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-Me ouve cara, ela é firmeza Poncho- Neto falou rindo enquanto eles entravam na delegacia. No pouco tempo que passou com Anahí, tinha se encantado por ela, ele era muito parecido com ela, tinha interesse em criar uma amizade com ela. Não havia interesse sexual nem nada, era apenas afinidade, seu santo tinha batido com o dela e pronto, ele não ligava por ela ser empregada ou não, se morva na favela ou na Barra.

-Beleza irmão- o moreno roda a chave na mão- Qual foi? Tá interessado nela por acaso?- riu debochando.

-Não inventa mano, eu só to te falando que gostei da mina pô, mó da hora. Melhor que a maluca da Valentina- Neto falou entrando na sala de Poncho com ele, ainda tinham alguns minutos antes de ter realmente trabalho a fazer.

-Não começa com a história de Valentina- Poncho bufou enauqanto sentou na cadeira de couro. Tinha pendurado sua jaqueta de couso e tirado sua arma do coldre.

-Tudi bem, mas sabia que a Any estava no sétimo período de direito quando precisou largar tudo para virar doméstica?- comentou se sentando na cadeira frente a mesa do amigo.

-Any? São amigos de infância agora é?- o homem de olhos verdes falou pegando alguns papéis na gaveta de metal do armário pequeno localizado de baixo de sua mesa de madeira.

-Não enche, você sabe que quando acho alguém legal eu me empolgo- Neto falou recebendo um aceno de cabeça de Poncho- Eu só queria saber o que leva uma pessoa a abandonar a faculdade nessa altura do campeonato para virar doméstica- cossou a cabeça curioso- Dá pra acreditar?

-Sabe Neto, a curiosidade matou o gato- Alfonso falou rindo, se levantou para guardar os papéis em um aparador.

-Poncho, eu sou investigador da polícia. Minha profissão é baseada na curiosidade- falou rindo e olhando a hora no relógio de pulço.

-Pesro Neto Avelar- o moreno riu se virando para o amigo sentado- Você é a porra de um investigador da polícia, acabou de dizer- Voltou para a mesa- Se quer tanto saber da vida alheia, dê seu jeito e descubra oras. Se te conheço lojo mais terá até o cpf dela- riu ligando seu computador- Agura me deixe trabalhar Neto, deu meu horário.

-Certo delegado Herrera- falou debochado- Happy hour hoje? As estagiárias vão estar por lá. A ruivinha que ficou te encarando ontem também- falou sujestivo enquanto se dirigia até a saida.

-Você já me viu dispensar rabo de saia por acaso Neto?- respondeu rindo, estava de olho na tal ruiva desde que ela foi estagiar na delegacia.

Neto tinha terminado alguns relatórios quando lembrou do que Poncho disse a respeito de poder ter acessos privilegiados de qualquer pessoa que fosse. Se tinha algo que ele levava a sério era seu trabalho e sua profissão, quando se tratava disso ele era extremamente sério e profissional, totalmente diferente do cara extrovertido que fazia piada de tudo.

Mas algo realmente o prendia os pensamentos em Anahí. Nunca aconteceu isso, ele não tinha passado mais de uma hora na compania dela mas podia sentir que conhecia a loira a anos, como uma amiga de longa data e estava realmente curioso para saber o que levou ela até o trabalho na casa de Alfonso.

Sem conseguir resistir começou a procurar por ela no sistema da polícia municipal, seria mais fácil a busca por ela já que não sabia nem seu sobrenome. Apesar de que não tinham muitas Anahís Brasil a fora.

Depois de alguns minutos de busca achou o histórico vital da moça. O leu o surpreendeu muito, instantâneamente igou os fatos que lia com o semblante abatito e desolado dela, mesmo sorrindo e se mostrando muito introsada, não podia negar que ela não estava tão feliz como demonstrava.

Foi até a sala de Alfonso e o viu sozinho, depois de bater algumas vezes entrou na sala.

-O que foi fofoqueiro?- o moreno forte e bronzeado questina rindo consigo mesmo.

-Sabe que ela mora no morro né? No alemão- perguntou se sentando no sofá caramelo encostado na parede da sala que a dividia com as demais.

-Sim, vi ela subindo ontem- respondeu com as sombrancelhas arqueadas; eram essas as novidades do amigo?

-Pois bem, o pai dela; Ricardo; era um bosta- negou com a cabeça- Típico caso de homem descontrolado. Perdeu a esposa em um confrinto no morro quando Anahí ainda era uma criança- ficou mexendo no distintivo pendurado no pescoço- Ficou viciado, um consumidor frenético do tal Sabiá- indicou com a cabeça a papelada que Poncho assinava, que tratava justamente da operação no alemão- lcólotra, usuário e violento- lamentou- a coitada sofreu muito, mas sempre foi boa na escola, tanto que foi aprovada na UFRJ para direito em um dos primeiros lugares. Mas há dois anos abandonou. Justamente quando o pai viciado morreu- olhou para o amigo com as sombrancelhas levantadas.

-Daí para frente a história se repete- Alfonso concordou apoiando os cotovelos na mesa e afirmando com a cabeça. Já conhecia essa história.

-Mesmo sem nenhuma prova, sabemos o que aconteceu- olhou para o outro- De certo herdou a dívida do pai inútil e precisou abandonar o sonho para não ser a próxima- suspirou, mesmo sem detalhes , podia ter uma noção do que foi a vida dela- Ela trabalha durante o dia na sua casa e pelas noites mais os fins de semana é garçonete em um bar dentro da favela. A mulher não tem um segundo de descanço.

Poncho nada respondeu, ficou matutando em sua mente o que Neto lhe contou o dia todo, realmente era um mundo muito pequeno. Mas logo esses pensamentos foram espantados com a chegada do happy hour.

 Mas logo esses pensamentos foram espantados com a chegada do happy hour

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SÓ EU AQUI QUE JÁ AMO O NETO?

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