PRIMAVERA - 10

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- Até que esse Shabu-Shabu é gostoso, mas poderia ter macarrão – Naruto dava seu parecer pela milésima vez na noite.

Estávamos nos despedindo após o jantar, o casal Uzumaki voltaria para casa, eu acompanharia Sakura até o hospital. Preferia que ela também fosse para casa descansar, mas ainda tinha que resolver burocracias, já que havia saído do hospital inesperadamente.

- Dá próxima vez vamos ao Ichiraku – Sakura sorriu para Naruto. Ele pareceu satisfeito o suficiente com o trato, despedindo-se animadamente.

- Sakura-san, Sasuke-san, boa noite! – Hinata acenou com a mão e lançou um olhar cúmplice para Sakura.

Eu estava cansado. Nunca havia gostado de situações sociais, e isso havia piorado exponencialmente após anos viajando sozinho.

- Eles parecem tão felizes, não é, Sasuke-kun?

- Hum.

Ela me olhou com uma expressão engraçada e segurou a minha mão enquanto caminhávamos pelas ruas desertas que levavam de volta ao Hospital. Sentir aquela mão pequena na minha fez relaxar uma tensão que eu nem sabia que tinha. Havia algo que me incomodava e não era a exaustão que a hiperatividade de Naruto geralmente causava.

- Alguma coisa errada? - ela perguntou com um brilho travesso nos olhos.

- Não – respondi monossilábico.

- Você passou a noite toda mais quieto que o normal.

- Não acho – na verdade, aquela agitação toda tinha me deixado sim de mal humor.

- Será que você não estaria com um pouquinho de ciúmes dos meus alunos?

Olhei desconfiado para o grande sorriso que Sakura abriu, sem dizer nada.

- Hinata me contou que você estava querendo assassinar meus kouhai no meio da rua.

Por isso aquela ida ao banheiro havia demorado tanto.

- Talvez prendê-los em um genjutsu – falei por fim, e ela riu.

-Ei, anata – senti um arrepio com a forma carinhosa que me chamou – você é o único que eu amo.

Lá estava ela andando ao meu lado, heroína de guerra, melhor ninja médica do mundo, a kunoichi mais forte, a mulher mais linda que já havia visto, sem ter a mínima ideia do quanto afetava qualquer homem, ou do quanto me afetava. Puxei-a para dentro da minha capa, prendendo-a em uma abraço apertado, e plantei um beijo no topo de sua cabeça, sentindo o cheiro de seu shampoo.

- Sasuke-kun – ela riu escondida nos meus braços – as pessoas podem ver...

Quando se afastou, senti um vazio desconhecido, como se ela levasse um pedaço de mim. Estava envergonhada, mas sorria meio aérea quando acenou e correu para o hospital, deixando a proteção das sombras em que estávamos antes.

- Você também é a única – murmurei. 

SASUKE: RedemptionOnde histórias criam vida. Descubra agora