Memories

Nós brigamos?

𖣘

Flashback on

Sanna chegou em casa com cheiro de bebida exalando de si, além de ter suas roupas sujas devido as bebidas que nele foram derramadas, suas lágrimas tomavam conta de seu rosto, o que era perceptível, já que seu olho inchado e suas bochechas vermelhas denunciavam isso.

Ele nunca tinha sido tão humilhado assim antes, ele se sentia péssimo e desamparado, não se lembraria do que tinha feito pra ficar assim no dia seguinte isso era certeza, mas ele jamais se esqueceria do beijo de despedida e das lágrimas de Daniel junto as suas.

Jamais se esqueceria das palavras proferidas por ambos e de como aquilo cortou o coração dos dois. Quando Elídio chegou em casa já era tarde e seu avô dormia já fazia tempo, em sussurro conteve seu choro, trocou sua roupa e se deitou querendo se esconder de tudo e todos. Ele era uma verdadeira vergonha! Foi o que disseram.

Sanna foi atormentado por todas aquelas palavras em seu sonhos, ele acordava diversas vezes durante a noite, aquilo parecia não ter fim, até que chegou em um ponto onde ele desistiu de dormir, ele não ia conseguir mesmo.

Assim que acordou pela quarta vez, se levantou e foi para cozinha, e quando chegou lá observou seu redor, logo apertando seus olhos para enxergar melhor.

Encontrou em cima da mesa alguns papéis que por curiosidade decidiu ler, ligando a lanterna de seu celular se dedicou a descobrir o que lá estava escrito.

Elídio eu espero que você esteja lendo isso em ótimas condições, pois infelizmente eu não me encontro assim enquanto escrevo.

Logo o coração de Sanna acelerou, era a letra de sua vó.

Apesar de estarmos lutando pela minha vida, sinto que não tenho mais tempo com você meu neto, e me sinto aflita em não poder te ver com uma pessoa que você ama e me dando mais orgulho formando uma família. Mas meu querido eu queria que você soubesse que eu me orgulho muito de você, independente de qualquer coisa, NADA mudaria minha opinião, você é forte meu amor, e saiba que mesmo não estando aqui eu vou sempre estar presente em suas memórias.

A esse ponto Sanna já estava em lágrimas, ele sentia muita falta de sua avó, a ausência dela deixava o coração dele apertado e vazio na maioria dos momentos.

Meu neto, eu sei do seu amor pelo Daniel, consigo notar como você exala felicidade quando ele está perto, eu sei que você o ama, não se prive de ficar ele. Não há nenhum problema em amá-lo, e você merece ser feliz.

As mãos de **Elídio estavam tremulas, seu choro estava mais alto, e logo ele percebeu que se a carta estava lá, era por que seu vô tinha lido!

Logo pela manhã, Antônio se levantou e saiu de casa, nem um bom dia Sanna tinha recebido, algo que era estranho já que avô levava bem a sério coisas como: "Benção vô, bom dia!" todas as manhãs. Aflito Sanna permaneceu quieto até a volta de seu avô.

— Elídio!- Ele disse assim que chegou na casa, logo, Sanna notou que algo estava errado.— Sente-se!

— Aconteceu alguma coisa?- Indagou o mais novo na sala com sua voz tremula.

— Você se meteu em uma briga ontem, quer me dizer o por que?- Antônio diz ainda com o mesmo ar bravo.

—Vô... eu.- Sanna tentava dizer mas as palavras não saíam de sua boca.— Eu beijei o Daniel ontem, na festa do Anderson, e os meninos que se diziam ser meus amigos me bateram, além de terem jogado bebidas em mim.- Termina evitando olhar para o avô, ele estava envergonhado.