Cap. 31

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"Cansado do baile, pelo que vejo," disse Suga, brincando, deslizando pela cortina e indo para a pequena varanda isolada.

  Daichi cantarolou, virando-se para ele e Suga viu como a luz brilhava lindamente no lago para ressaltar suas maçãs do rosto.

  "Estou apenas tomando um ar," Daichi o assegurou. "Todas as luzes e a dança... bem, às vezes pode ficar um pouco exagerado."

  "Você nunca gostou tanto de dançar, não é?" Suga perguntou, aproximando-se e apoiando-se na grade ao lado de Daichi.

  E, realmente, se Suga pensasse nisso, essa deveria ter sido sua primeira pista. Daichi nunca gostou de dançar. Ele poderia fazer isso, andando pela pista de dança tão suavemente como se estivesse em um duelo. Mas, quando confrontado com a escolha, Daichi sempre escolheu o atletismo limpo e simples oferecido por uma espada do que as complexidades de uma dança.

  No entanto, a única verdade constante - nos campos de duelo ou na pista de dança - era que Daichi sempre seguiria a liderança de Suga.

  Daichi se abaixou, passando a mão pelas separações de pedra do corrimão para pegar algo e estendê-lo para Suga.

  Uma única rosa em plena floração.

  "Sob esta varanda é pra onde os jardineiros moveram as roseiras," explicou Daichi, segurando a flor para Suga.

  "Ah," disse Suga simplesmente, pegando a flor na mão e virando-a para que brilhasse intensamente ao luar. "Obrigado... por me dizer, quero dizer."

  Sem olhar para cima, Suga ouviu Daichi responder.

  "Claro, eu sei que elas são suas favoritas. Eu sei que elas não estão mais em seu jardim, mas... bem, pelo menos elas ainda estão aqui. Você só precisa andar um pouco mais agora para vê-las."

  "Sim, estou descobrindo que isso é verdade para muitas coisas," respondeu Suga, olhando para cima e oferecendo um sorriso a Daichi. "É linda."

  O rosto de Daichi suavizou, olhando para Suga com uma sensação absoluta de carinho traçada apenas com um toque de cautela.

  "A propósito, você está deslumbrante, minha rainha."

  Suga corou, virando a cabeça para baixo para se esconder. Uma sensação de calor irrompeu em algum lugar abaixo de seu esterno, causando arrepios em seus braços.

  "Peço desculpas, Suga. Isso foi muito ousado da minha parte," disse Daichi e agora a cautela estava lá com força total com seus companheiros, decepção e pesar.

  E Suga percebeu rapidamente que nenhum desses serviria.

  "Está perfeitamente bem," assegurou Suga, um pouco sem fôlego por uma razão que ainda não conseguia explicar. "Na verdade, se você me perdoar, acho que terei meu próprio momento de ousadia."

  A sobrancelha de Daichi enrugou-se em confusão, mas ele já estava a meio caminho de assentir. 

  "Claro, Minha Rainha."

  A mão de Suga se esticou, deslizando ao redor do pescoço de Daichi e puxando-o para baixo até que os lábios de Sugawara pudessem pousar.

  E então Suga o beijou.

  O beijo foi breve, mal dando a Suga um segundo para saborear a sensação dos lábios do outro antes que Daichi se afastasse, os olhos arregalados e arfando como se tentasse se reorientar.

  O ar nos pulmões de Suga, entretanto, congelou dolorosamente, o que o Mago de Ar considerou particularmente injusto.

  "Suga," Daichi engasgou, as mãos agarrando os ombros de Sugawara em uma tentativa de firmar um deles. "Por que você- Por quê?  Você me beijou." Neste momento, Daichi balançou a cabeça e finalmente pareceu entender a situação. Quando ele olhou para Sugawara em seguida, havia uma dor profunda que, por mais que ele visse, Suga não conseguia entender. "Suga- Koshi, se você está fazendo isso por um senso de pena equivocado para poupar meus sentimentos... ou... ou dever para com Espadas ou... eu nem sei, então, por favor, por favor-"

Haikyuu!! | O Reino de Cartas | Tradução Onde histórias criam vida. Descubra agora