-Eu to falando mãe, ontem eu ouvi o Poncho no telefone com aquele insuportável do Pedro Neto- Valentina fala choramingando sentada ao lado da mãe- Ele falou da empregadinha pra ele- bufou e cruzou os braços.
-O que ele falou exatamente Valentina?- Fabiana pergunta tirando sua canga; as duas estavam na área da piscina dos Herrera.
-Eu não sei direito só ouvi ele falar o nome dela- tirou também a canga e se deitou na espreguiçadeira junto a mãe- Ana alguma coisa- revirou os olhos.
-Então deixe de ser sonsa garota- Fabiana falou virando o rosto para o oposto do sol- Preste mais atenção, eu já tinha te falado pra marcar em cima agora que a empregadinha está enfiada lá.
-Eu sei mamãe, mas ele nunca me deixa chegar perto, ele não tá nem ai para mim fora da cama- ela faz bico como uma menina mimada.
-Ainda não, mas vai te querer- levantou os óculos de sol- Vai te querer e te assumir, nem que para isso sejam necessárias medidas mais drásticas- falou pensativa.
-Que tipo de medidas mãe?- a morena fala tentando acompanhar a mente mirabolante da mãe.
-Gravidez Valentina, o bom e velho golpe da barriga- sorriu maldosa- Nunca falha.
-Mãe?- ela se levanta de súbito- Eu não quero ficar grávida, deus me livre ficar gorda como uma vaca leiteira.
-Senta logo menina- ralhou grossa- Não é agora- mexeu o cabelo escovado- Eu disse que eram medidas drásticas, caso você falhar- ficou em silencio um momento- Por hora, você vai lá colocar a empregadinha no lugar dela e pressionar o Alfonso, até que ele se dê conta de que você é a mulher certa para ele e essas baboseiras.
-Certo mamãe, colocar a empregada no lugar dela- sorriu par sí mesma; ela gostava disso.
Durante a tarde, Anahí estava limpando a louça do almoço. Estava considerando fazer um bolo para deixar na geladeira para o patrão quando chegasse; ela não ia muito com a cara dele, depois de duas semanas trabalhando lá tinha se dado conta de que ele era um sem educação nato, muito diferente de Neto, que se mostrou um amigo. Neto almoçava na casa do amigo de segunda a sexta e sempre após a refeição ia conversar com ela, até chama-la para ir a praia com eles ele convidou. Ela não era muito de amigos, não que não gostasse, apenas não tinha tempo para isso e viu neto com um no momento.
Mas voltando ao bolo, ela não iria faze-lo por alguma simpatia com Alfonso nem nada do tipo, mas tinha adiantado todas suas tarefas do dia, não custava nada fazer um bolo, para ela era um prazer.
Valentina estacionou seu mini Cooper vermelho na garagem de Alfonso e desceu do carro. Antes de entrar na casa chegou seu visual, usava um shot de alfaiataria azul marinho e uma blusa branca, combinando com sua sandália alta de salto e sua bolsa também da mesma cor.
A casa estava silenciosa, só se ouvia os seus saltos batendo contra o piso de mármore e um baixo cantarolar vindo da cozinha. Assim que chegou na porta viu Anahí batendo uma massa na mão e cantarolando baixinho uma música que ela não conhecia.
Anahí só viu a outra parada na porta quando se virou.
-Que susto dona Valentina- colocou a mão no peito, sua vontade era revirar os olhos, odiava a morena- A senhora precisa de alguma coisa?- perguntou falsamente simpática, afinal era seu emprego na forca.
-Na verdade quero sim- falou se aproximando de Any olhando-a de cima à baixo- Quero que você se coloque no seu lugar- colocou o dedo na cara dela- Você é uma empregadinha e Poncho é seu patrão, assim como eu sou sua patroa, então se ponha no seu lugar de serviçal e tire suas asinhas de cima do meu primo, se eu ficar sabendo que uma faveladinha como você está se atirando para cima dele, eu vou ter que resolver do meu jeito e pode apostar que você não vai gostar nem um pouquinho- falou ameaçando com todo seu desdém e deboche- Estamos conversadas Narri?- rodou as chaves do carro no dedo.
