Domingo de manhã Anahí acorda com seu despertador.
Uma dor de cabeça latejava incessantemente, ela levantou no automático e se olhou no espelho. Assim que se viu uma enxurrada de lembranças da noite anterior inundaram sua mente.
-Puta que pariu- ela choramingou.
Alfonso acordou com uma ressaca que há tempos não tinha, tomou um café preto enquanto ouvia Neto falar em sua cabeça sobre a noite que tinha tido com Maressah e fazer inúmeras piadas ao descobrir que Alfonso tinha se envolvido com Anahí.
No trabalho a loira ouvia a amiga se deliciar contando da noite quente com Neto enquanto se martirizava e se culpava pelo ocorrido ontem a noite. Quando tinha se tornado tão imprudente a ponto de se deixar levar pela vontade e o desejo não levando em conta a prudência e o juízo.
Enquanto Any estavam em um aouto flagelamento constante, Poncho estava anestesiado, não conseguia preparar as coisas para o trabalho mais tarde sem pensar nela, no corpo dela junto ao seu, nos lábios dela... Ele estava enfeitiçado.
Eram por volta das 20h quando Anahí sentiu o ar faltar em seus pulmões e o sangue sumir de seu rosto. Estavam batendo na porta, era seu fim. Como explicaria que não tinha o dinheiro?
-Iaê dona- um dos três homens a sua porta falou.
Ela conhecia bem os três sujeitos que estavam em sua frente, eram os mesmo que foram buscar Ricardo anos atrás, os mesmo que iam cobrar as ''dívidas finais'' como Sabiá chamava quando sabia que dívidas não seriam pagas, eles eram os responsáveis por levar o devedor até Sabiá, e de lá ninguém sabe o que acontecia depois.
-Boa noite- ela falou baixo e nervosa.
-Sabiá quer a grana- um outro falou enquanto alisava a arma que estava sua mão.
-Sabe o que é- ela gaguejou- Eu fui avisada em cima da hora e bem e..eu- ela sentia a boca seca- Eu tenho metade do valor, promete que se me derem mais uma semana eu dou um jeito de conseguir o que falta e..
-Seguinte loira- o terceiro que até então estava calado se pronunciou. Chegou bem perto de Any e segurou o braço dela com brutalidade- Sabiá cobrou, tu pagou- falou quase cuspindo na cara dela- Sem grana sem papo- soltou ela com raiva- Bora- indicou com a cabeça para os amigos.
-O chefe quer bater um dez contigo- falou guardando a arma no cós da bermuda enquanto os outros dois seguravam Any pelos braços puxando-a com eles.
-Eu vou pagar- ela falou sentindo uma lágrima escolher- Mas é muito dinheiro e pouco tempo- ela soluçou e tentava se soltar, mas era fraca perto aos dois homens que a seguravam.
Antes que pudesse receber uma resposta um sinalizador vermelho estourou no céu escuro.
Sinal vermelho. Invasão da polícia.
Assim que viram a fumaça rubra, moradores, traficantes, todos do morro dispararam a correr, fosse para salvar a pele, fosse para ficar pra briga. Os homens que estavam com Anahí a soltaram com pressa e correram para o pé do morro com armas até os dentes.
Se tocando do que estava acontecendo, Any se pôs a correr pelos becos estreitos até o bar de sua madrinha, precisava encontrar Maressah e Silvia para saber se estavam bem e juntas se esconderem, a polícia não tinha dó de ninguém quando o assunto era subir o morro.
Em questão de segundos tiros começaram a ser disparados para todos os lados, gritos de socorro e desespero eram ouvidos, um tumulto pelas ruas era visto.
Alguns policiais chegaram até a altura onde Anahí estava, cercaram um dos vapores de Sabiá. Um dos policiais foi atingido pelos outros traficantes que chegaram ali, entre eles Rato e Junin, que assim que reconheceram a amiga correram em direção a ela.
-Ce ta louca porra?- Rato falou puxando ela pra frente de seu corpo.
-Vem, vamo te deixar la na tia- Junin falou atirando para trás e seguindo os outros dois.
-Eles iam me matar- ela falou meio desnorteada enquanto corria junto aos amigos- Os três foram lá- ela gritou.
-Calma aí loira- Junin falou entre um tiro e outro- Com essa merda aqui Sabiá vai dar uma aliviada pra tu- puxou a mão da amiga para entrarem um uma ruazinha estreita.
-Ele vai ter muita coisa pra fazer, cobrar dívida de rocha que nem a tua vai ser ficha pô- Rato disse engatinhando a arma- Tu vai ter um tempo ainda loira.
Rato e Junin cercavam Any um de cada lado quando entraram um uma rua mais larga, estavam à alguns metros da entrada do bar de Sílvia, quando Anahí virou o rosto para uma viatura.
Alfonso estava com o uniforme de delgado, o rosto tenso e centrado, os olhos verdes escuro como nunca antes visto. Assim que desceu da viatura viu do outro lado da rua uma loira correndo escoltada por dois dos meliantes que ele devia atirar e prender. Mas assim que viu aqueles olhos azuis amedrontados e em desespero perdeu o ar por um momento.
Era ela, a dona de seus mais recentes pensamentos, correndo junto aos bandidos que a abraçaram ontem a noite. Sentiu suas veias ferverem e foi com tudo para cima de um outro que tentava mirar nele com o fusíl.
COMENTEM MUITOOOOO
AMORES ESSE FOI O ÚLTIMO CAPÍTULO DE 2020, QUERO AGRADECER A CADA UM DE VOCÊS POR TEREM ME ACOMPANHADO ESSE ANO E DESEJAR UM FELIZ ANO NOVO PARA TODOS❤️
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Deixe-me ir
Teen Fiction"Menina, me dá sua mão, pense bem antes de agir Se não for agora, te espero lá fora, então deixe-me ir Um dia te encontro nessas suas voltas Minha mente é mó confusão Solta a minha mão, que eu sei que cê volta O tempo mostra nossa direção Se eu soub...