, nervosa. — Talvez ainda seja cedo para isso, mas... o que acabei de viver jamais será esquecido, Savi.
Seguro seu rosto em minhas mãos e beijo sua testa, respirando seu perfume.
— Eu a amo, Millicent. Não me importo que não se lembre do que vivemos. Apenas prometa que construirá novas memórias comigo, e eu estarei completamente feliz.
Ela passa os braços em volta de mim e suspira.
— Eu gosto da sua proposta — diz, e ouço um traço de diversão em sua voz. — Mas por agora preciso de um favor, Savi.
Olho para ela, esperando.
— Preciso estar em casa antes do meu pai.
Concordo, relutante. Infelizmente ainda nem tudo pode ser como desejamos.

Dissoluto - Para Sempre (livro 2 ) - Série The Underwood'sOnde histórias criam vida. Descubra agora