A história De Um Dragão

Capítulo 22

Caleb

— Impressionante a sua coragem de fazer uma coisa dessas, Caleb...

Falou uma voz feminina e familiar acima de mim, o armazém era pequeno, com prateleiras ao lado esquerdo, nele havia potes e cestas cheios de frutas, verduaras e legumes que guardamos durante o inverno, ainda estavam comestíveis e bons. A carne ficava em outro lugar especial.

Ela não percebera, espero que não perceba... que estou acordado.

Chole

— Caleb, Caleb... acorde - falei dando leves empurrões nele.

Está dormindo.

Acariciei aqueles lindos cabelos dele. Ao afastar a minha mão o vi se mecher.

O tempo lá fora estava agitado, o barco balançava de um lado para o outro, e ficava cada vez mais forte.

— Caleb...

Senti uma mão em minha cintura e outra em minha nuca, Caleb me virou tão rápido que apenas percebi quando estava no chão, fiquei surpresa e assustada.

Antes de eu protestar Caleb fez um sinal de silêncio, ouvíamos passos e conversas do pessoal acima do armazém, que por baixo das tábuas bem feitas era em um tipo de porão, muito pequeno. Mais pequeno ainda quando estávamos praticamente colados um no outro.

Caleb me encarou com certa tristeza no olhar.

— Perdoe-me Chlo.

Ele se levantou e fechou o armazém, me deixando trancada.

— EI! me tire daqui!

Caleb

Ouvi ela gritar atrás da porta junto com batidas. Sorri de lado e me afastei do armazém.

Funcionou.

Agora só falta eu conversar com o loiro.

— Hakis! ‐ vejo Hakis e a abraço e dou um cafuné na mesma.

— Hoblìs ble vou. ‐ Falo na língua dela. Apontando com o dedo indicador para o armazém.

Tradução: "não vá para aquele lugar"

Ela apenas me olhou com uma cara de confusa, mas logo concordou fazendo um gesto com o a cabeça.

— Boa garota.

Não se dava de escutar nenhum ruído vindo do armazém, de longe.

Agora o último passo, vai ser com o grandão que está lá. Jonas é muito amiguinho dele pelo o que eu soube. Agora eu, não.

Estávamos na salinha de janta, a mesa era circular, de madeira comum, 3,5 centímetros de grossura e com um suporte encaixado na madeira, apenas duas palmas e meia de altura, tínhamos de se sentar no chão para se servir.

Peixe cozido, como previsto.

Ao meu lado esquerdo estava Jonas e ao meu lado direito estava Hakis, e ao lado de minha mãe estava Boe e Carl, o lugar ao lado dele estava vazio.