Cartas.

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Aviso: Esse capítulo contém cenas sobre: homofobia, ansiedade e traumas.

Caso você for sensível a esse tipo de conteúdo, peço para que deixe de ler a narração ou diálogo, vou deixar esse sinal: ⚠️ toda vez que for começar algum momento relacionado.

Os acontecimentos são importantes para a história, mas se você for sensível a esse tipo de conteúdo sinta-se livre para me chamar na dm e eu posso fazer um resumo sem detalhes para você.

Obrigada, e boa leitura ;)

As pessoas no quintal de Anderson estavam eufóricas e claramente bêbadas, todos os convidados se davam bastante bem o que foi um alívio para Elídio que não teve preocupações em integrar ninguém que se sentisse deslocado.

Anderson já estava mais solto no local quando Tori dormiu deixando ele mais livre para aproveitar, e antes que o relógio marcasse meia noite Antônio já tinha ido embora. Agora todos estavam jogando conversa fora e aproveitando o gostoso ambiente de aniversário.

— Vênus.- Elidio diz observando o fuzuê que as pessoas faziam, conseguindo gritar mais que o volume alto da música.— Você viu o Dani?

—Ah.- A mais nova diz engolindo o seco e evitando olhar nos olhos do padrinho.— O senhor Antônio disse umas coisas pra ele e ele foi pra sala, queria ficar sozinho.

— Por que você não me disse antes??- Elídio soltou alarmado indo para dentro da casa procurando Daniel desesperadamente.

Assim que entrou correndo no local, encontrou Daniel estático no sofá. Ele estava imóvel encarando atentamente o que tinha em sua frente, desesperando Elídio quando notou que ele não respondia quando chamavam por ele.

— Dani.- Elidio exclama se aproximando do mesmo.— Dani, consegue me ouvir?

Elídio continuava mas não recebia nada em resposta, apenas via os olhos de Daniel derramarem lágrimas sem parar, o que desesperou o outro presente. Elídio se aproximou aos poucos de Daniel, que até então não respondia nada.

— Daniel, me responde por favor.- Sanna continuava agora mais calmamente tentando ao máximo manter sua postura e não se desesperar junto a Daniel.— Dandan, o que aconteceu?- Elidio disse se aproximando, tentando segurar o rosto de Nascimento que recuou imediatamente ao toque.

— Não encosta em mim.- Daniel finalmente diz, com sua voz embargada e o choro causando aperto em seu peito.

— O que aconteceu amor?- Elídio continua ainda mantendo a proximidade entre os dois.

— Saí daqui Elídio!- Daniel responde aumentando seu tom de voz.

— Dani, eu não vou te deixar sozinho!- Sanna diz se ajoelhando na frente do mais velho que ainda tinha lágrimas em seu rosto.— Me conta o que aconteceu, por favor.

— Você mentiu!- Daniel soltou por fim.— Como você teve coragem de aparecer naquele hospital fingindo que se preocupava comigo?

— Do que você tá falando?- Sanna diz aflito com aquilo.— Eu me preocupo com você, eu te amo Dani.

— Para!- Daniel diz agora em um tom mais alto de voz, chamando a atenção de Anderson que começou a se dirigir ao local, recuando ao ver ambos brigando.— Para de mentir Elídio, eu já lembrei de tudo.

— Tudo?- Sanna diz delicadamente, agora sim entendendo tudo.— Dani, vamos conversar.

— Não quero conversa com você!- Daniel diz se levantando e indo em direção a saída.

— Dani, por favor.- Elidio diz já em prantos, segurando as mãos de Daniel delicadamente.— Vamos conversar, não quero te perder de novo.

— Eu não acredito que me apaixonei por você.- Daniel falou ainda em lágrimas.— Porra! Tudo faz tanto sentido agora!

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