-Meu nome é anahí dona Valentina, e fique despreocupada que eu diferente de você não tenho nenhum tipo de interesse, seja de qualquer tipo em seu primo- falou firme- Estou apenas trabalhando, se se sente ameaçada com a minha presença, sugiro que troque de abordagem não?
-Escuta aqui sua favelada- falou gritando- Eu sou sua patroa, você não tem moral nenhuma para falar assim comigo- ralhou vermelha de raiva.
-Meu único patrão é o seu Alfonso- anahí falou sem se alterar- Você é só a prima interesseira- deu de ombros- E se não se importa eu estou ocupada trabalhando, deveria fazer o mesmo ao invés de viver as custas dos tios- falou venenosa, aquilo estava entalado em sua garganta há tempos.
-Está avisada empregadinha- Valentia gritou e foi embora, não sabia nem o que responder.
Depois que a outra foi embora Anahí disparou a rir, agora mais que nunca tinha certeza do envolvimento de Alfonso com a prima.
Horas mais tarde, Anahí estava fechando o bar sozinha, Sílvia precisou ir embora mais cedo e deixou o bar na responsabilidade da afilhada. Ela terminava de levantar as cadeiras para poder fechar e finalmente ir dormir, depois de quase 20 horas trabalhando quando o barulho das portas de ferro sendo levantadas chama sua atenção.
Ela se vira e dá de cara com dois dos capangas do Sabiá, os mesmos que cobravam dela e de seu pai.
-E aí dona, firmeza? o Junin pegunta colocando o fuzil nas costas.
-O que foi? Ainda faltam alguns dias para a próxima cobrança- ela fala cansada, não se intimidava por eles, foi criada nesse meio.
-Pois é loirinha- o Rato fala pegando uma cerveja no freezer do bar- Mas agora o patrão mudou as datas- fala se sentando um uma das mesas ainda com cadeiras e descansando sua arma por alí.
-Como o Sabiá muda assim sem nem me avisar?- ela pergunta começando a se preocupar.
-Nem vem não Any, tamo aqui te avisando pô- Junin fala- Tamo te dando essa moral porque nois te conhece desde cria, gostamos de tu- falou mexendo nas coisas por alí- Se fosse pelo chefe nois só colava no teu cafofo no dia do cash e o problema era teu.
-Pois é loira- Rato se mete- Nois é seu aliado de rocha moro? Tamo aqui na humildade te falando carai.
-Tudo bem meninos- ela suspira se encostando no caixa- Quando eu tenho que pagar de novo?
-Hoje é quinta certo? Tu tem até domingo a noite- Junin fala olhando a outra.
-Porra- ela xinga irritada- Não tem nem um mês que ele me cobrou caralho, essa dívida não acaba nunca- ela reclama.
-Any, tu sabe como funciona as paradas com o chefe. Ele que faz a lei- Rato fala com pesar.
-Tá certo meninos- ela fecha os olhos um pouco- Obrigado por me avisar- ela sorri realmente agradecida.
-Fica sussa dona, sabe que nois é de rocha com você- Junin sorri.
-Pelos tempos que a tia Lúcia fazia um lanche daqueles pra nóis comer depois do fut- Rato falou bagunçando o cabelo de Anahí- Fica de boa aí bele? Fé pra tu- se despediram e foram embora.
Anahí estava desesperada, ela não tinha esse dinheiro para domingo, não sabia o que fazer.
EU GOSTO DO RATO E DO JUNIN E VOCÊS? ESTÃO MAIS IRRITADOS COM VALENTINA E FABIANA OU COM O SABIÁ?
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Deixe-me ir
Teen Fiction"Menina, me dá sua mão, pense bem antes de agir Se não for agora, te espero lá fora, então deixe-me ir Um dia te encontro nessas suas voltas Minha mente é mó confusão Solta a minha mão, que eu sei que cê volta O tempo mostra nossa direção Se eu soub...