Capítulo 3

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Caleb On

Eu sou um garoto qualquer que não tem nenhuma relação amorosa com ninguém, eu até queria ser um pegador ou não, mas... a vida que segue quando ninguém te quer... vamos parar de falar de amor por enquanto, não tenho muita sorte nisso mesmo!

Meu povo é alegre demais! Todos os adultos comemoram quase todas as noites tomando cerveja nos bares, nós festejamos em meio a um grande banquete com muita comida deliciosa quando matamos um urso grande ou quando algum casal está casando.

No acampamento nós resolvemos ficar e morar aqui, é um ótimo lugar? Sim! Tem de tudo que você possa precisar, como peixe, carne, roupa, moradia, escudos, elmos, espadas, lanças, é... aqui a gente tem de estar todo equipado quando algum grupo inimigo atacar, mas continuando o assunto, aqui nós temos família, e falando em família.

Caleb! - Minha mãe grita da janela não muito longe de mim, logo eu vou correndo até a mesma. - Caleb onde você estava rapaz!?

Coço a cabeça, pensando rapidamente, dou de ombros

Acaricio a cabeça de meu labrador chamado Chuva.

- Oi amiguinho Chuva! - eu o chamo de Chuva pois ele adora se molhar enquanto está chovendo. Foi daí que o batizei de Chuva.

- Me responda garoto! - grita minha mãe quase sem paciência.

- Eu tava explorando a nova floresta, Tô morrendo de fome, o que tem pro almoço mãe? - Pergunto mudando de assunto que não seja o "onde você estava?" Pois eu iria levar um tempo para explicar o que eu vi, penso enquanto eu lavo minhas mãos que estavam sujas em um balde de madeira cheio de água até a borda.

- Galinha frita, arroz, feijão e farofa, menino você tem de engordar mais um pouco! - esbraveja minha mãe, ajeitando a mesa para o almoço como sempre faz.

- (Adoro esse cheiro de comida... )....

- Você está magro - continua minha mãe enquanto eu tiro minhas botas para entrar em minha casa.

- Tsc. - faço um ruído como resposta, um pouco constrangido,olho a mesma que está de costas lavando alguma colher ou faca.

- Mãe o que tem de errado em ser magrinho? aliás eu tô ficando forte ao invés de magro.

Vou até o varal enxugando as mãos em minha toalha, volto para a frente da porta esfregando/limpando meus pés no tapete de uma onça que matamos... Oops! compramos no mercado negro.

- Estou dizendo que... - ela limpa as mãos com um pano e o pendura em um pequeno varal acima da janela. - você tem de estar em uma boa forma para sua mãe, sei que posso estar sendo muito exigente filho...

Não me é surpresa quando ela me segura nos ombros, percebo que eu estou ficando mais alto, aquela mulher de quase 38 anos, gordinha, pele branca com cabelos lisos cor de mel e olhos castanhos, com as mãos macias mas trabalhadoras, era uma pessoa pela qual eu não iria suportar perder algum dia. Tenho sorte de ter uma mãe tão maravilhosa e doce como ela.

Aquela carícia que eu recebo dela no cabelo era tão bom... eu queria que isso não acabasse, a mão dela vinha parando até meu rosto cheio de cravos, logo completando a frase.

- Você é igual ao seu pai... filho por favor coma o prato todo que eu te der.

Respiro fundo fechando os olhos, logo a olho e sorrio.

- Ok mãe. Vou comer o prato todo hoje.

Ela me dá um abraço quentinho, o tempo estava meio que frio então foi um abraço bem bom.

A solto e vou subindo as escadas até meu quarto, paro no meio e me inclino para olhar para baixo e não vejo mais minha querida mãe, grito em tentativa de ter permissão:

- Mãe eu vou alí no meu quarto daqui a pouco eu volto pra comer tá??

Espero uma resposta, até que finalmente recebo uma que vinha da pequena área de serviço.

- Ok filho! Não demora muito!

- Ta bom! - Grito.

Termino de subir as escadas e abro a porta, o que eu encontro é um lugar um pouco sujo, com poucas roupas e meias espalhadas pelo quarto, um tapete de pele de um grande tigre, meu armário aberto mostrando minhas roupas penduradas e abaixo delas, algumas outras dobradas que estavam limpas e prontas para o uso.

Um espelho rachado grudado em minha porta, alguns desenhos meus colados com pequenos pregos acima da parede de minha escrivaninha de madeira. Um baú cúbico de cor marrom ao lado de minha cama, que era usado como mesa para meu lampião/vela. E meus lenços para enxugar minhas lágrimas quando tenho alguma crise existencial de madrugada... (sim, eu tenho um tiquinho de depressão, mas não tão grave).

Em minha cama se encontrava um lençol que era costurado com variáveis pelos de animais diferentes, o que dava um toque bem masculino e bonito, e claro... Medieval, meu travesseiro era bem normal, com algodão dentro e a capa era de peludo branco bem macio. E minha coberta era bem fofa da cor cinza.

Suspiro ao ver meu quarto bagunçado, mas do jeito que eu gosto.

Lá fora começa a chover e com certeza o Chuva deve estar brincando todo feliz.

Logo fecho as cortinas marrons de minha janela.

Tiro minha capa e fico só de camisa e calça, a jogo no chão, me deito em minha cama apoiando minha cabeça em meus braços, olhando o teto, fecho os olhos lembrando do dragão que eu tinha visto.
Me sento na beira da cama e me espreguiço.

- Buaa...- bocejo colocando a mão na boca - pensamentos: (O que eu faço?... conto pra todo mundo? Se eu contar... irão caçar... mas não iriam acreditar em mim de qualquer forma... então não irei arriscar nada)

...

Pego meu caderno onde eu tinha desenhado o dragão, rasguei a tal página, peguei um pequeno prego e fui até a escrivaninha, o pendurei no meio dos meus desenhos, rascunhos e anotações, mensagens para mim mesmo e tals, em um deles estava escrito um recadinho de minha mãe:

" 𝔉𝔦𝔩𝔥𝔬𝔱𝔢, 𝔡𝔢̂ 𝔲𝔪𝔞 𝔤𝔢𝔯𝔞𝔩 𝔫𝔬 𝔰𝔢𝔲 𝔮𝔲𝔞𝔯𝔱𝔬, 𝔪𝔞𝔱𝔢𝔦 𝔲𝔪 𝔯𝔞𝔱𝔬 𝔢𝔰𝔰𝔢𝔰 𝔡𝔦𝔞𝔰 𝔞𝔦́, 𝔢 𝔳𝔠 𝔧𝔞́ 𝔢𝔰𝔱𝔞́ 𝔤𝔯𝔞𝔫𝔡𝔢 𝔬 𝔟𝔞𝔰𝔱𝔞𝔫𝔱𝔢
𝔰𝔢 𝔳𝔦𝔯𝔞 𝔰𝔬𝔷𝔦𝔫𝔥𝔬
‐ 𝔪𝔞𝔪𝔞̃𝔢 "

Olho novamente pro meu quarto.

...mamãe tem razão, aqui está realmente uma zona.

Olho para minha perna esquerda que estava machucada, caí e me machuquei quando eu estava seguindo o dragão, por meio desta confesso que fiquei distraído muito naquela hora.

Não me importei muito com o machucado pois nem estava doendo.

Coloco meu caderno sob a escrivaninha junto com meu lápis.

Vou até a porta e saio, desço as escadas e me surpreendo com o que vejo na mesa onde iremos almoçar.

Caleb Off

A história De Um Dragão Onde histórias criam vida. Descubra agora